Capítulo 33

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Depois de fazer o meu lanche, subi para o meu quarto e me deitei ao lado dela, fitando-a dormir tranquilamente. Queria saber o que ela tinha para falar a mim. Pelo jeito que minha mãe disse, parece ser sério.

Acariciava seus cabelos que, ao brilhar a luz do pôr do sol, tinham um tom de cobre cintilante. Angel se mexeu, se aconchegando em meu peitoral. Sua respiração quente me eriçava os pelos. Continuei a afagar seus cabelos e vi meu irmão passar no corredor e depois parando na minha porta.

- Isso me surpreende. – disse ele, com uma cara um tanto surpresa.

- O que? – perguntei.

- Você não estar atracado nela.

Jason sorriu malicioso e joguei uma almofada nele, o fazendo fechar a porta. 

- Babaca. – sussurrei, voltando minha atenção à Angela. 

- Hm... Justin? – disse ela, abrindo os olhos.

- Oi Angel. – respondi.

Sorri calmamente enquanto ela se levantava do meu colo, esfregando suas mãos em seus olhos.

- Por quanto tempo eu dormi?

- Bem, agora são quase 18hs, então...

- Dormi demais! – disse ela, surpresa – Tenho que voltar para casa!

- Mas você não queria falar comigo? – perguntei, um tanto confuso.

- Ah, é mesmo. – disse ela, rindo baixinho – Desculpe.

- Não tem problema, amor. – sorri a aninhando em meus braços – Agora, me conta. Minha mãe me disse que era sério. – disse, preocupado.

- Tudo bem, mas vai tomar um pouco do seu tempo – disse ela, sorrindo.

- Eu não tenho nada para fazer mesmo! – disse, a fazendo rir de mim.

- Só você para me animar em uma situação dessas, Biebs.

Angel se ajeitou na cama, de modo que ela ficasse entre minhas pernas enquanto eu a abraçava. Eu brincava com os cabelos dela, fazendo-a rir de vez em quando.

- Desse jeito você vai encher o meu cabelo de nós! – reclamava.

- Para de reclamar e me conta Angel, estou preocupado com você.

Angela me olhou aflita e assentiu, olhando para o nada. Ela contava de uma história da Sra. Stubin, aquela senhora que ela sempre passa as segundas, quartas e sextas-feiras limpando a casa dela. Pelo o que eu entendi, o pai dela é o Sr. Stubin, o marido falecido dessa senhora, porém, de uma namorada da adolescência, a avó da Angel.

- Que história embolada, Angel. Então, os seus pais eram quase primos? 

- Acho que sim. E eles nunca me contaram isso. E não é só isso, tem uma história de família de sonhadores.

- Como assim?

- As famílias de sonhadores são aquelas que um membro da família tem poderes, que no caso da minha mãe e da Sra. Stubin é prever o futuro.

- Sua mãe prevê o futuro? – olhei Angel surpreso, porém confuso – E você nunca percebeu?

- Ela sempre dava conselhos que davam certo, ou falava o que iria acontecer comigo ou com a Carly se fizéssemos algo de errado. Coisa de mãe, sabe? Mas, era porque ela sabia o que iria acontecer se fossemos no caminho errado. Ela previu que eu te namoraria sem te conhecer, Justin.

- Sério? Que louco. – sorri, atrevido - Eu também sabia que ia te namorar, sabia? Só que era porque eu sabia que você seria minha. – disse, a fazendo rir.

- Você é um bobo – disse ela, passando sua mão pelo meu abdômen. – Mas isso é sério, Justin. Ligando os fatos, por isso que o meu pai era tão ligado ao Charlie. E eles morreram juntos.

Vi uma lágrima cair de seus olhos e a sequei gentilmente.

- Você vai conseguir entender tudo isso, Angel. É só você deixar a sua mãe conversar com você.

- Mas, eu tenho certeza que ela vai falar um monte de desculpas esfarrapadas para encobrir o passado deles.

- Você pelo menos vai tentar?

Angela se desprendeu de meus braços e me olhou nos olhos, ainda aflita. Depois assentiu, me abraçando. Retribui o abraço e ao tocá-la, vi seus pelos eriçarem. Sorri e beijei sua bochecha, fazendo-a me olhar em seguida.

- Obrigado, Biebs. – disse ela, sorrindo.

- Não foi nada, Angel. Você sabe que pode contar comigo sempre, não sabe?

Angel assentiu sorrindo e me selou, em seguida repousando sua cabeça em meu ombro. Não queria vê-la triste, mas pelo visto, vou ver isso direto.

- Eu te amo – disse a ela – e quero que saiba que, não importa o que acontecer, eu sempre estarei com você, meu amor.

Senti algo gelado em meu ombro e olhei para ela, que havia acabado de derramar uma lágrima singela. Beijei o topo de sua cabeça e a abracei, depois a pegando no colo e correndo pelo quarto, descendo as escadas e correndo pelo quintal. Angela ria constantemente, até me dava uns socos leves nas costas.

- Justin! Me solta! – dizia ela.

Deixei-a na grama, me deitando ali em seguida. Angela deitou em cima de mim, ainda rindo.

- Você é muito idiota.

Angela sorriu mordendo os lábios e deslizei minha mão em seu rosto, em seguida tocando seus lábios nos meus tranquilamente, passando por um beijo respeitoso e calmo. Fiquei por cima dela, com uma de minhas mãos segurando fortemente em sua cintura, pressionando seu corpo contra o meu enquanto a outra ainda estava em seu rosto, o acariciando gentilmente.

Ela passava suas mãos pelo meu cabelo, pousando-as na minha nuca. Paramos nosso beijo com selinhos demorados, cheios de ternura. Abri meus olhos e ela abriu os dela em seguida, sorrindo sem graça e mordendo seus lábios.

- Meu anjo – sussurrei, fazendo-a sorrir.

Deitei-me ao seu lado, fitando-a observar as estrelas que estavam a se formar naquele início de noite. O céu estava mesclo, cheio o de cores diversas. Laranja, rosa e azul, e bem no fundo, o preto, as demarcando. As nuvens coloridas também destacavam o céu, fazendo ela o analisar com um sorriso terno no rosto.

- Tenho que ir. – disse ela, se levantando da grama – Minha mãe vai ficar preocupada.  

- Eu te levo – disse, me levantando também.

Avisei minha mãe de que iria levá-la em casa e fomos a pé até lá. No caminho, segurava Angela pela cintura, fazendo-a ficar perto de mim. Sua cabeça estava deitada em meu ombro e conseguia sentir sua respiração batendo de vez em quando em meu pescoço.

Não demorou muito até chegarmos. Paramos na porta da casa dela e Angela olhou para a casa da Sra. Stubin de soslaio, tirando aquele sorriso perfeito que estava estampado no seu rosto.

- Angel, promete que vai ouvir sua mãe? – disse, a abraçando e olhando em seus olhos cor de mel.

- Prometo Biebs.

Beijei-a calmamente, segurando em sua cintura. Angela separou seus lábios dos meus e repousou sua cabeça em meu ombro. Vimos um vulto na janela, provavelmente de Rachel, e ela se desprendeu de mim, sorrindo tristemente.

- Te ligo quando falar com ela, está bem?

Assenti e a esperei entrar. Voltei para casa, pensando em como seria essa conversa entre ambas. Coloquei minhas mãos em meus bolsos enquanto caminhava tranquilamente, olhando para o céu.

Little Angel- 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora