Óculos

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*Shikamaru*

A semana estava correndo, entre aulas e a digitação das provas dos terceiros anos somados as reclamações constantes da Temari sobre as implicâncias da Shiho com ela sobre sair de perto de mim pois na cabeça dela, ela tem alguma chance comigo, mesmo eu deixando claro que não.

Hoje, finalmente é sexta-feira e como todos os dias, me levanto da cama com sono, juntando o material que vou usar durante as aulas. Pego um casaco e meus óculos em cima da mesinha do quarto, toda está tensão combinada com as ligações da minha mãe sobre o meu aniversário, estão me deixando louco.

Pego as chaves do carro e vou em direção a escola, até pensei em colocar alguma música, porém a escola não é tão longe, então mal ligaria o pen drive, e então já o desligaria de novo. Estaciono o carro na vaga de sempre e caminho lentamente para dentro da escola mexendo nos meus óculos sem prestar a atenção no caminho, e me esbarrando em alguém.

-Me desculpe... –Levantei um pouco o olhar e lá estava o meu sorriso favorito, porém, seu rosto vermelho.

-Tu-tudo bem me-meu amor. –Arqueei a sobrancelha, porque ela está gaguejando? E porque não está focando seus olhos nos meus, como sempre fazemos?

-Está tudo bem? –Perguntei erguendo seu rosto e percebendo que ela também está de óculos. –Parece que viemos combinando hoje, está tão linda. –Falei com um sorriso no rosto.

-E-estou, é só que.... Eu fico um pouco nervosa quando você está de óculos, talvez seja algum fetiche. –Senti as minhas bochechas queimarem e tossi tentando disfarçar, olhando para os lados e me abaixei um pouco para poder sussurrar em seu ouvido.

-Você fica ainda mais gostosa de óculos. –Me afastei dela que estava com o rosto todo vermelho, porém sorrindo, mordi o lábio inferior e sai, indo direto para a sala dos professores.

Me sentei no lugar de sempre e puxei um livro qualquer para ler até que alguém entra na sala, olhei por pensar ser o Kakashi, já que ele é sempre o segundo a chegar, mas desta vez, foi a Shiho, infelizmente. Percebi que ela não desgrudava seus olhos de mim um instante sequer.

-Perdeu alguma coisa em mim? –Pergunte um pouco grosso, me lembrando das ameaças dela para a minha namorada.

-Você fica sexy de óculos. –Revirei os olhos.

-Olha Shiho, eu já lhe disse milhares de vezes que eu não tenho interesse em ti. Aliás, não sei de onde você tirou que pode ficar fazendo ameaças para a Temari. Até onde eu saiba, mesmo eu sendo seu professor, ela tentar algo não é errado.

-Errado é o professor querer! O que você viu nessa pirralha Shikamaru?

-Eu querer não quer dizer que estou "pegando". –Disse fazendo aspas com as mãos. –Eu vejo nela, o que não vejo em você, ou em qualquer outra, e me conhecendo nesses anos, deve saber que sou bem paciente, não me importo de esperar até a formatura.

Seu rosto vermelho num misto de raiva e vergonha que eu ignorei, apenas ouvi a porta abrir, dando espaço para o Kakashi entrar. Com uma observação rápida e sentindo o clima pesado, resolveu ficar calado e logo o sinal tocou indicando-nos para nos dirigir até a sala de aula.

Dei entrada na minha classe favorita vendo todos com conversinhas paralelas, exceto a Temari que me encarava com um sorriso bobo no rosto, tossi indicando que entrei na sala e logo se calaram.

-Hoje vou lhes contar um pouco sobre a história de Vlad III ou Vlad o empalador. Alguém aqui o conhece? –Alguns poucos levantaram a mão.

-Eu sei que ele deu origem a lenda do conde Drácula.

-Certíssima Karin! Bom, ele nasceu em 1431 em Sighisora, Transilvânia que antigamente se chamava Valáquia. Filho de Dracul, que lutou contra o império otomano, com apenas 12 anos ele virou um refém político e foi enviado para Constantinopla onde viveu com o imperador bizantivo Contantino XI, provavelmente criando seu ódio ao povo otomano neste período.

-E por que o chamavam de empalador? –Perguntou o Naruto. –Aliás, o que é um empalador.

-O chamavam assim, pois acreditam que mil turcos ou até mais, morrem em suas mãos desta maneira. Empalar era uma forma de tortura que consistia na inserção de uma estaca que atravessasse o corpo do torturado, era tanta gente a qual ele matou desta maneira que o sultão Mehmed II fugiu da batalha ao ver por volta de 20 mil corpos empalados em volta da cidade onde ele vivia em 1462.

-E por que chamavam ele de vampiro? –Perguntou a Temari.

-Como uma forma de amedrontar possíveis invasores, Vlad drenava o sangue das pessoas empaladas com ferimento no pescoço, deixando-as pálidas. Para vocês terem noção da crueldade dele, para empedir que exércitos inimigos tivessem abrigo para descansar ou estuprassem as mulheres da aldeia quando ele perdia uma batalha, ele queimava as próprias aldeias aliadas. Ele era um homem tão cruel que um dia chamou mendigos, doentes e vagabundos para ajudar a limpar o chão da cidade de Targoviste, capital da Valáquia, com o pretexto de que pagaria uma refeição a eles, porém ele os trancou, tacando fogo matando todos eles.

-Nossa.... –Comentou uma das alunas do fundo da sala prestando a atenção.

- Vlad acabou capturado e decapitado durante uma invasão turca, entre 1476 e 1477. Agora, para segunda-feira, quero um pequeno resumo sobre a aula de hoje, ou curiosidades que não foram ditas aqui.

O sinal tocou e fui guardando o material calmamente, eu havia trocado a minha aula com outro professor, ficando então com a última está que acabei de dar. Assim que os alunos saíram e eu também iria sair, sinto a Temari me puxar pela manga da blusa social e me viro para ela, tento um beijo roubado.

Ela foi andando comigo até parar no quadro, afrouxou a minha gravata preta e abriu alguns botões da minha blusa, passando seus dedos gelados pelo meu peito.

-Você está me enlouquecendo Shika...

Puxei ela para um beijo cheio de desejo, porém num flash de realidade, me separei.

-Amor, estamos na escola, o que acha de ir lá em casa e a gente termina as coisas, e amanhã você vai direto comigo para o almoço na casa da minha mãe.

-Está bem! Me deixe em casa, vou tomar um banho e pegar as roupas e vou para a sua casa de bike.

Dei um sorriso para ela, me arrumando outra vez e saindo da sala ao lado dela, dando de cara com a Shiho.

-Eu sei que vocês estão tendo algo e eu ainda vou provar para todo mundo!

-Tenta, otária! –Falou a Temari, me deixando um pouco espantado, porém querendo rir.

-Vamos logo Temari, sobre o que estava me contando antes dela nos interromper mesmo?

-Sabia que a cabeça do Vlad foi exposta no palácio do sultão ara todos admirarem?! –Dei um sorriso voltando a caminhar ao seu lado, deixando a Shiho para trás. 

É melhor quando é proibido (Shikatema)Onde histórias criam vida. Descubra agora