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Manu.

PH: O cara te fez de gato e sapato e tu ainda tem a moral de ir salvar ele? - me olhou desacreditado.

Manu: Namoral memo, se não quiser que eu me estresse vai embora. Apenas isso - fui curta e grossa na frente de todo mundo dentro da minha sala.

PH: Não cara, eu quero mesmo que tu me explique o por que de resgatar aquele que mais te causou feridas. - cruzou os braços e minha paciência foi embora.

Manu: POR QUE ANTES DE QUALQUER COISA ELE É O MEU SOLDADO CARALHO- gritei na cara dele - Por que além de você, a minha filha considera ele como pai também, por que ele é um ser humano no qual foi sequestrado na minha comunidade, por que independente do que ele fez, eu não deixo um dos meus pra trás e todo mundo aqui sabe disso. - falei nervosa enquanto ele negava a cabeça.

PH: Só isso mesmo ou tem coisa a mais? - perguntou na frente de todo mundo.

Manu: Tá insinuando oque parcero? - cruzei os braços e fiquei cara a cara com ele - A quer saber? Tem mais motivos sim, e o principal de todos é que eu amo ele. Não vem querer dar um show da Xuxa aqui não, que eu e você - apontei - não tem nada sério. Sem k.o.

PH: É isso, bom resgate ae família - falou com os vapores e saiu fora.

Tentei não me estressar, mas porra, impossível desse jeito.

Do nada o cara deu uma crise de ciúmes com um pouco de ódio.

Se era aquilo que ele queria ouvir, ótimo. Conseguiu!

Manu: Presta atenção vocês aqui, se forem da mesma opinião que o PH peço que se retirem agora da minha sala. - fiquei olhando pra cara de cada um e ninguém saiu - Ótimo. Preciso de você T4 pra tentar rastrear o celular do JH.

T4: Suave, vou fazer isso agora. Vamo vê se vai dar certo patroa - passou na minha frente e foi pro computador da minha mesa.

GP: E nois patroa, faz oque? - perguntou com dúvida.

Manu: Primeiro eu quero saber como vocês deixam um caralho daqueles vivos aqui na minha favela? - falei seca - Além de terem deixado o JH sozinho, vocês estão totalmente errado namoral. Todo mundo aqui sabe que as guerras é em GRUPO ou DUPLA, ninguém sozinho. - encarei o PK que tava de cabeça baixa e todos ficaram quietos - Ninguém vai falar nada?

Fiquei 5 minutos olhando pro rosto deles principalmente do PK.

Manu: Abre essa boca logo PK, eu sei que ele tava com você. Eu deixei vocês dois sozinhos naquele beco. - cruzei os braços e ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

PK: Você me conhece de uns anos Manu, tu tá ligada que eu jamais deixaria o meu irmão sozinho. Ele já errou muito na vida mas continua sendo meu irmão de criação - escorreu uma lágrima dos seus olhos - Ele disse que iria atrás de você então eu desci com ele junto, ele escutou a voz do PH e a sua vindo do beco e achou melhor não atrapalhar o "casal" - fez aspas. - Em seguida ele mandou eu ir pro beco de baixo que tinha bastante vapor em grupo lá, que ele iria pro beco da 20 que tinha vapor também. Eu fui, até por que eu confio nele! Depois de 10 minutos ele disse que todos dos nossos que tinha no beco tava mortos no chão e ele tava sozinho, depois disso ele sumiu.

Respirei fundo, sabendo que quem sequestrou ele daqui de dentro sabia bem a rota de fuga daquele beco.

Concordei com a cabeça e olhei pro T4 no computador.

Manu: Eu e o PH não somos um casal e nunca fomos, e espero que vocês entendam isso. - virei novamente pra eles.

T4: Consegui patroa - levantou da cadeira pra eu sentar e todos se aproximaram do computador. - esse ponto aqui é onde ele tá - apontou pra tela - que se encontra... - deu um zoom - em uma casa na praia há 1 hora e 30 minutos daqui.

Levantei da cadeira e ja coloquei minha Glock na cintura.

Manu: Quero todos preparados pra sairmos daqui - olhei pro relógio no meu pulso - Às 3:30 da madrugada.

Fabinho: Então já fica todos cientes, se despeça da família de voces como se fosse a última vez. - disse um chegado meu e eu concordei.

LK: Tá querendo dizer que nois vai morrer Fabinho? Tá tirando? - perguntou bravo.

Manu: Amigão, você tá no mundo do crime. Quer receber oque em meio a um tiroteio? Ninguém sabe o dia de amanhã, tanto eu quanto você pode morrer. Fé pra vocês.

Sai da sala deixando eles ali indo em direção a minha casa.

Montei na minha moto e piei dali.

Dois minutos depois cheguei em frente o portão e vi a moto do PH ali.

Desci e fui do lado do segurança.

Manu: Ele tá aí? - sussurrei e o mesmo concordou. - Chegou bravo ou puto da vida?

Gêfferson: Digamos que arrependido, chefia - deu risada e eu também - Sua mãe mandou avisar que saiu com a Luz, foi no shopping pq a menininha não parava de chorar chamando o pai dela.

Manu: Cacete, criança sente tudo. - neguei com a cabeça - Valeu aí Gê.

Respirei fundo, bem fuuuundo antes de abrir a porta de casa e dar de cara com o PH ali no sofá de cabeça baixa.

Ele escutou o barulho da porta e levantou me encarando.

Aquele baile funk Onde histórias criam vida. Descubra agora