Capítulo 32

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Jesus Cristo. Eu estava certa. Elas têm mesmo uma ligação sombria. Senti-me mal por uns segundos. Não levava isso a sério, mas, olha no que deu. Não sabia o que falar a ela. 

 

- A de prever o futuro? – respondi, tentando não parecer assustada.

- Justamente. E tem grandes chances de você também ter essa ligação, Angela.

- Sério? Por quê?

- Eu vou te explicar a história do começo. Primeiro, pode pegar um dos livros na minha estante?

- Tudo bem. – disse, me levantando e indo até a enorme estante dela – Qual você quer?

- Um vermelho com detalhes dourados. Só tem ele dessa cor.

Procurei por entre os livros e encontrei um livro grande, com detalhes em dourado nos cantos e o tirei da estante. Tinha escrito na capa “Livro dos sonhos” em dourado também, com uma letra parecida com as de contos de fada. Mordi meus lábios, pensando o que poderia ter no livro. Andei até o sofá e sentei, o entregando à senhora, que já tinha colocado seus óculos de armação grande, e abrindo o livro.

Ela o folheava com calma, eu tentava decifrar as palavras de um inglês parecido com o de Shakespeare. Uma vez ou outra vi o nome da Sra. Stubin lá, e do Charlie também. Eram mais “Amy Stubin” e “Carter Stubin”. Vi esses nomes umas vinte vezes. E aí vi o meu sobrenome, Collins. “Sandra Collins”, “Carlisle Collins”, “Karen Collins”, e vi o nome da minha avó, “Lauren Collins”.

 

Senti minha pressão baixar. Ela parou em uma página onde tinha a foto de minha mãe com meu pai, e do lado outra foto, a da Sra. Stubin e do Sr. Stubin. Olhei para Sra. Stubin, que sorria calorosamente ao ver as fotos.

Milhões de perguntas invadiam a minha mente enquanto me sentia fraca demais para perguntar. 

- Por que a minha mãe e o meu pai estão nesse livro, Sra. Stubin?     

- Porque os seus pais fazem parte da família dos sonhadores.

- Como assim?

- Quando eu era casada com o Charlie, há mais de quarenta anos atrás, ele me contou que teve uma namorada na adolescência, e ela teve um filho com ele, porém, ele não sabia da existência desse filho. E depois de anos, descobrimos que ele estava namorando uma sonhadora também, na qual fazia parte dos Collins.

Sra. Stubin sorriu com gosto, enquanto eu estava sem entender nada.

- Cada família de sonhador designa um poder diferente, porém, os poderes são limitados. A nossa era de prever o futuro. E por coincidência, a da sua mãe também. Nenhum dos meus dois filhos que tive com Charlie teve poderes, porém, o Peter teve, mesmo não sendo um filho meu, eu sempre o considerei meu filho.

- Então, isso quer dizer que...

- O Charlie era seu avô, Angel. E eu sou sua avó também.

E então caiu a ficha. Senti as lágrimas caírem lentamente pelo meu rosto e olhei para Sra. Stubin, chocada. Levantei-me do seu sofá, peguei minhas coisas e sai da casa dela. Não tive coragem de estar lá por mais nenhum segundo. Fui correndo para a casa de Justin, em meio às lágrimas. Precisava falar com alguém que me entendesse.

Chegando lá, Jason que ateneu à porta. Ele me olhou preocupado e me deixou passar. Lembrei-me quando pisei na cozinha de que Justin estava no treino e dei um tapa em minha testa.

- Angel, o meu irmão está no treino...

- A sua mãe está em casa?

- Está sim, no jardim.

Little Angel- 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora