André
As vozes da minha mãe dizendo que minha filha estava viva e as da Rayssa confessando saber disso ainda não saiam da minha cabeça.
Não havia qualquer possibilidade de pegar o carro para dirigir, então peguei o primeiro táxi que passou na rua e fui até a casa da Rayssa.
Assim que cheguei lá o porteiro por me conhecer deixou que eu subisse e Suzane me atendeu.
Suzane: Oi André — Era nítido sua surpresa ao meu ver.
Andre: Posso entrar? — Eu disse nervoso.
Suzane: Claro! — ela abriu a porta e eu entrei —Fica a vontade, quer alguma coisa? — Permaneci em pé.
André: Será que eu poderia ver a Isabelle?
Suzane: Você tá estranho André... Tá tudo bem? — Antes que eu pudesse responder, a voz do Carlos se fez presente no apartamento.
Carlos: Querida, quem era? — Para ao me ver. — Ah é você. O que você quer aqui garoto?
André: Eu... Eu queria muito ver a Isabelle.
Carlos: Mas ela não quer ver você. — Estranho sua atitude e enquanto ele vai até a porta para me expulsar, Suzane o repreende.
Suzane: Que isso Carlos?! — Ela sorriu sem graça pra mim —Isso é porque a nossa filha esteve internada né? Ela já está ótima. Ela tá terminando de tomar banho. Porque você não marca com a Rayssa de vir a um almoço? A belle vai amar vocês aqui.
André: Belle... — Perdi minhas forças e sentei no sofá com as mãos na cabeça. Respirei fundo. Sabia que não podia me desesperar afinal aquelas pessoas não faziam ideia do que estava acontecendo. Isso pelo menos eu achava.
Carlos: André por favor saia da minha casa.
Suzane: Carlos para com isso.
Carlos: Não quero esse cara próximo da nossa filha, Suzane. Não discuta comigo. — "nossa" filha. Isso me dá tanta raiva.
Volto a me lembrar de Eva. De como ela foi cruel comigo. Ela não tem esse direito de tirar a folha de uma pessoa. De repente algo passa pela minha cabeça. Será que o Carlos sabe de algo?
Reparo que os dois seguem discutindo algo a ver com minha presença ali e olho em direção a Carlos. Me levanto e me aproximo.
André: Você sabe né? — Pela forma em que ele engoliu em seco e ficou mais branco que papel, eu tive certeza.
Carlos: Saia daqui ou eu vou chamar a polícia.André: Meu Deus você sabe também. Ela não né? — Carlos não respondeu.
Suzane: Eu não sei o que? — nenhum de nós respondeu, eu apenas sustentava o olhar do homem a minha frente. — Carlos?
Carlos: Querida, você precisa acreditar em mim ok?
Suzane: O que tá acontecendo? meu deus.
Carlos: Não acredite em nada que esse cara vai falar.
Suzane: Falar o que?
André: Isabelle é minha filha. A Eva tirou-a de mim e deixou para vocês criarem. — Vi Suzane desabar na minha frente, e eu pude sentir pena dela. Eu a entendia.
Contei o pouco que eu sabia e ela fez com que Carlos confessasse que esteve a par de toda essa maldade.
Suzane: Como você pode fazer isso Carlos?
Carlos: Você sempre quis ter uma filha
Suzane: Daí você tira a filha de outra pessoa para manter meus caprichos? Você é tão cruel quanto a Eva.
Carlos: Ele nunca ia cuidar dela como você cuida. Ela ia crescer sem uma mãe.
André: Como ousa falar isso? Não é porque você é um pai de merda, que eu todos ou eu seria.
Carlos: Suzane, me perdoe. — Ela abre a porta e o tira de casa.
Ficando apenas nós dois, ela me abraçou.
Suzane: Eu sinto muito André. Muito mesmo. — Olhou em meus olhos. — Mas ela é minha filha. Eu criei, eu cuidei dela como se fosse minha. Não posso abrir mão da minha pequena.
André: Eu também não posso abrir mão dela agora que sei da sua existência. Sei que você não tem culpa e não quero afasta-la de você. Eu só quero fazer parte. Quero que ela saiba que eu sou o pai dela de verdade. Me deixa fazer isso também Suzane.
Suzane: Isso vai confundir ela.
André: Eu prometo que vou com calma. Mas não me faça querer tomar outras medidas... — Nesse momento a pequena sai pela porta do seu quarto e meu coração disparou
Isabele: Mamãe, cadê o papai?— Tive vontade de gritar "Estou aqui"
Suzane: Oi meu amor, seu papai... O Carlos precisou sair. — Ela disse olhando para mim. — O Tio André veio te ver querida, dê um abraço nele. — Ela sorriu pra mim e veio quase correndo me abraçar.
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UM ANJO EM MINHA VIDA /Completa.
RomanceUma médica e um professor. Duas pessoas completamente diferentes que se encontraram. De Jene Andrade. 🌠