Capítulo 40

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Mode Justin on*

Hoje foi um dia incrível. Levei Angel para sair e percebi que ela não consegue deixar de ser solidária até no meio de um encontro. Ajudamos uma senhora, acho que amiga daquela senhora que ela ajuda toda semana, paramos na floricultura e um senhor deu uma flor para minha Angel e me senti enciumado. Ele não tinha o direito. E ela parecia estar grata. Ajudamos também uma moça que tinha seu filho perdido, que o encontramos na rua vagando em meio ao choro.

Quando ela pegou aquela criança no colo, eu senti na alma que ela seria a mulher da minha vida. O jeito que ela a acalmava era tão natural, tão espontâneo. Só de olhar para Angela, o menininho parou de chorar. Foi incrível. Como se fosse um dom.

Depois entregamos o filho para a moça e paramos na frente de um bar. Logo reconheci Barry, bebendo enquanto assistia a uma partida de basquete. Jones, Tonny e Carl estavam juntos a ele. Eles são colegas de trabalho do meu pai. Apresentei Angela a eles e, como já era de se esperar de bêbados, começaram a tirar chacota só por eu estar namorando.

Xinguei todos eles e senti estar em encrenca. Esses filhos da puta vão contar tudo para o meu pai. Mas não estou nem aí, porque o mais importante foi que defendi minha namorada e mostrei a eles que eu não estava de brincadeira ao me referir em que mudei de verdade. Quero tornar nosso namoro oficial assim que colocar um anel que represente nosso amor no dedo dela e dizer o quanto a amo na frente de quem quiser ver e contestar. Porém, como estou sem grana, vou ter que esperar um pouco para fazer isso.

Depois de xingar aquele bando de cornos, Angel parou na frente de uma igreja enquanto passeávamos pela calçada. E essa igreja eu conhecia muito bem. Lembro-me como se fosse ontem os longos dias que passei tocando piano aqui. Minha mãe gostava de ajudar o padre com suas “caridades” e essas coisas de igreja.

Lembro que conheci meu primeiro amor naquela igreja. Seu nome era Hilary Carter. Uma menina loira, linda como uma rosa a desabrochar. Só não gostava dos seus óculos, porém adorava olhar para o fim de seu vestido azul plissado. Ela sempre o usava quando ia à igreja, apesar de um pouco curto.

Conheço o Reverendo Harrison desde os seis anos. Ele sempre foi muito amigo da minha família e costumava nos fazer visitas, até sua mulher falecer a cinco anos atrás. O senhor teve que cuidar da igreja sozinho e minha mãe, por solidariedade, decidiu ajudá-lo. Mesmo não gostando muito de religião hoje, sei o quanto é importante essa igreja para a minha mãe.

Vi Mandy, outra garota – que eu era fascinado pelas suas curvas e seu sorriso – que costumava ver na igreja, mas nunca tive muito contato com ela, apesar de minha mãe ser amicíssima dela. E parece que a Angel também é.

Havia uns anos que parei de frequentar a igreja por bebedeiras no dia da santa missa. Minha mãe passou a levar Jason ao invés de mim e depois disso que entrei mais no “mau caminho”, como diria o Reverendo Harrison. Entrar aqui novamente me revigorou muito, mesmo não demonstrando isso.

Deixamos a igreja e fomos passear no parque, o último lugar que iríamos hoje. Há estava começando a escurecer e tinha que levá-la para casa. Caminhávamos de mãos dadas e olhei para ela, que olhava para o céu, admirada. Realmente a paisagem estava muito bonita, ainda mais com ela ali ao meu lado. Fiz Angel parar e olhei nos olhos dela, sorrindo em seguida. Puxei-a pela cintura e não deixei nenhum espaço entre nossos corpos. Estava necessitado de sua boca, do seu calor.

Tomei seus lábios e sentia suas mãos em minha nuca, a acariciando, me deixando um pouco arrepiado. Minha barriga começou com aqueles frios doidos outra vez, como na primeira vez que a abracei. Era incrível a capacidade que seu corpo tinha de dominar o meu apenas com o toque.

De repente, Angela parou de me beijar e me olhou angustiada, como se alguma coisa tivesse acontecido.

- Não sabia que tinha me trocado por outro, Angel.

Little Angel- 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora