Eva
Não posso permitir que tudo que eu fiz até agora tenha sido em vão porque a Rayssa quer manter os caprichos dela e ficar com aquele professor. Ele sim é caso de problema pra mim.
Enquanto eu revirava alguns papéis na minha mesa, meu telefone tocou. Fazia anos que não recebia ligação desse número.
Eva: Eva falando. — Atendi— Como assim acharam ele? Vocês não sumiram com esse cara? Que merda! — Meu sangue ferveu — Ok. Obrigado por me avisar, irei tomar algumas providências. — Desliguei o telefone e tentei respirar fundo, mas minha cabeça parecia estar girando e prestes a explodir.
Peguei meu telefone novamente e liguei para o Carlos, precisávamos conversar.
Carlos: O que você quer Eva?
Eva: Precisamos conversar sobre a Rayssa, ela surtou.
Carlos: Deve ter herdado isso de você, seus surtos.
Eva: Eu tô falando sério Carlos, Rayssa pode por tudo a perder e isso vai feder tanto pra mim quanto pra você.
Carlos: Ok. Venha até o prédio da Rayssa, estou aqui. — Desliguei, fechei meu notebook e fui até a casa da minha filha.
Chegando lá como ele havia falado, só estava ele e ótimo, assim poderíamos falar sobre tudo.
Eva: Carlos vou ser mais direta possível. E por favor, não surte. — Ele assentiu e eu comecei — Lembra a três anos atrás que eu te liguei dizendo que tinha achado um bebê aqui no hospital pra você? Que era órfã e podia dar meu jeito dela ser sua?
Carlos: Claro que eu lembro, como eu posso esquecer da menininha que virou minha filha? Inclusive a Suzane tá vindo pro Brasil com ela, não vejo a hora da Rayssa poder conhece-la
Eva: Suzane tá vindo pro Brasil? — e eu achando que não tinha como tudo piorar
Carlos: Sim. Ô Eva eu não estou conseguindo te entender
Eva: Aí meu Deus — sentei sentindo tontura e Carlos veio me examinar.
Carlos: Eva? Pelo amor de Deus, você tá branca. — ele correu até a cozinha e pegou um copo de água. — Beba e respire. — ele já ia pegar seu estetoscópio, mas eu o impedi.
Eva: Já estou bem. Já estou bem. — ajeitei minha postura e respirei fundo. — Essa bebê não era órfã.
Carlos: É o que?— foi sua vez de ficar pálido. — O que você fez Eva?Eva: Ela tem um pai e ele nem sabia da existência desse bebê na época, só eu soube que ela estava grávida.
Carlos: Meu Deus Eva...
Eva: Naquela época você vivia me chantageando dizendo que ia contar sobre o erro médico que matou a filha de Suzane, eu precisava fazer você parar.
Carlos: Ai você roubou uma criança? E a mãe da bebê?
Eva: Ela não iria resistir, já estava em coma com traumatismo, não tinha como ela acordar mais.
Carlos: Ta, mas e daí? Se só você soube, qual é o problema agora?
Eva: A polícia achou a pessoa que causou o acidente da mãe da bebê e ele disse para a polícia que no dia do acidente, a jovem disse que estava grávida e que precisava de socorro, mas o idiota ficou assustado e fugiu. Os bombeiros quando chegaram também não sabiam, assim que ela chegou no hospital e colhemos seu sangue eu soube, então eu vi a oportunidade perfeita. Ocultei tudo só pra mim os exames dela, sou chefe de cirurgia, ninguém poderia passar por cima de mim.
Carlos: Estou com medo de onde essa história vai chegar.
Eva: Agora que a polícia já sabe, o pai da criança foi avisado.
Carlos: Ah mas isso aí é o de menos, o cara pode ter entendido errado e não há provas que ela estava mesmo grávida. Se o pai da bebê te procurar, é só você falar. Você era a médica.
Eva: O problema é que o pai do bebê é o André. — ele enrugou a testa. — O André, Carlos. Namorado da Rayssa. — ele gelou. Pude sentir o pânico passando por seus olhos.
Carlos: Não pode ser. Como assim?
Eva: Eu tenho certeza que ele vai contar pra ela e ela vai saber Carlos, ela vai vir com tudo pra cima de mim.
Carlos: Será que ela já sabe? — De repente meu telefone começou a tocar. Era ela.
Eva: Aqui é ela. — Mostrei a tela do celular. — Ela nunca me liga..... Você não pode trazer essa criança pro Brasil Carlos.
Carlos: Tarde demais, elas já devem estar pousando.
Eva: Então você vai fazer de tudo pra ela ficar bem longe desse namorado da Rayssa, ok? — Ele assentiu. — Vou desmentir tudo e a Rayssa vai acreditar em mim e terminar com aquele louco e descontrolado.
Carlos: Se algo tirar minha Isabelle da Suzane, eu te mato Eva. — engoli em seco.
Eva: Isabelle? O nome da mãe era Bella.Carlos: Suzane que escolheu, gostava do nome.
Eva: Entendi.
Carlos: Eu juro que te mato. — Eu assenti e sai da casa me sentindo cada vez mais sem ar. Preciso bolar um plano.
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UM ANJO EM MINHA VIDA /Completa.
RomanceUma médica e um professor. Duas pessoas completamente diferentes que se encontraram. De Jene Andrade. 🌠