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Rayssa

Com minha própria chave eu entrei em casa e logo uma moça muito bonita e aparentemente nova me recebeu. Deve ser a tal Suzane.
Rayssa: Olá — Disse entrando e ela se levantou.
Suzane: Oi, como é bom te conhecer. Sou Suzane. — Ela estendeu a mão.
Rayssa: Ainda não sei se posso dizer o mesmo, mas sou Rayssa. E esse é meu namorado, André. — ela estendeu a mão para o André e sorriu. — E então cadê meu pai?
Suzane: Ele foi no mercado, tava faltando algumas coisas.
Rayssa: Ata, tudo bem. — Sentei no sofá e era impressionante o quanto eu estava sem jeito na minha própria casa. Era como se a cada passo que eu desse estaria sendo vigiada. Eu vou matar meu pai por isso!
Suzane: Vocês querem um copo de água? Um suco? Alguma coisa? — Ela levantou fazendo menção a ir, mas eu levantei também.
Rayssa: Não sei se sabe, mas essa casa é minha. Eu posso ir até a cozinha e ir pegar — Falei descontraída, mas ela nitidamente ficou sem graça.
Suzane: Ah claro, como quiser. — Olhei para o André e ele negou e me repreendendo pela forma que falei com Suzane. Mas não foi por mal! A casa realmente é minha.
Fui até a cozinha que é junto com a sala naquele formato americana e pude ouvir eles começaram a ter assunto.
Suzane: E então André, você é médico também?
André: Não, sou professor universitário.
Suzane: Ah sim e vocês se conheceram então na faculdade?— pude ouvir sua risadinha.
André: Não, nos conhecemos no hospital.
Suzane: Ah entendi, médica e paciente né? Foi exatamente assim comigo e Carlos também.— Quase quis vomitar e voltei pra sala respondendo.
Rayssa: Não. Não me envolvo com pacientes. A esposa dele era minha paciente na época, mas antes que você fique se pergunte se ele traiu ela ou algo do tipo, não.
André: Minha esposa faleceu depois de um acidente e com o tempo a gente se aproximou. — André não precisava contar pra essa estranha. Se ela quisesse saber, que ficasse curiosa.
Rayssa: É foi isso — Dei de ombros e a porta da sala de abriu. Meu pai.
Carlos: Ei, vocês já chegaram! — passou direto para a cozinha, voado para deixar os sacos da comida pronta do restaurante ao lado.

Rayssa: Não vai nem dar pra você falar eu foi você que fez a comida. — Gritei e pude ouvir sua risada
Carlos: Pois é — Ele vem até nos e vejo quando seu olhar para no André e ele perde a graça. Depois tenta disfarçar. — Olá filha — Ele me abraça e depois estende a mão para o André. — Oi André. — André o cumprimenta simpático. — Não sabia que viria
Rayssa: Eu o chamei, afinal é minha casa também né? — Respondo antes do André.
Carlos: Claro, fez bem em convidar. Afinal somos uma família né?
Rayssa: Sim. Você tinha falado que vocês tinham uma filha, cadê ela? — O sorriso de Suzane estampou em seu rosto.
Suzane: Ela tá dormindo. A fusão de horário ainda está a afetando, mas eu vou lá acordar ela pra almoçar conosco.
Rayssa: Não precisa, pode deixar lá dormir, tadinha.— Suzane já estava de pé.
Suzane: Claro que não, você não faz ideia do quanto ela quer te conhecer. — Sorri sem graça, porque ao contrário dela eu não estava nem um pouco afim. Suzane saiu em direção a um dos quartos e eu acredito que era o meu. Tá né.
Carlos: Então, querem algo?
Rayssa: Quantos anos ela tem?— Ele franziu a testa. — Sua mulher.
Carlos: 35.— Eu ri de escárnio.
Rayssa: Tem idade pra ser sua filha.
Carlos: Mas ela não é, e é mãe da minha filha. Então respeite-a e guarde seus comentários pra você. Será um almoço em harmonia, ok Rayssa? — Senti a mão do André na minha perna tentando me acalmar, e por incrível que pareça, acalmou.
Rayssa: Ok papai. Vamos arrumar a mesa então pra esse almoço em "família" — Fiz aspas no ar e fui em direção a cozinha.
Enquanto André me ajudava a por a mesa e meu pai estava distraído no telefone conversando com alguém e parecia irritado, eu sussurrei para André.
Rayssa: Não gostei dela.
André: Deixa de bobeira, você está só com ciúmes. — Revirei os olhos
Rayssa: Claro que não. Ela poderia ser filha dele André.
André: O quê que tem? Pro amor não tem essas coisas.
Rayssa: Mas pro dinheiro tem e meu pai é um trouxa — André passou os braços em minha cintura e beijou meu pescoço.
André: Relaxa, tente conhece-la talvez ela seja legal e possa ser sua amiga. — ele riu e voltou a arrumar a mesa.
Rayssa: Nunca. — Depois de um tempo Suzane voltou a sala.

Suzane: Pronto, ela tá escovando os dentes com a Nathalia e está vindo. — Sentamos todos na mesa e a mesa a minha frente estava fazia esperando uma criança.
Rayssa: Quem é Nathalia? — perguntei
Suzane: Ah é a moça que toma conta dela. — Como um furacão alguém correu e parou do meu lado toda sorridente e falou algo enrolado que eu não entendi muito bem e me abraçou. — Isabelle cuidado, assim você vai machucar sua irmã.
Rayssa: Oi Isabelle — Sorri ao ver aquela pessoinha loirinha dos olhos mais verdes possível do meu lado. Ela era incrívelmente linda e apaixonante.
Isabelle: Mamãe disse que você seria minha irmã mais velha. É verdade?
Rayssa: acho que sim. — fiz uma careta e ela ficou muito feliz.
Isabelle: Que legal. Posso comer com você?
Rayssa: Claro. —  Suzane puxou o banquinho que ela iria sentar sentar e eu coloquei entre eu e o André. — Pronto. — Ela olhou para o André que por algum motivo tava branco e eu podia jurar que ele ia passar mal.
Isabelle: Oi. Quem é você? — Vi que o André estava estranhamente estranho e respondi por ele.
Rayssa: Ele é meu namorado. Seu cunhado.
Isabelle: O quê é namorado, mamãe? — Perguntou pra Suzane que riu e meu pai tava tão estranho quanto André. Parecia segurar um ar pesado.
Suzane: É um amigo que ela gosta muito.
Isabelle: Tipo o João comigo? — Agora foi eu que ri e parece que os homens da mesa também riram.
Suzane: Espero que não filha, mas depois mamãe te explica tá? Vamos comer? — As mãozinhas dela segurou minha mão e as do André e ela começou a... Orar.
Achei isso tão lindo!
Isabelle: Agora a gente pode comer mamãe. — Após finalizar uma das orações mais lindinhas que ouvi na vida.

UM ANJO EM MINHA VIDA /Completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora