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Rayssa

André já dormia a mais 6 horas seguidas. Dei uma geral na casa, esquentei algumas comidas congeladas que tinham no freezer, tomei banho, assisti filme, e ele continuava dormindo.
Por volta de quase 18h, ele levantou e foi direto tomar um banho. Quando saiu, sorriu e veio até mim na sala. Me deu um beijo no cabelo.
Rayssa: Ressaca?
André: Sim. — Ele sentou e levou a mão na cabeça, fechando os olhos. Levanto do sofá.
Rayssa: Vou pegar um café pra você bem forte. — Peguei e voltei para a sala — Toma.
André: Obrigado. — Ele fez uma careta após o primeiro gole. — Nossa tá forte mesmo.
Rayssa: Passou a madrugada bebendo? — ele me olhou com cara de culpa.
André: Desculpa pela forma que eu estava.
Rayssa: Se lembra? Achei realmente que não iria lembrar de nada.— Ele pegou minha mão.
André: Nunca vou esquecer sexo com você. É impossível. — Eu ia sorrir, mas eu lembrei que ainda estava chateada por ele precisar beber pra dormir.
Rayssa: Você deveria procurar sua psicóloga. Acho que o que aconteceu, pode ter sido um gatilho pra você.
André: Não precisa, eu tô bem. Só imaginei se Bella não tivesse morrido e se realmente ela tivesse ficado grávida de mim, como minha vida seria hoje.
Rayssa: Seria melhor?
André: Ray...— percebi que perguntei coisa nada a ver. Óbvio que se ela não tivesse morrido, hoje ele estaria bem e feliz com ela.
Rayssa: Esquece, pergunta idiota. — Eu ia me afastar, mas ele segurou meu braço.
André: Eu te amo, ok? São coisas diferentes. Não posso falar com quem seria melhor. As duas vidas são ótimas.
Rayssa: Eu sei, foi só uma coisa que passou pela cabeça.
André: Bobeira. — Ele beija minha testa.
Rayssa: Enfim, tudo indica que aquele cara realmente estava mentindo.
André: Eu juro pra você Rayssa que ele me parecia realmente arrependido. Não parecia estar mentindo, e eu vejo um mentiroso de longe.
Rayssa: Então está dizendo que minha mãe pode estar mentindo?
André: Não, eu estou dizendo que não dá pra acreditar em nem um e nem no outro. Qualquer um pode mentir.
Rayssa: Mas minha mãe não teria motivos pra mentir e o motorista lá sim.

André: Será que sua mãe não teria? — Cocei minha cabeça e lembrei das minhas desconfianças. Minha mãe teria coragem de estar por trás disso?— Sei que se ela esteve grávida, o bebê morreu de qualquer forma, mas eu só queria ter sido notificado sabe. Talvez sua mãe possa ter cometido algum erro médico e não quis contar. Isso poderia acontecer?
Rayssa: Eu também pensei nisso, mas isso seria crime. É esconder algo do paciente e da família. Minha mãe não seria capaz disso. — Ele me olhou com uma cara de "será?" — Ok. Acho que vou continuar investigando pelo hospital. Tudo bem?
André: Obrigado. — sorri e ele me abraçou no sofá. Acabei pegando no sono e quando acordei já estava amanhecendo e André dormia ao meu lado.
Peguei meu celular e havia algumas mensagens do meu pai, avisando que vai rolar o almoço na minha casa. E eu respondi que iria ver se iria. Óbvio que ele não respondeu porque estava de madrugada e eu voltei a dormir, aconchegada nos braços do André.
Quando acordamos e tomamos nosso café juntos, uma nova mensagem do meu pai chegou em meu celular.
Rayssa: É meu pai, pela segunda vez no dia me procurando. — André sorriu
André: O que ele quer?
Rayssa: Quer que eu vá no almoço que vai ter hoje de família... Mas sei não, parece que a esposa dele atual tá aqui com a filha deles
André: Que no caso é sua irmã.
Rayssa: Não é estranho? Eu no auge da velhice ter uma irmã novinha? Acho que ela deve ter uns três anos, nunca a vi. Nem tive interesse
André: É apenas uma criança Ray, não tem nada a ver com seus atritos com seu pai. Talvez ela um dia precise da irmã dela— Fiquei pensando.
Rayssa: Cê acha que eu deveria ir?
André: Acho sim.
Rayssa: Você iria comigo?
André: Claro amor, mas não vai ter nenhum problema?
Rayssa: Acho que não, meu pai pareceu gostar de você naquela vez que você foi comigo ao aeroporto
André: Isso antes da gente namorar, agora que namoramos ele pode encrencar igual sua mãe, você sabe... Sou um professorzinho viúvo de merda. — Ele imita a voz da minha mãe e eu fico triste
Rayssa: Não fala assim, eu fico triste.
André: Não precisa, eu realmente não ligo — Ele segurou minha mão que estava sobre a mesa e fez um carinho.

Rayssa: Ok então. Então iremos. — Ele sorriu e eu sorri junto.
Avisei no hospital que eu só iria a noite, e André me ajudou a preparar um pudim para levarmos de sobremesa ao almoço.
Na verdade ele que fez, porque eu realmente sou péssima pra cozinha.
Rayssa: Ficou lindo!— Bati palmas de felicidade.
André: Tive um ajudante boa — ele piscou para mim de forma fofa e eu o beijei.
Começamos a nos arrumar e por volta de 13h da tarde já estávamos indo em direção a casa do meu pai para esse almoço. Espero realmente que as atitudes do meu pai sejam melhores do que da minha mãe.

UM ANJO EM MINHA VIDA /Completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora