Capítulo 76

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- Jack, você não perdeu seus dotes de churrasqueiro, hein!

- E você com seus elogios, Chris!

Os amigos sorriram e continuei os fitando, principalmente para Christopher.


- Estranho alguém chamar meu pai de Jack. – disse Justin, mordendo um pedaço de carne e franzi a testa, ainda fitando os dois homens.

- Não é o segundo nome dele?

- É, mas ele não gosta. – reclamou ele, de boca cheia.

- Apelido exclusivo, talvez. – ri de Justin e dei um tapinha em sou ombro – Boca fechada, por favor. Não estou a fim de ver a primeira parte do seu processo digestivo.

- Hã? – perguntou ele, me olhando confuso.


Claro que eu morri de rir com a cara dele, chamando a atenção deles e tive que tampar a cara – lê-se enfiar a cabeça no buraco tipo avestruz – por eu provavelmente estar vermelha como um pimentão e ainda rindo.


Os meninos já tinham ido embora, depois de comerem e zoarem com o Christopher. Até viraram amigos. Marcaram um campeonato de vídeo-game para a semana que vem. Ele até que é simpático, mas não me deixa de ser suspeito. Ele sentia a minha, hm, investigação mental e às vezes me encarava de soslaio, com um sorriso amigável. Eu me sentia horrível em ter que tomar essa decisão, mas é pelo meu bem.


- Pegaria mal se eu lesse a mente dele? – perguntei, depois de um tempo analisando a situação.

- E se ele for um sonhador também? Não vai saber que você está lendo a mente dele?

- Se não conseguir ler, é porque ele sabe que eu iria ler. – bebi um pouco do refrigerante dele e molhei os lábios, fitando seus olhos cor de mel – Mas se conseguir, ele nem imagina que eu estou lendo. Porém... ainda tem algo que não se encaixa.

- O que, amor?

- A minha mãe fazendo segredo. Não consigo entender.

- Se ler a mente dele, vai entender a relação que eles têm, não vai?

- Vou, mas ela nunca me escondeu nada, entendeu? Para que esconder agora?

- Isso é verdade... Tentou falar com ela depois que saiu de casa?

- Não... Só para avisar que tinha ido pra sua casa, mas ela nem respondeu.


Suspirei tensa e Justin me aninhou em seus braços, me aconchegando, e sorri em resposta.


- Te conto tudo mentalmente, ou prefere que conte quando estivermos sozinhos?

- Prefiro a segunda opção. – ele sorriu e alisou meus braços, beijando o topo de minha cabeça.

- Então tá. Se você falar e eu não responder, já sabe por que.


Ele riu e sorri de volta, mordendo meus lábios. Por um lado, iria descobrir tudo em questão de minutos, no outro ficarei receosa em relação a minha mãe. Não sei o que esperar, muito menos do que pensar. Respirei fundo e fechei os olhos por um momento, olhando para o homem em seguida. Vasculhava seu passado como uma louca. Ele era um empresário cobiçado em Liverpool, até deixar tudo de lado e vir morar aqui. Contava nos dedos às mulheres que queria sair nos seus fins de semana, mas curtia mais passar suas noites em casa, lendo e fumando.


Precisava de mais. Mais motivos, ser mais objetiva. Franzi a testa e meus dedos seretorceram por conta da força que apliquei, me fazendo gemer baixo e o homem, de repente, olhou para mim sorrindo e depois desfazendo o sorriso, com uma cara preocupada.

Little Angel- 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora