Capítulo 15

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Mode Justin on*

Depois de me despedir de minha mãe, levei Jason até a casa de Angela. Ele me explicou o caminho e notei que ela é, praticamente, minha vizinha. Nem precisava vir de carro. Quando virei à esquina, vi a figura de uma garota na frente de uma casa. Sorri ao ver que era Angela e ela atravessou a rua.

Estacionei o carro e desci. Ela ia para a casa da frente. Jason tocou a campainha e fui para o lado dele, sem deixar de olhar para ela. Uma senhora atendeu. Ela deve ser a Sra. Stubin de que ela tanto fala. A mãe de Angela atendeu a porta e entramos. A casa era bonita.

- Rachel, você se importaria se eu te fizesse companhia? – perguntei, quando notei que meu irmão já tinha subido.

- Claro que não, Justin! Eu não tenho nada para fazer mesmo.

Sorri para ela e sentamos no sofá.

- Olha, o meu irmão adora a Carly.

- E a Carly também gosta do Jason. Eles se dão bem.

- É. - disse, sorrindo.

- A Angela me disse que você joga no time de basquete.

- É... eu jogo. Eu sou capitão dos Wolves há três anos.

- Você deve ser bem cobiçado.

- Até que um pouco, mas eu não gosto mais disso.

“Não depois que conheci a Angel”.

Senti meu celular vibrar em meu bolso e vi que era Selena. Pedi licença para Rachel e fiquei na varanda.

- O que você quer? – perguntei, já com raiva.

- Nossa Jus, você é muito chato!

- Sou mesmo. O que você quer Selena?

- Todos estão te esperando para jogar.

- Ah, então fala pro treinador que eu não vou ao treino hoje.

- Por quê?

- Isso, por acaso, é da sua conta?

- Eu sou a sua namorada, é claro que é da minha conta.

Respirei fundo e contei até três para não desligar o telefone da na cara dela.

- Eu não sou seu namorado, Selena. Nós terminamos tem quase um mês!

- Não é verdade, você é sim meu namorado.

- Quer saber? Só avisa pro povo aí que eu não vou ao treino.

Desliguei o telefone e sentei no banco branco de madeira. Respirei fundo e senti que as minhas veias estavam saltadas pelo nervosismo. Eu odeio essa garota, odeio. Fiquei uns minutos ali, sentado, tentando controlar a raiva que eu estava sentindo. O que eu faço pra ela sair do meu pé?

Olhei para a casa da frente onde Angela tinha entrado há alguns minutos e sorri, pensando no que ela estaria fazendo agora. Levantei e andei até a porta, respirei fundo e a abri e dei um sorriso amarelo para Rachel.

- Meu treinador me deu uma bronca. – menti.

- Sério querido? Por quê?

- Era para eu estar no meu treino agora.

- E por que você não vai?

- Eu queria esperar a Angela chegar.

- Ah Biebs, ela só vai vir mais tarde, você pode ir ao treino e voltar aqui.

- Eu não quero jogar hoje. Estou mole.

Rachel riu de mim e sentei no sofá na frente dela. A TV estava ligada agora e passava jornal. Olhei para ela sorrindo e uni minhas mãos.

- Você parece bem disposto. – disse ela.

- Só pareço. Se eu pudesse dormir agora mesmo, eu dormiria. E se eu estivesse em casa, a minha mãe me xingaria até eu ir. Então, eu vim aqui te fazer companhia. É mais divertido.

Outra vez, Rachel riu de mim. Molhei meus lábios e escutei Carly chamar sua mãe. Rachel levantou e assenti, dizendo que ela poderia ir. A mulher subiu as escadas e suspirei, pensando na bronca que levaria da minha mãe e do treinador George. Mas, eu não saio daqui sem falar com Angela, não mesmo.

(...)

- E ele conseguiu arrancar a bola de mim, mas eu corri atrás do idiota e tomei dele, fiz uma cesta de três pontos e a platéia foi a loucura. Foi muito legal.

- Deve ser sim. Eu nunca conseguiria jogar, sou toda travada.

Rimos juntos e escutei o barulho da porta de fechar. O momento que eu queria chegou. A minha anja finalmente apareceu. Levantei da cadeira e sorri para ela.

- Angel!

- Oi Justin... – ela respondeu, com um sorriso no rosto.

Não resisti e a abracei. O abraço ela era muito bom. O melhor de todos. Senti um frio na barriga de repente e ela estremeceu. Vi seus pelos arrepiarem e Angela se soltou de mim logo em seguida.

- Como foi a aula de piano, querida?

- Boa. Eu terminei aquela sonata do Beethoven.

“Só faltava essa. A minha anja ainda toca piano!”

- Que ótimo!

- É... eu vou colocar a minha bolsa lá em cima e já volto...

Angela subiu correndo. Sentei na cadeira e a mãe dela me olhou um tanto deslumbrada com a filha.

- Não sabia que ela tocava piano. – disse eu, sorrindo.

- Ela toca desde o final do ano passado.

- Que legal. Eu toco violão, bateria, trompete e piano também.

- Nossa... quantos instrumentos! 

- É. Mas o que eu mais toco é violão.

Ficamos conversando por mais ou menos, meia hora. Angela nunca voltava. Até que vi, outra vez, “uma anja na minha porta”, que nesse caso era na minha frente. Angela vestia um blusão que dava até metade da sua coxa, deixando suas belas pernas à mostra. Seu cabelo estava preso em um coque e ela parecia estar pálida, meio tristonha. Ela sorriu para nós e sentou ao lado de sua mãe.

- Eu precisava de um banho. Desculpem-me se demorei.

- Não foi nada, Angel. – respondi, sorrindo para ela.

Angela estava estranha. Parecia ter ficado triste de repente. Admirei-a por um segundo e vi que ela ficou envergonhada, depois abaixou a cabeça. Sua mãe segurou em sua mão e ambas sorriram.

- Você não quer comer, filha?

- Eu comi na casa da Sra. Stubin.

- Ela fez a sopa dela?

- Sim.

- Devia estar uma delícia.

- E estava.

Vi que Angel sorriu e ela me olhou também, encontrando nossos olhares. Pensei um pouco em o que dizer. Enquanto pensava, Jason e Carly desceram as escadas juntos e, pelo tanto que eu conheço o meu irmão, ele estava copiando o Justin aqui. Tentando conquistar a menina. “É assim que eu gosto”, pensei.

- Mano, eu já terminei o trabalho.

- E como ele ficou? – perguntei.

- Nós dois vamos tirar um A nele. – disse Carly.

Vi que Angela revirou os olhos e sorri, ela ficava bonita de todos os jeitos.

- Nós vamos embora daqui a pouco, tá? Pode brincar mais com a Carly, seu safado.

Carly riu de mim e eles subiram para o quarto da menina. Meu irmão é um mulherengo desde cedo. Adivinha com quem ele aprendeu?

- Ele parece gostar da Carly – tomei minha atenção para Angela e assenti sorrindo.

- O Jason só falou dela o resto da semana. Ele a adora.

Sorrimos juntos. Quase morri derretido com o sorriso dela. Minha barriga começou com aquele frio doido de novo e o celular da Rachel começou a tocar.

Little Angel- 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora