58.

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Manu.

Camila: Ae parceira, acorda aí. Tá na hora - me sacudiu.

Manu: Mas já? - disse bocejando.

Camila: É fia, ou você se acostuma ou vão vir te acordar com água gelada na cara - disse negando.

Manu: Duas semanas se passaram e eu não me acostumei ainda - murmurei só pra eu mesma escutar, levantei da cama.

Fui naquele banheiro fedido mas é oque tinha no momento né, fiz minhas necessidades com as outras detentas me apressando.

Ú ódio, a maioria não gostou de mim e o resto é tudo interesseira só por que descobriram que sou dona de morro.

Bando de safada aproveitadora.

Se vocês acham cadeia de homem ruim, é pq não viram a cadeia feminina. Umas piores que as outras, uma tenta mostrar que fez coisa pior.

Tipo uma competição sabe? É ridículo isso, mas infelizmente é aqui minha casa agora.

Hoje é dia de visita. Já tinha colocado o nome da minha mãe e da minha filha no rol de visitas.

Se eu não por o nome delas no rol, elas não conseguem fazer a carteirinha pra me visitar.

Agora é tudo modernizado, os visitantes não tem que ficar peladas pra entrar, é pelo scanner que passam, de roupa e tudo. Mas lógico que tem as roupas certas pra entrar, nada com zíper ou metal, muito menos bolso.

Sai da cela e fui tomar um banho de sol esperando as visitas entrarem.

Quando deu 9:20 da manhã, as disciplinas do raio que são as próprias detentas, começou a chamar o nosso nome conforme as visitas foram chegando.

Chamaram meu nome mas eu não vi minha mãe, pelo contrário, eu vi o PH com a minha filha no colo.

Ué, tô com um ponto de interrogação na cara. Até pq não coloquei o nome dele no rol, e pra mim ele era visado pela polícia.

Mas quando vi minha Luz, nada mais me importou.

Corri pra abraçar minha filha, enquanto PH colocava ela no chão e a mesma corria na minha direção.

Luz: Mamãe - gritou correndo enquanto eu corria e chorava.

Manu: Filha meu amor - abracei ela com tanta força que eu não queria soltar por nada. - Que saudade de tu minha menina.

Ficamos um bom tempo abraçadas, enquanto eu a beijava, cheirava e chorava. Ela não estava entendendo muito bem, pq é novinha mas ela ria muito e fazia carinho em mim.

Até que eu levantei com ela no colo e lembrei que o PH estava ali.

Ph: Eai manu, quanto tempo. - disse me dando sua mão pra eu apertar e sorriu.

Manu: Duas semanas só, cara - zoei apertando a mão dele.

Ph: Eu sei que você tá perguntando oque eu tô fazendo aqui e onde está sua mãe - concordei brincando com a minha filha no colo - Ela tá na fila do Jumbo, tava muito grande. A fila dos homens tava pequena pô.

Aquele baile funk Onde histórias criam vida. Descubra agora