Little Angel- 1ª Temporada

Capitúlo 7

- Também achei. – respondi. 

- Você não parava de olhar pra ela, filho. Queria assustar a menina?

Sorri um tanto envergonhado.

- Não conseguia evitar. Sei lá, eu nunca vi uma menina gentil como ela. Tão... inocente.

- Por incrível que pareça, meu filho, ainda existem meninas decentes no mundo. Ela nunca será igual as vadias que você fica.

Olhei censurando minha mãe. Eu não saio com vadias. Embora elas agirem como uma. Eu devo ser algum imã para isso, eu acho.

- A culpa não é minha se elas me amam.

Sim, eu sou um convencido.

- Acho que a Angela não gostaria de sair com você.

- Por quê? – perguntei, quase desesperado.

- Ela não deve gostar de “galinhas” como você.

- Nossa mãe, obrigado por me xingar duas vezes na mesma conversa.

- A culpa não é minha que você é um galinha e só sai com vadias, meu filho.

Ela ressaltou o “é um galinha” e o “vadias”. Às vezes, eu tenho que repensar com quem eu saio.

- Vou para o meu quarto depois dessa. – disse, tentando provocar ela a pedir desculpas.

Minha mãe só disse um “tudo bem” e me ignorou. Mordi meus lábios e subi. Não precisava de ela me dar um gelo. Entrei no quarto e tirei as roupas espalhadas na cama e as joguei no chão. Deitei na cama e vi o rosto angelical de Angela surgir na minha frente.

Eu nunca me senti assim com uma garota. Meu coração nunca acelerou só de bater o olho. Isso é muito estranho. Eu sempre fiquei mais por diversão. Por competição. Não por amar realmente. Será que eu, Justin Bieber, seria capaz de amar? Eu nem sei como é estar apaixonado.

Se bem que eu queria ter uma garota para poder chamar de minha. De chamá-la de pequena. De deitar ela nos meus braços e ficar mexendo com o cabelo dela. Suspirei e mordi meus lábios.

Passaram horas e não conseguia tirar ela da cabeça. Que droga, o que ela fez pra me deixar desse jeito?

Minha mãe me chamou para jantar e eu não quis descer. Estava sem fome. Minha vontade era de ficar abraçado com o travesseiro e pensar em uma forma de me aproximar dela sem que ela desconfiasse. 

O Jason. É claro! É só ele chamar a irmãzinha da Angela para vir aqui e ela virá trazer a irmã! Fala sério, eu sou um gênio. Merecia até um prêmio. Joguei o travesseiro pro alto e suspirei. “É só o Jason chamar a Carly aqui de novo.”

Levantei da cama com um salto e corri para a cozinha, procurando o Jason.

- Meu irmãozinho mala, por acaso a sua amiguinha, a... Carly, ela vai vir aqui de novo?

- Não.

Meu coração quebrou em mil pedaços.

- Eu vou ter que ir a casa dela. A mamãe vai me levar.

- E quando você vai ter que ir? – perguntei, recuperando as esperanças.

Vi minha mãe me olhar desconfiada e disfarcei um pouco minha felicidade.

- Sexta.

- Ah, pode deixar que eu te levo Jason! Pra que incomodar a mamãe, certo?

- Sexta você tem treino, Justin. – disse minha mãe, percebendo o meu plano.

- Não tem problema eu faltar um dia.

- Tem sim, o George odeia que o capitão falte.

- Mãe, eu estou tentando fazer uma gentileza pra você e, você fica brava? Não posso te ajudar?

Ela viu que eu não iria desistir fácil – e eu não ia mesmo – e me deixou ir. Nada melhor como nossas mães que sabem a nossa dependência. Particularmente, a minha dependência no momento era vê-la o mais rápido possível.

- Não quer jantar?

- Não, estou sem fome.

- Depois não venha fazer seus lanchinhos da meia noite, ouviu?

- Ok.

Andei até minha mãe e beijei a testa dela.

- Você sabe que eu te amo, não é? – disse eu, sorrindo para ela.

- Você só me ama nessas horas. Mas, eu te amo e muito.

Abracei minha mãe e subi para o meu quarto, pensando em como ela estaria na escola amanhã. E se ela viesse com uma blusa decotada outra vez? Seria sexy. Ela é sexy. E inocente ao mesmo tempo. Parece ser tão ingênua. Desprovida de algo. Será que é de um amor? Será que ela nunca namorou? Ah, isso é impossível. Ela é linda demais para nunca ter namorado. Esse é o problema. Angela não é como eu. Nunca será como eu. Eu sou um galinha que se aproveita das garotas. E eu não quero mais fazer isso, nunca. Arrependi-me de ter tratado tantas meninas assim.