Capítulo 1

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Mode Angel on*

Primeiro dia de aula. Agora estava no 10º ano (10th grade) da West High. Andava pelos corredores procurando a sala da aula de química e avistei Carol e Jenny. Elas acenaram para mim e andei até lá.

- Ei Angel, como está sendo o seu primeiro dia de aula? – perguntou Jenny.

- Ah, o de sempre...

Sorrimos uma para a outra e vimos Carol morder os lábios quando um garoto do 12º ano passou por nós. Ele era bonito. Mas, ela não se agüenta.

- Vocês ficaram sabendo que o Bieber reprovou o último ano? – disse Carol, como se estivesse soltando uma bomba.

- Quem é Bieber? – perguntei.

- O menino mais gato do 12º ano, dã. – ela revirou os olhos e dei de ombros – você é bem desatenta sobre isso, hein, Angel.

- Você sabe que eu me foco...

- Mais nos estudos, eu sei. – interrompeu-me e sorriu.

- Então! Por que você fica me enchendo?

- Ah, só pra te irritar mesmo.

Rimos e Carol chegou mais perto de nós duas.

- E cá entre nós, eu foco muito mais nos garotos. E se eu não pegar o Biebs até as férias de verão, eu não me chamarei Caroline Jepsen.

Todas nós rimos. “A Carol é uma comédia!”, pensei. 

Jenny era minha amiga desde o 4º ano e nunca mais desgrudamos. Eu conheci Carol um ano depois e juramos nunca mais nos separarmos. Jenny era ruiva dos cabelos bem curtos, batiam nos ombros e tinha uma franjinha delicada caída sobre sua face. Carol é morena dos olhos azuis. Simplesmente linda. Além de seus cabelos serem de um castanho bem claro, eles eram bem compridos e lisos. As duas são bem diferentes. Carol é bem “atirada” e fica com três em uma só noite. Jenny é mais na dela. Também, ela namora o David há três anos.

Depois, o sinal tocou e cada uma foi para sua devida aula. Eu tinha aula de química e, no caminho até lá, fiquei pensando nesse tal de Biebs. “Se ele reprovou o último ano, deve ser um cabeça de vento”, pensei. Entrei na sala e o professor entrou minutos depois, já tirando seu giz e escrevendo moléculas e mais moléculas no quadro-negro.

Aula vai, aula vem, e finalmente chegam às 14hs mais amadas por todos os estudantes. Inclusive a minha, claro. Liguei para minha mãe e ela até que veio rápido. “Um milagre”, pensei. Chegamos, e já ouvi as reclamações da minha irmãzinha mais nova, Carly.

- Mãaae, por que você demorou tanto? Eu estou morrendo de fome! – disse Carly, com olhar de cachorrinho.

Ela tem 12 anos e tem os cabelos castanho-médios e os olhos castanhos também. Carly é bem marrenta e irritante, digamos que a “revoltada” da família. Eu odeio quando ela dá uma de estressada. É muito chato. Porém, ela é minha irmã e não tem como não amar, certo?

Rolei os olhos e subi para meu quarto. “Tenho muita lição de casa”, pensei. Passavam horas e horas, mas a tabela periódica parece não ter fim. Que coisa. Quando estava no 6º período da 17º família, minha mãe me chamou para comer. Ela tinha acabado de assar cookies. Larguei minha tabela e fui correndo para a cozinha.

Eu simplesmente adoro cookies. Ainda mais se tiver nutella em cima. E eu estava fazendo isso agora mesmo. Lambuzando o biscoito com ela. “Yumm.”, pensei. A minha irmã devorava os dela com pasta de amendoim enquanto conversava com minha mãe como havia sido as aulas dela.

- Eu conheci um menino chamado Jason hoje. Ele é do meu grupo do trabalho de história sobre Lincoln. 

- Hmm. E ele é bonito, Carly? – perguntou minha mãe.

Agora a conversa mudou de rumo. Olhei para Carly atentamente, mordendo meu cookie.

- Até que é um pouco, mãe.

Sorri maliciosa para minha mãe e ela continuou.

- E você terá que ir para a casa dele fazer o trabalho, não é?

- Como sabe? – respondeu ela, surpresa.

- Deu para ver nesses seus olhinhos de apaixonada.

Eu e minha mãe rimos, muito, juntas. Carly ficou estressada e saiu da cozinha batendo pé. Minha mãe se chama Rachel. Ela é meio que vidente, porque ela sempre sabe o que nós vamos fazer. É automático. Até parece que ela já passou por isso, só que igualmente. É estranho. Mas isso é legal, principalmente quando a Carly fica estressada no final.

Rachel tem os olhos castanhos e os cabelos castanhos. É muito gentil e uma mãe coruja. Ela adora nos paparicar. Ainda mais depois que meu pai morreu em um acidente. Ela ficou magoada durante uns meses, mas ela sempre falava: bola pra frente. Pelo menos, isso me ajudava quando eu me lembrava dele. Esse ano faz dois anos que ele morreu. Mas, falando da minha mãe, ela é bem forte e não deixa ser abalada por isso.

 - Como estão as garotas?

- Mãe, você sabe bem melhor que eu.

- É mesmo.

Rimos outra vez e ela sentou à mesa no lugar da Carly.

- A Carol deve estar pensando em pegar uns 10 meninos só essa semana e a Jenny deve estar morrendo de amores, ainda, pelo David.

- Viu só? Você sabe de tudo!

Era divertido conversar com minha mãe. Ela sempre me fazia rir. Peguei as coisas da mesa e as guardei em seus devidos lugares.

- Tenho que terminar a lição de química.

- Tudo bem, filha. Mas não se esqueça que às 16hs você tem que ajudar a Sra. Stubin.

- Eu sei mãe, pode deixar.

Dei um beijo na testa dela e subi para meu quarto. A Sra. Stubin é nossa vizinha desde que eu me conheço por gente. Toda segunda-feira, quarta e sexta eu vou a casa dela para ajudá-la nas tarefas de casa. Em troca, ela me ensina a tocar piano e me dá 50 dólares por semana. Antes, a Sra. Stubin era uma grande pianista. Hoje, ela é aposentada e viúva. Ela é uma grande amiga.

Terminei todas as lições e já estava na hora de ir para a casa dela. Arrumei meu quarto e desci. Despedi de minha mãe e atravessei a rua. A casa dela é na frente da nossa. Toquei a campainha e esperei como de costume, mordendo os lábios. Quando atendeu a porta, um sorriso alargou em seus lábios em me ver.

- Pode entrar querida.

Sorri para ela e entrei, admirando sua casa antiga.

- O que quer que eu faça hoje?

Ela olhou para os lados, pensando. - Pode tirar o pó dos móveis e trocar os lençóis.

- Quer que eu varra o chão também?

- Isso eu já fiz. Obrigada, Angela querida.

- De nada Sra. Stubin. Mas... só isso? Não quer que eu lave os banheiros?

- Ah, isso também.

- Ok.

Tirei meu bloquinho roxo do bolso e a caneta que eu usava para prender meu cabelo. Escrevi tudo o que ela me mandou fazer e sorri depois. Olhei para o tapete bordado dela e vi suas agulhas de tricô e elas estavam enroladas em um ponto diferente.

- O que está tricotando hoje, Sra. Stubin?

Ela me olhou com um olhar cansado e sorriu gentilmente.

- Um casaco.

- Que legal Sra. Stubin.

Sorri para ela e fiz um gesto de cabeça, indicando que iria fazer as tarefas.

Little Angel- 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora