É melhor quando é proibido (Shikatema)

Agindo de forma estranha

*Shikamaru*

Acordei sexta feira de manhã querendo voltar a dormir, como sempre, havia conversado com o Kakashi sobre a festa da Temari, e ele disse que se eu for, ele também vai. Encarei o convite em cima da mesa e dei um longo suspiro. Acho que vou nesta festa. Peguei minhas chaves para ir para a escola, mas passando por um espelho, pensei em como havia ficado sedentário depois de comprar o carro.

-Acho que vou de bicicleta hoje! –Falei animadamente. Coisa que passou assim que se passou dois quarteirões.

A escola não fica muito longe da escola, mas fazia tempo que eu não andava de bicicleta, desde que terminei a faculdade. Cheguei na escola e pude ver o carro do Kakashi estacionado, suspirei desanimadamente.

-Deveria ter vindo de carro.... –Sussurrei para mim mesmo. Coloquei minha expressão séria de sempre, tentando disfarçar o quão cansado eu estava.

Assim que cheguei na sala dos professores, desabei do meu "pedestal" e da minha imagem inabalável.

-Perdendo a pose, Nara? –Kakashi falou com graça, rindo da minha expressão de quem havia corrido uma maratona.

-Só estou cansado, não enche! –Peguei um copo de café e me sentei no meu lugar de sempre.

-E quando você não está cansado? Quem não conhece que te compre! –Revirei os olhos pegando meus óculos na bolsa e sentindo a fumaça do café deixando a lente embaçada. Eu raramente usava eles, porém, estava sentindo a minha vista cansada.

Assim que o sinal bateu, sai da sala dos professores e acabei esbarrando em alguém, eu estou realmente sedentário.

-Me desculpe, eu não vi você. –Falei ajeitando meus óculos e vendo aquele par de olhos verdes me encarando com as bochechas vermelhas, sua boca entre aberta, pude ver seus olhos brilhando em direção a mim e por um momento que parecia ter congelado, ficamos ali, um encarando o outro.

Ouvi algumas risadinhas, mas não pude distinguir de quem eram, desviei meu olhar do seu e vi ela piscar várias vezes como se houvesse saído do transe em que estava.

-Ah, eu que peço desculpas. –Voltei meu olhar para ela, e vi que ela não me encarava mais, seu olhar estava preso o suficiente em algum lugar no chão, sua face ainda corada e sem que conseguisse mover seu corpo.

-Temari, está tudo bem?

-Si-sim, Shikamaru-Kun.... –Ela, gaguejou?! E o jeito que ela me chamou, ela estava tão.... Diferente. Uma Temari que eu ainda não conhecia, uma Temari tímida de verdade.

Analisei cada parte de si minuciosamente querendo decorar cada pedacinho seu, peguei em seu queixo e ergui seu rosto fazendo com que ela olhasse para mim. Sim, muito arriscado, muito perto, mas quem disse que um idiota apaixonado conseguiria controlar isto? Seus olhos buscavam o chão, mas eu não permiti.

-Temari, olhe para mim. –Seus olhos verdes encontraram os meus outra vez, mas em um surto de consciência, não minha, mas dela, ela se separou de mim e correu até sua sala. –O que deu em mim? –Pensei andando lentamente até a classe que teria aula comigo.

Durante as primeiras aulas e o recreio, fiquei totalmente absolto de qualquer assunto. Ela me evitou, eu percebi isto, mas, por quê? O que eu fiz? Não conseguia tirar aquele olhar da minha cabeça.

Assim que entrei na sala, vi ela desviar seu olhar de mim e focar totalmente em seu caderno, sua face corada, seus olhos sem encarar os meus, parecia que o ar lhe faltava pelo que percebi observando seu peito subir e descer.

-O que está acontecendo com ela, afinal? –Sussurrei para mim mesmo, passando uma atividade qualquer no quadro. Vi o amigo dela, Sasuke, mandando um bilhetinho escrito num papel, porém ela não respondeu.

Na saída, encontrei ela quase correndo para fora da escola e a peguei pelo braço.

-Espera, eu preciso falar com você! –Não adiantaria pedir para que ela olhasse em meus olhos, mas percebia seus olhinhos verdes indo e vindo em minha direção algumas vezes fazendo sua face corar outra vez. –Eu vim de bicicleta hoje, moramos para o mesmo lado, podemos ir andando juntos enquanto conversamos. –Vi ela assentir com a cabeça caminhando ao meu lado.

Um grande silencio tomou conta de nós dois pela primeira vez, será que ela perdeu o interesse em mim?

-Temari, eu fiz alguma coisa? –Vi ela negar com a cabeça.

Passamos todo o resto do caminho assim, eu tentando saber o motivo dela estar estranha, e ela negando minhas tentativas, até chegarmos em frente ao meu apartamento, vi a rua vazia e num impulso decidi fazer algo que nunca imaginei que faria, tirei meus óculos, jogando eles de qualquer forma na minha bolsa e a puxei para um beijo, vi sua expressão surpresa e rapidamente fechei meus olhos aprofundando nosso beijo, sem me importar em estarmos no meio da rua.

Senti sua pequena mão na gola da minha camisa enquanto eu passava os braços em volta do seu corpo. Assim que me separei dela, ela saiu correndo me deixando ali parado, sem saber o que fazer ou até mesmo o que fiz de errado. Pensei que ela quisesse isto, ela realmente não sente mais nada por mim?

-Ah, mas é agora que vou nesta festa amanhã! Ela vai me dizer o que aconteceu! –Peguei a minha bicicleta e guardei troquei ela pelas chaves do carro e fui em direção ao shopping comprar o presente dela.