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Matador.

Tanta preocupação na mente que eu nem queria fazer baile por um tempo.

Sinto saudades do meu amigo, ele sempre foi o meu braço direito.

JH sempre foi muito durão, nunca nem demonstrou sentimentos por ninguém.

Sempre foi muito fechado, muito na dele!

Nunca nem demonstrou sentimentos nem mesmo por mim que cuidei e fortaleci quando era menorzinho.

Vê ele nessa situação não é fácil pra ninguém, vocês não tem noção de quantas vezes já tentei tirar ele desse mundo do crime.

Mas ele sempre me disse uma frase e nunca mudou em quesito a isso.

"Paizão tu sempre foi o meu exemplo. O crime é pra mim e sempre foi."

Porra, isso mexe comigo até hoje. Ele tá naquele hospital em coma por culpa minha.

Mas se eu não aceitasse ele no tráfico na minha favela, ele iria pra outra favela e não era isso que eu queria.

Sai do baile piando pro postinho, preciso ir vê meu amigo.

Me despedi de todo mundo e fui direto pra minha moto.

Hoje a Marianne não quis vir pro baile cmg, disse que estava com muita cólica.

Cheguei no postinho e quando a recepcionista me viu, se assustou ao ver o dono do morro aqui.

Acenei com a cabeça e fui direto pro quarto.

A porta estava meia aberta escutei a voz da Manu e nem precisei abrir a porta pra saber que era ela.

Manu: Tu tem noção da falta que me faz? Porra moleque, que saudade. Levanta daí logo, preciso te expulsar do meu morro - deu risada.

Abri a porta em silêncio e fiquei ali admirando eles dois.

Ela nem sentiu minha presença, tava tão concentrada conversando com ele.

Manu: Tu é um vacilão cara, vacilou legal comigo. Mas o coração aqui dentro de mim, é muito mole e bom demais. Te perdôo por tudo. - acariciou o rosto dele, estavam de mãos dadas - Mó estranho te vê aí paradão, parecendo um defunto. Eu te amo tá, será que tu me ama tanto assim mesmo?

Fiquei analisando a cena enquanto lágrimas caiam do meu rosto.

Qual é, bandido também chora.

JH apertou a mão da Manu em resposta a sua pergunta.

Ele nunca tinha reagido, desde que entrou em coma.

Manu: AI MEU DEUS, VOCÊ MEXEU A MÃO. VOCÊ APERTOU MINHA MÃO.

ela olhou pra trás e me viu ali.

Eu tava espantado pelo ato do JH.

E ela chorando abeça.

Matador: Ele mexeu a mão, eu vi filha, eu vi - sussurrei assustado.

Manu: Será que vai demorar pra ele acordar? Esse mlq é um fdp, me laçou legal nos sentimentos véi.

Eu sorri com a sua confissão.

Matador: Tudo no tempo de Deus meu amor! Agora se despede dele aí que eu quero falar com esse corno - ela assentiu. Deu beijo na testa dele e sussurrou um eu te amo.

Abracei ela de lado, e logo em seguida ela saiu.

Fiquei encarando de longe esse mlq que eu tanto amo e considero um filho.

Ôporra, vontade de encher ele de murro até abrir os olhos.

Matador: Eai fio - dei um tapa fraco em sua cara como eu sempre fazia - Ave Maria, que estranho falar com vc aí parecendo morto, cara - murmurei.

Aquele baile funk Onde histórias criam vida. Descubra agora