I MEANT TO HURT YOU

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PETER

Quando chego no restaurante, sou imediatamente atingido pelo olhar furioso da Madison, e com razão, pois estou a uma hora atrasado. Seus braços estão cruzados em frente ao peito e ela respira tão pesadamente que se eu não estivesse longe poderia jurar que seus ombros se deslocaram do corpo.

-Está atrasado. -ela diz enquanto eu me sento à sua frente -Qual é a desculpa dessa vez?

De repente, todas as explicações que eu pensei em lhe dizer parecem estúpidas demais para ela acreditar, então eu travo, e o jeito como ela me olha dificulta ainda mais em pensar qualquer coisa que seja.

-Eu, eu… -começo, falhando miseravelmente.

-Essas flores são para mim?

Ela diz olhando para o buquê na minha mão. Tinha até me esquecido dele, então estico minha mão para entregá -lo à ela.

-São sim.

Ela os segura com certa frieza, o que me deixa um tanto quanto inseguro, isso até eu ver seus ombros relaxarem e ela umedecer os lábios, e em seguida tocar as pétalas com as pontas dos dedos. Uma a uma.

-Peter… me deu um buquê de lírios amarelos por causa da minha mãe?

-O quê? Não, não é nada disso. Eu nem tinha pensado nisso. Meu Deus, eu sou um idiota.

Eu deveria ter pensado nisso no momento que Stark o entregou pra mim. Sei que eram as flores preferidas da mãe dela, e eu não quero que ela pense que foi de propósito, já que o meu objetivo com esse encontro era fazer ela esquecer da manhã difícil que teve.

-Tá tudo bem. Elas são lindas. -Madison parece dizer mais para si mesma do que para mim -Mas ainda estou brava com você pelo atraso.

-Eu sei, me desculpa, é que eu...-começo novamente, gesticulando com as mãos mais do que o necessário.

-Não, Peter, eu não quero as suas desculpas. Quer me compensar pelo que fez? Então me leve para outro lugar. Você disse que queria me trazer a esse restaurante para compensar o primeiro encontro, mas eu AMEI o nosso primeiro encontro, foi perfeito, era só nós dois e uma garrafa de vinho, mas agora estamos aqui em volta de um monte de gente rica e esnobe, e eu juro que se aquele garçom vier me encher o saco de novo, eu vou mandar ele tomar no…

-Tudo bem, tudo bem. Vamos para outro lugar então.

Ela parece satisfeita por ter me convencido, e eu fico aliviado por isso. Não é fácil saber o que a deixa feliz, e eu quero muito compensar ela pelo meu atraso.

-Já sei. Vem comigo.

Em um pulo súbito, nos levantamos da mesa e andamos em passos rápidos em direção à porta, mas somos interrompidos pelo garçom, que parece prestes a falar conosco, mas eu acabo falando por primeiro.

-Olha, me desculpa, mas nós não vamos ficar.

-Tudo bem, senhor. Mas será cobrado uma taxa pela reserva da mesa.

Claro. É mais do que justo por segurar uma mesa que nem usamos, quando tem uma fila de pessoas lá fora esperando para entrar. Estou tirando o dinheiro da carteira para entregar para ele, quando o ouço grunhir, e quando olho para cima de volta, vejo que Madison está pegando a garrafa de vinho da sua bandeja e o bebericando.

-Senhorita, esse vinho pertencia a outro cliente. -ele diz constrangido.

-É, e que aliás tem um péssimo gosto. -ela responde com indiferença, encarando a garrafa e depois se dirige à mim -Eu te espero lá fora.

Quando ela sai, eu entrego o dinheiro ao garçom, junto com o dinheiro do vinho que a Madison pegou educadamente.

-Me desculpa por… -tento dizer ao garçom, mas a ouço gritar do lado de fora.

-Não peça desculpas por mim.

Então fico sem saber o que dizer, estou envergonhado, é claro, mas não o bastante para não querer segui-la por qualquer canto que ela escolher.

Vendo que estou sem palavras, o garçom balança a cabeça positivamente, com um sorriso amigável e compreensível, como se aceitasse as desculpas que eu mal terminei de pedir.

-Tudo bem, cara, eu entendo. Boa sorte com essa dai.

Acabo sorrindo também antes de finalmente sair do estabelecimento, encontrando a fera de vestido que está a minha espera.

-Por que você tem que ser tão bonzinho assim?

-Isso se chama "gentileza", você poderia tentar de vez em quando, sabia?

Ela revira os olhos e bebe mais um gole da garrafa, e eu beijo sua bochecha, sentindo sua pele quente por conta da bebida, provavelmente.

-Tanto faz. Agora vem, você vai gostar do lugar que eu vou te levar.

Ela segura minha mão e me puxa pelas ruas.

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***Gente, não achei gifs bons para esse capítulo, mas calma ai que eu já tô postando outro em seguida***