Capítulo 4

1.1K 42 1
                                    

Acordei com o despertador chato tocando em meu ouvido. Dessa vez, joguei-o no chão e ele parou de tocar. Estava sonolenta. Irritada. Meu sonho não foi bom, digamos.

Tomei um banho quente, coloquei uma calça jeans surrada e uma regata azul-clara. Me olhei no espelho e sorri, desanimada. Nunca usei roupas meio decotadas. Bem, tem uma primeira vez pra tudo. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e escutei minha mãe me chamar. Desci correndo, estava com muita fome.

Tomei meu café com leite, comi minha torrada com manteiga e sentei no sofá para esperar Carly resolver descer. Como eu disse antes, é todo dia a mesma coisa. Dessa vez, ela demorou mais. Eu quase não entrei na escola por causa da princesa. Levei uma bronca do professor de História.

Tirando isso, minha manhã foi até que divertida. David, Jenny e Carol me contaram como era o Bieber. Ele é magro, muito magro, alto, tem os olhos cor de mel e eu já vi o cabelo dele. Mas o David disse que esse ano ele mudou o cabelo, deixando ele pra cima. Antes, era bagunçado e “cheio de estilo”, como disse a Carol. A Jenny também disse que ele era muito calado, quase não conversava. Só quando queria.

- Ele costuma só usar as palavras para xavecar as meninas. – disse David, acrescentando a fala da Jenny.

Ri de David e tentei imaginar como ele seria. O Bieber deve até ser bonito, como a Carol diz. Mas, quem sabe? Ah, e eles não sabem o primeiro nome dele. É quase “restrito”, só para os íntimos. Interessante.

Para mudar de assunto, contei a eles do livro que eu estou lendo e que nele também tinha uma Sra. Stubin. Ela é uma senhora cega no livro. Na parte que eu parei, a Janie contava para a Sra. Stubin como os fogos de artifício eram. As cores e o tamanho. E que ela deu uma bolaKoosh* para a senhora, dizendo como era o último deles. Foi fofo.

O intervalo tinha terminado e, para a minha decepção, tinha aula de biologia. Odeio biologia. Principalmente na parte que temos que dissecar sapos. Estremeci de nojo só de pensar e continuei a andar pelos corredores até encontrar minha sala.

Passaram-se as aulas restantes e voltei para casa, graças a deus. Duas aulas seguidas de biologia é demais para mim. Passei a odiar quartas-feiras. Na verdade, não tem como não adorar quartas-feiras, porque vou ao mercado com a Sra. Stubin. Não vejo a hora de vê-la.

Comi um sanduíche e subi, tinha muita lição de casa. Droga, mesmo eu tendo que estudar, lição demais cansa. Estava na metade delas quando minha mãe entrou no quarto.

- O que foi mãe?

- Você pode levar a Carly na casa do Jason?

- Hmm, o Jason? – perguntei, maliciosa.

Minha mãe sorriu e assentiu – Sim, é esse Jason. Ela tem que ir fazer o trabalho na casa dele. É aqui perto.

- Ok, eu levo.

- Obrigada filha.

- De nada mãe. Onde ela está?

- Na sala.

Assenti e desci para a sala. Olhei Carly e tentei não rir.

- Vamos? – perguntei.

- Sim.

Saímos e ela foi me mostrando o caminho. Eu tentava tirar sarro dela, mas não queria que ficasse brava comigo. Então, só ficamos conversando. Perguntei do trabalho, se era só ela e o Jason que o faria... Até que chegamos.

Era uma casa azul e branca. Bem singela. Subimos na varanda e toquei a campainha. Um garoto de mais ou menos 18 anos atendeu. E ele era lindo. Nossos olhares se encontraram e abaixei minha cabeça, sem graça.

- É... essa é a casa do Jason? – perguntei.

- É sim.

- Eu vim deixar a minha irmãzinha aqui, ela veio fazer um trabalho...

- Jason! – gritou o rapaz.

O garotinho veio até nós e sorriu ao ver Carly. Ele era fofo. Os cabelos quase tampavam seus olhos e ele tinha os olhos do irmão.

- Vem Carly, eu já fiz um pouco das pesquisas.

- Tá bom.

Carly entrou correndo e voltei a olhar para o rapaz. Ele me olhava com interesse.  

- Bem... missão cumprida. – disse eu, sorrindo.

- Por que não entra? - convidou ele. – Minha mãe acabou de fazer brownies.

- Ah, eu tenho que...

- Por favor. – interrompeu-me.

Olhei em seus olhos e sorri, assentindo.

- Tudo bem, eu fico.

Ele me deu passagem e entrei. Admirei a casa e não deixei de notar que eles esbanjavam das cores. A casa era bem colorida. Ela tinha vários tons de azul espalhados pelos cômodos. E o cheio de brownies invadia a sala. Escutei a voz de uma mulher e olhei para a cozinha.

- Olá querida! Como é seu nome? – perguntou ela.

- Angela. Eu sou a irmã mais velha da Carly.

- Ah sim. E, como é o nome da família de vocês?

- Nós somos os Biebers'.

Meu coração parou por um instante. Aquele rapaz era... o Bieber. Meu Deus.

Little Angel- 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora