MADISON
Acordei duas vezes durante a noite, e percebi que Peter não estava do meu lado. Na verdade não tenho certeza, talvez tenha sido apenas um sonho, estava muito exausta para ter certeza de qualquer coisa -foi um dia difícil, com exceção do encontro.
A terceira vez que acordei, foi quando tive certeza de que não estava sonhando. Ele estava do meu lado, e a luz do sol que começava a nascer iluminava metade do seu rosto. Sorri automaticamente ao me recordar da noite passada, pensei em cada detalhe do que aconteceu e de como esse garoto tem me surpreendido mais a cada dia que passo com ele.
Durante todo o caminho até a escola, ele segura minha coxa e a aperta forte quando chega no refrão, e eu o acompanho, ignorando a força de seus dedos na minha perna, apesar de doer um pouco -talvez ele não tenha noção da força que tem- ainda sim gosto de sentir seu toque na minha pele. Então voltamos a competição boba de quem canta mais alto, e ele ganha, porque acabo ficando rouca de tanto gritar, tentando acompanhar Freddie Mercury.
Quando chegamos, levo um tempo pensando em como serão as coisas agora, começando por aqui. É estranho chegar na escola e não ir atrás de Shane. Em parte sinto falta da sua familiaridade, em como estava tão acostumada com sua presença e de seus amigos idiotas, mas sinto que o sentimento não foge muito disso. Familiaridade e costume, apenas isso. É como se eu estivesse ocupada demais envolvida com Peter para gostar de qualquer outra pessoa. Mas não quero pensar muito nisso, porque não sou do tipo sentimental.
Acabo pensando também se deveria ou não segurar sua mão enquanto caminhamos juntos pelo corredor, mas acabo não fazendo nada, apenas seguro as alças da minha mochila enquanto converso com ele sobre a minha péssima escolhe de aulas extracurriculares, já Peter, acha que eu deveria ver o lado interessante em cada uma delas ao invés de só reclamar. Percebo de relance alguns -na verdade muitos- olhares e cochichos em nossa direção, como se eu andar com Peter fosse grande coisa, bom, talvez seja, mas não é da conta de ninguém.
Ignoro esse bando de desocupados quando Peter comenta algo que me faz rir tanto que minha barriga chega a doer, e só paro de rir quando vejo Shane, encostado em seu armário, olhando para mim com seu maxilar tão marcado, serrando os dentes que dá para ver de longe.
Peter percebe que não estou mais prestando atenção em sua piada e logo vê o motivo, mas continua andando e eu o acompanho, sem parar o contato visual com meu ex. Em parte, despertar raiva ou ciúmes é divertido, mas logo me repreendo por pensar assim. Não por Shane, mas sim porque pensar assim faz com que pareça que estou usando Peter para fazer ciúmes nele, o que não é verdade.
Fico pensando se eu realmente gostava de Shane como pensei, quando está sendo tão fácil viver sem ele. Mas eu sei como as coisas funcionam pra mim, eu não sou do tipo sentimental como já comentei.
Peter continua falando comigo, e eu tento de verdade prestar atenção, mas sou distraída quando vejo Mandy atravessando o corredor e beijando Shane. Vadia. Isso me pegou de surpresa.
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I MEANT TO HURT YOU
FanfictionEssa sinopse é na verdade uma promessa: Eu me comprometo em fazer você sentir alguma coisa lendo essa fanfic - não necessariamente alguma coisa boa. ... Madison Stoner pode ter esbarrado com Peter Parker no corredor da escola uma ou duas vezes, mas...