Mode Rachel on*
Eu não estava em mim. Meu corpo estava dentro de um armário, amarrado e encolhido, porém meu espírito não estava ali. Estava em um sonho, um bem atormentado por sinal.
O cenário em si era todo preto, nem chão havia. Apenas o preto. E tinha um casal de idosos praticamente brigando no centro desse preto. O homem gritava com a mulher, deixando-a encolhida e sem ação. E quando vi o rosto do homem já de idade, sorri surpresa. Era Charlie e Martha. Só depois que notei de quem se tratavam, consegui ouvir as vozes de ambos.
- Você quer que nós sejamos extintos, Charlie? Os Stubin, os poderosos criadores dos sonhadores, extintos!
- Se o destino foi esse, porque você interfere? Sinceramente, colocar um fim nisso tudo seria o melhor a se fazer.
- Melhor? Onde você vê melhor nisso? Não anseio ver o clã mais poderoso ser esquecido pelo passar do tempo. Ele tem que reinar e mandar nos outros três, como sempre foi há gerações.
- Quer saber o que acho? Você enlouqueceu tentando deixar nossa linhagem viva por mais tempo e acabou ferindo muitas pessoas. Minha nora, minha neta e o namorado dela. Sem contar no que isso levou a Angela fazer, quase matar a Lilian e Robert. Você não vê o estrago que está fazendo? A bola de neve que está formando?
- Tudo isso vai passar assim que conseguir o que...
O velho homem deu um tapa no rosto da senhora e coloquei minhas mãos sobre minha boca, vendo a aflição de Martha diante da atitude de Charlie.
- Pare de agir como se fosse a rainha, Martha! Você não é a rainha dos sonhadores. Você sabe muito bem que irá “tomar o trono”, não sabe? Por isso quer mudar o destino dela. Quer apenas usá-la.
Martha olhava para Charlie com um olhar de desdém, até com certa culpa.
- Se não deixar as coisas acontecerem normalmente como devem ser, você irá perder a confiança de pessoas que te amam. Aliás, já deve ter perdido. Você não é mais a Martha com quem me casei há anos atrás. Essa mulher que observo agora é fria, desumana e sem coração. A minha Martha não é assim.
- Sou eu sim Charlie, e-eu só queria fazer as gerações futuras se lembrarem dos nossos antepassados. De quem foram os Stubin. – ela tinha uma voz falha.
- É claro que eles vão saber. Nossos bisavôs que criaram tudo isso, porque iriam esquecer sobre a origem deles próprios? Você ficou tão obcecada com isso que não conseguiu visualizar o ponto chave. Entende agora o erro que cometeu? E, pelo o que eu vi da minha netinha, você conseguiu destruir a base dela. Você foi baixa, Martha. E ela te ama tanto, te trata como se fosse avó dela de sangue.
A senhora tinha lágrimas nos olhos e olhava para Charlie, totalmente culpada. Eu também chorava, notando o tanto que ela foi tomada pelo poder e pela ambição. E a minha Angel foi a que mais sofreu com tudo isso.
- Você vai consertar isso, parar de agir como uma obcecada e trazer de volta a paz da família do meu filho. Vai fazer o favor de cuidar de todos que, por sua causa, estão feridos não só no físico, mas no psicológico também. Promete que vai fazer isso? Por mim e pelo Peter?
Martha assentiu e abraçou Charlie, que retribuiu o abraço e depois de alguns segundos, foi deixando aquele imenso preto, desaparecendo como pó no vento. Senti o mesmo vento bater em meus cabelos e sentei, sentindo meu corpo arrepiar e tombei minha cabeça para trás. Meus dedos se retorciam. Deitei naquele preto sem chão e fechei os olhos, vendo a imagem de Angela chorando e em seguida a de Justin.
Abri meus olhos e senti meus pulsos e meus pés estarem amarrados e estava toda torta no armário. Estava com torcicolo e com muita dor de cabeça, além da dor no corpo de estar apertada em um armário. Molhei meus lábios secos, passando meus dedos em meu corte, que imediatamente me fez gemer de dor. Porém continuei, seguindo o traço do corte e notei que havia dois grandes e os demais eram apenas arranhões. Também estava coberto de sangue seco e não parava de doer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Little Angel- 1ª Temporada
FanfictionPS: Essa obra não é minha, eu apenas a reposto. Fanfic por: Giih Amorim todos os direitos reservados á ela. Estava deitada no meu quarto, outra vez com ele na cabeça. Depois do que aconteceu naquela tarde de quarta-feira, era como se a minha vida ti...