UM ANJO EM MINHA VIDA /Completa.

7

Rayssa

"Avião do seu pai pousa em 2 horas, já saiu de casa?"— Ignoro a mensagem da minha mãe no meu celular. Eu já disse que irei buscar ele, mas parece que ela quer ser avisada de tudo. Chata!
Saio do meu apartamento, entro no meu carro e resolvo ir ate o starbucks tomar um café da tarde e fazer hora até ir pro aeroporto encarar meu paizinho.
Faço meu pedido e sento em uma cadeira próximo ao balcão.
Estou distraída mexendo no celular, quando o barulho da porta sendo aberta desviando minha atenção, mas eu não estava nadinha preparada para o que meus olhos estavam vendo.
Não pode ser! Será que é ele?
No momento em que ele para no balcão para fazer seu pedido, meu nome é gritado pelo atendente informando que meu pedido está pronto. É nesse momento que ele vira o rosto em minha direção e eu tenho certeza que é ele. Puta que pariu mil vezes. 
Ele abre um sorriso e eu retribuo, nossa o sorriso pelo menos ainda é o mesmo. Eu caminho até o balcão, automaticamente pra próximo dele.
Rayssa: Caramba...— Perco meus olhos pelo seu rosto, alguém me dá um babador porque eu tô assim. Nunca o vi sem aquela barba imensa que ele andava pelo hospital.
— Rayssa?— novamente meu nome é gritado pelo atendente, me fazendo despertar.
Rayssa: Eu!— Levanto minha mão e pego sem tirar os olhos de André que me olhava sei lá de uma forma estranha.
André: Oi doutora, como vai?
Rayssa: Bem e você?
André: Tô bem...— de novo o silêncio cai entre nós.
Rayssa: Quer sentar pra tomar um café comigo? — por favor diz que sim! Por fa...
André: Claro. — Andei até a mesa onde eu estava sentada e ele me acompanhou.
Rayssa: E então, como tá a vida? Você sumiu... Fazem o que? Um ano?— Ele sorri.
André: Sim. Eu estive morando com meus pais esses últimos meses
Rayssa: Ah isso explica muita coisa. Estive em sua casa a um tempo atrás, mas me disseram que você não morava mais ali. Recentemente vi que já um outro casal morando lá.
André: Você foi até minha casa?— droga! Porque eu sempre tenho que falar demais? Antes que eu respondesse seu nome foi gritado, ele levantou pra pegar e logo retorna.
Rayssa: E então seus pais moram por aqui?

André: São do interior. Eu voltei a morar aqui a alguns dias, em um apartamento aqui perto.
Rayssa: Nossa que legal. Fico feliz que está de volta e com está bem. Diversas vezes ficava me perguntando o que havia acontecido com você.
André: Foi tempos difíceis, mas não quero falar sobre isso. Esse café daqui é maravilhoso.
Rayssa: Sabe que eu tenho que concordar? Eu vejo aqui praticamente todos os dias. Até faço um residente lá do hospital vir pegar um pra mim- sorrio.
André: Trabalho escravo doutora?- Ah que saudade dele me chamando de doutora. Sorrimos juntos.
Rayssa: Senti sua falta André...
André: Eu também senti sua falta. — o momento é quebrado com meu celular tocando. Olho e vejo que é do hospital.
Rayssa: Droga! Tenho que atender, é do hospital. Só um minutinho.— Levanto e me afasto um pouco. — Rayssa falando.
— Pelo menos o telefone da emergência você ainda atende. — reconheço na hora a voz de minha mãe.
Rayssa: É sério mãe? O que você quer?
Eva: Já saiu de casa? Seu pai mandou mensagem dizendo que o vôo já chegou.
Rayssa: Já?— Olho meu relógio — ele não ia chegar só às 18h?
Eva: Aconteceu que o idiota do seu pai falou errado. Vá agora pra lá, ele está te esperando.
Rayssa: Que merda! Ok mãe. Avise-o que estou a caminho. — Desligo o telefone e volto um pouco triste por não poder ficar mais.
André: Algum problema?
Rayssa: Na verdade vários. Vou ter que ir...— Pela sua expressão  parece que ele não queria ir embora também.
André: Ah claro, sem problemas.
Rayssa: A gente pode se encontrar mais vezes... O que você acha?
André: Eu acho ótimo.— algo de repente passa pela minha cabeça.
Rayssa: Quer saber, você vai fazer alguma coisa agora?
André: Não, porquê? — Me olha com divertimento.
Rayssa: Quer ir a um lugar comigo? Prometo que não vai demorar e depois a gente pode jantar. Que tal?— digo levantando as sobrancelhas em espectativa e sorrindo.
André: Porque não?— abro ainda mais o sorriso.
Rayssa: Ótimo, venha! — Ele me dá passagem e logo está atrás de mim em direção ao meu carro.