27

2.9K 219 31
                                    

Madison

-Você vai pra Califórnia? Quando pretendia me contar? -digo enquanto ele estaciona o carro. Ainda está se recuperando do susto que tomou quando eu gritei ao ver o formulário PREENCHIDO na sua pasta.

-Eu ia te contar, está bem? Depois do jogo, aquele dia que briguei com Parker. Juro que ia te contar.

Sei pela maneira que me respondeu rápido que é verdade. Ele teria me contado, se não fosse todos os acasos que aconteceram naquele dia. Mas ainda sim, isso não muda o fato de ele nunca ter ao menos mencionado que tinha planos de estudar na Califórnia.

Por que ele não me contou antes? Será que não sou importante o suficiente para fazer parte dos seus planos, ou pelo menos para ouvi-los? Será que ele me vê somente como uma namoradinha do colegial, algo passageiro? Posso dizer que é horrível quando você descobre que a importância que você dá à alguém, é sem reciprocidade.

Talvez Peter estivesse de fato certo. Shane não se importa, não o suficiente para compartilhar seus planos comigo. Quer dizer, não é como se meus planos incluísse casar e ter filhos com ele, não cheguei ao ponto de pensar nisso ainda. Mas eu tinha planos para esse verão e o verão seguinte, e também planos para o seu aniversário no próximo mês. Não quero ser uma namorada egoísta, mas ele ir pra Califórnia não me trás nenhum benefício.

Não sei dizer se estou mais brava ou magoada, ou os dois, ou nenhum, mas sei que não suporto nem ver sua cara ou ouvir sua voz no momento, e tenho medo de falar alguma coisa e começar a chorar ou de surtar no carro por sua falta de consideração. Por esse motivo me mantenho calada, apenas absorvendo tudo que houve nos últimos cinco minutos.

-Não é grande coisa, Madison. Você está fazendo tempestade num copo d'água.

Ele diz rispidamente. É visível que ele ainda está bravo com o que aconteceu na festa, e eu quero muito acreditar que, se não fosse pelo acontecido, ele estaria mais disposto no momento a se redimir comigo, ao invés de se mostrar frio e indiferente.

-Eu não quero te ouvir. -é tudo o que eu consigo dizer.

Ouço sua risada abafada, o que me faz ter nojo dele. Estou com tanta raiva que mal consigo pensar na situação.

-Se não quer falar comigo, então ótimo. Porque eu também não quero falar com você.

Ele diz e fecha a cara. Já vi que não tem jeito, não vamos conseguir resolver nada hoje, não adianta eu insistir. Então apenas abro a porta do carro e digo, tentando parecer firme:

-Se é incapaz de ver que errou, então você é pior do que eu pensei.

Achei que ele fosse rir com sarcasmo de novo, mas seu semblante mostra decepção e arrependimento. Ou eu posso estar completamente errada, e ele não está nem aí.

Ele dá a partida e eu caminho rápido pela rua, em direção a casa de May.

Quando chego na casa e abro a porta, me deparo com Peter adentrando na sala. Fico paralisada vendo-o diante de mim, e sei que está igualmente paralisado quando ele tira o pano úmido dos olhos e consigo ver melhor sua pálpebra inchada.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
I MEANT TO HURT YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora