Desabafo (KakaSaku)

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*Sakura*

A semana estava correndo e em fim quinta, o dia em que eu e o Kakashi vamos organizar a área de festas do lugar onde ele mora. Esta semana foi uma grande correria para mim, afinal, diferente da Temari que consegue passar de ano dormindo, ouvindo música ou desenhando nas aulas, eu preciso me esforçar muito para isso e organizar um evento, mesmo que pequeno, é difícil conciliar.

-ESTOU MORTA! Finalmente recreio. –Eu disse saindo me sentando em uma mesa da cantina com os meus amigos.

-Nem me diga, e estou exausta! –Falou a Temari apoiando o cotovelo sobre a mesa, e então deixando bochecha na própria mão.

-Temari, você sabe que dormiu nas aulas, não sabe? –Falou o Sasuke com a sobrancelha arqueada e todos nós rimos, menos os dois.

-Dormir nunca é demais! –Ela disse sem mudar sua típica expressão de tédio.

-Como vai à organização?

-Ah, Naruto, tudo muito corrido, hoje vou lá arrumar o local e deixar tudo certo para amanhã. –Olhei ao redor, percebi que a Temari havia dormido outra vez, nem comeu nada, o Naruto e o Sasuke estavam em uma conversa paralela e a Ino sorria para o celular. –Parece que estou sobrando aqui... –Disse para mim mesma soltando um longo suspiro.

O almoço parecia não acabar nunca, bem como as últimas aulas.

-Dia insuportável! –Falei no meio do corredor procurando o Kakashi sensei. Deixei meus amigos, que não estavam nada afim de conversar comigo, sozinhos. –QUE SACO! –Disse mais alto me sentando num banco do, á do lado de fora da escola.

-O que houve, Sakura? –Quase pulei do banco.

-Kakashi! Eu não havia visto o senhor.

-Desculpe te assustar. –Ele disse rindo da minha cara pálida pelo susto. –Mas o que aconteceu para a senhorita estar tão brava? –Ele perguntou novamente, indicando para que fossemos até o carro. Assim que nos sentamos, comecei a contar.

-Me pergunto como a Temari consegue notas boas, sempre observo ela e nunca vejo está menina colando. –Comentou o Kakashi sem tirar os olhos do transito.

-Me pergunto a mesma coisa! Eu me mato de estudar e a única aula que vejo ela acordada é a de história e.... –Droga, falei demais.

-E.... ? –Desviei o olhar para a rua e sussurrei um "nada" que o fez rir. –Só um cego não vê que a Temari gosta do professor de história desde que ele entrou na escola. –Arregalei um pouco os olhos. Ela não dava sinais de gostar dele antes deste ano então, como ele soube? Digo, era tão perceptível?

-Um cego, ou ele. –Falei com um sorriso de canto de boca.

-Ele vê, mas não tem nada que possa fazer, não pode ter um relacionamento com uma aluna, assim como eu. –Antes que eu pudesse responder ele continuou sua fala. –Vocês duas são muito novas, não que o Shikamaru seja um velho como eu, mas temos nossas responsabilidades acima de tudo, espero que entenda. –Fiquei um pouco triste, mas não disse nada. –Chegamos.

Vi seu sorriso e rapidamente ele abriu a porta do carro para mim sair. Vários materiais espalhados pelo chão, caixas e mais caixas, fomos desempacotando tudo, havia uma grande sala de vidro separada do cômodo.

-Ali pode ser o Karaokê! É um lugar aonde não vai misturar tanto os sons diferentes.

-Sim, e podemos por alguns sofás lá dentro para quem estiver assistindo! –Rapidamente as ideias vinham fluindo. Sempre foi fácil conversar com ele e eu sempre gostei de como o papo flui entre nós. Depois de duas horas, estava tudo pronto.

-Agora é só esperar amanhã para trazer as comidas e bebidas! –Disse me sentando num sofá.

-Estou exausto! –Ele disse se sentando ao meu lado. –Se importa se eu fizer uma pergunta um pouco pessoal? –Olhei um pouco apreensiva, porém curiosa.

-Diga.

-Alguns anos atrás, você namorava com um garoto, Sasori, não? O que houve? Vocês pareciam felizes. –Me levantei bruscamente e fui andando até a janela mais próxima, só de falar neste nome sinto minha pressão baixar, lembrando-me de todo o mal que ele me causou.

-Para todos, éramos um casal perfeito, mas quando estávamos sozinhos ele me batia, fazia com que eu o agradasse de todas as formas possíveis. –Sentia minha voz falhar e as lagrimas descendo pelo meu rosto. Senti as suas mãos segurando meu rosto, sua testa colada a minha, coloquei minhas mãos em seu peito, deixando as lágrimas saírem. Fora os meus amigos, ninguém mais sabia sobre isto, nem mesmo meus pais. –A Temari me ajudou muito a ter forças para sair do relacionamento. Eu me sentia na obrigação de ser e fazer o que ele mandava, como um brinquedo.... Se não fosse a ajuda da Temari, eu não sei o que seria de mim hoje.... –Disse num fio de voz que me restava.

-Me desculpe por faze-la se lembrar disto. –Ele falou com um pesar que senti em sua voz. E assim passamos uns bons minutos, sem dizer mais nada, somente o som de alguns soluços e o embalo de um abraço dado por ele.

É melhor quando é proibido (Shikatema)Onde histórias criam vida. Descubra agora