MADISON
Depois que voltei para a sala, não encontrei Peter, na verdade, só o vi de novo em casa um pouco antes da hora do jantar, mas ainda estava chateada demais para ficar na mesma mesa que ele. Disse para o meu pai que não estava com fome, e pedi desculpas novamente para May, que fez a minha lasanha preferida. A verdade é que eu estou morrendo de fome, por isso espero todos irem dormir para voltar para a cozinha e finalmente poder comer a lasanha de May.
Fico pensando o que Peter fez durante toda a tarde que não esteve em casa, e meu coração dói ao imagina-lo com Stenfield. Eu deveria ter cortado todo seu cabelo, para ela entender de uma vez que deve ficar longe. Mas a quem eu quero enganar? Não adianta ameaçar ela, quer dizer, eu posso ficar brava com ela pela falta de respeito no nosso relacionamento, mas ela não tem que me dar nenhuma satisfação, foi Peter quem errou, e tem sido bem difícil castiga-lo com meu silêncio e distância, quando na verdade tudo o que eu queria era poder beijar ele e tirar da minha cabeça a imagem dos dois juntos.
Ciúmes é algo novo para mim. Eu não sei como lidar com isso, está fora do meu controle, coisa que costumo ter bastante, menos quando se trata de Peter. Claro que eu sei que cortar o cabelo de Madison não foi o melhor jeito de lidar com meu ciúmes, mas quando me dei conta, a tesoura já estava na minha mão, e a raiva só tomou o lugar do meu bom senso desde então, dei a ela uma segunda chance, mas suas palavras só me incentivaram a continuar o que eu estava fazendo. Queria poder ser boa para o Peter. E quero acreditar que é verdade, que ele gosta mesmo de mim, que ele não a beijou de volta, mas como eu vou saber se é verdade, se eu não estava lá para ver?
Merda. É aquela merda que eles chamam de confiança. Dizem que precisamos confiar nas pessoas que amamos, confiar em suas palavras. Ouvi dizer que é a maior prova de amor, e blá blá blá. Peter me deu essa prova, quando confiou em minhas palavras dizendo que estava apaixonada por ele, e eu sei que no fundo, ele sabe que foi difícil para mim admitir aquilo. Então talvez agora seja a hora de eu confiar nas palavras dele, assim como ele confiou nas minhas.
Quando entro na cozinha, a luz da cidade que invade a janela clareia o rosto de Peter, engraçado como parece que seu rosto está sempre sendo iluminado para mim. Cruzo os braços e me encosto no batente, simplesmente porque gosto de olhar para ele.
Ele não percebe a minha presença na sala escura, o observando enquanto ele belisca a lasanha na geladeira. A minha lasanha. Mas se é meu, então é dele também. Como os casais normais e saudáveis fazem. Rio baixinho ao perceber que estou vendo nós dois como um casal que divide a comida, rio com a ironia do meu pensamento, e como gostei de pensar nisso. Nós dois como um casal de verdade.
Ele percebe minha presença quando estou rindo, e meu sorriso some do meu rosto imediatamente. Fico esperando que ele diga alguma coisa, qualquer coisa, mas ao invés disso, ele se vira e volta a comer a lasanha. Me ignorando completamente.
Então me aproximo e subo nas pontas dos pés o máximo que consigo para pegar um prato no armário, e vendo minha dificuldade, ele pega para mim, sem ao menos olhar nos meus olhos. Me entrega o prato sem dizer uma única palavra, e eu sussurro um obrigada, mas foi tão baixo que eu duvido que ele tenha escutado. Sirvo a lasanha em silêncio ao seu lado, derramando metade fora do prato quando me dou conta de como a luz o iluminando destaca os detalhes do seu corpo, ele está só com essa calça de moletom que eu adoro e sei que está nervoso quando vejo seu peito se contrair com força, o que me faz lembrar de todas as vezes que o vi contrair desse mesmo jeito enquanto transavamos.
A tensão nessa cozinha está me matando, ainda estou chateada com ele, e sei que ele pode estar triste por eu não confiar em sua palavra, mas eu sei que é isso que eu preciso fazer. Ameacei Madison porque não queria que ela ficasse entre nós dois, mas de que isso adianta se meu orgulho e falta de confiança é um obstáculo muito maior no momento?
Sinto a falta dele. E sei que ele também sente.
Quando me dou conta, largo a lasanha de lado e me aproximo de Peter, tão perto que posso sentir o calor do seu corpo, sua respiração está alta o bastante e agora seu peito se contrai mais ainda, e eu espero que isso seja um bom sinal. Queria que Peter entendesse que não é fácil para mim ceder a sentimentos que um dia julguei serem banais, então se ele me dispensar por puro orgulho, hoje ou algum dia, não sei o que vou fazer. E a falta de diálogo me deixa ainda mais tensa. Tudo o que ouvimos é a respiração ofegante um do outro, a ponta de seu nariz toca o meu e eu fecho os olhos, apaixonada pela maneira como ele consegue me proporcionar tantas emoções diferentes com um único ato, tão simples, mas que só Peter consegue fazer.

Meus lábios se abrem e apesar dos olhos fechados, sei que ele quer tanto quanto eu, então ele finalmente encosta seus lábios nos meus, e segura minha cintura com força, me aproximando mais de seu corpo.
Meu Deus, como eu senti sua falta.
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***Espero que tenham gostado do capítulo, eu gosto de escrever sobre os sentimentos da Madison, porque isso é uma coisa que ela está descobrindo agora, e poder dar vida aos sentimentos dela me deixa muito feliz.
Eu espero que a opinião de vocês sobre ela hoje, comparada ao começo da fic seja diferente ***
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I MEANT TO HURT YOU
FanfictionEssa sinopse é na verdade uma promessa: Eu me comprometo em fazer você sentir alguma coisa lendo essa fanfic - não necessariamente alguma coisa boa. ... Madison Stoner pode ter esbarrado com Peter Parker no corredor da escola uma ou duas vezes, mas...