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Rayssa

João: Uau. Você tá magnífica Ray. — Diz encostado no carro. — Pelo menos os 40 minutos que você enrolou pra descer foram bem aproveitados. Você vai parar a boate.
Rayssa: Talvez seja isso que eu queira. — Ele sorri e abre a porta do carro pra mim.
Quando ele começa a dirigir a caminho da 021, uma boate famosa aqui do Rio, boto uma música no carro. Escolho Drake.
João: E aí o que quê tá rolando?
Rayssa: Como assim?
João: Você tá estranha Rayssa. — ele coloca a mão em minha perna e eu fecho. — Tá vendo?! Você não é assim.
Rayssa: Você disse que não ia botar as mãos em mim.— Digo o encarando.
João: Foi só um teste. Agora sei que tô certo. Você conheceu alguém? É isso?
Rayssa: Não exatamente. A gente só se beijou — resolvo ser sincera.
João: Só isso?
Rayssa: Sim, aí ele não apareceu mais. — Fico chocada quando João começa a rir. — qual a graça?
João: Agora eu entendi. Tá com ego ferido
Rayssa: Não é isso, eu só... Você não entenderia.
João: Talvez eu entenda.
Rayssa: Não quero falar disso com você, será que a gente pode só curtir? — Ele assente.
João: Ok. Eu sei um jeito muito fácil pra você esquecer esse otario aí que te deu um bolo.— Abro um sorriso já imaginando as besteira que ele vai falar
Rayssa: E o que seria?
João: Sexo selvagem. — Dou um tapa em seu braço e ele gargalha
Rayssa: Você não presta. — Ele faz a curva e estaciona o carro.
Saimos juntos e logo estávamos entrando na boate entupida de pessoas. Alguns já bêbados, outros rindo e outros dançando muito. E eu quero ficar nesses três níveis hoje: bêbada, feliz e dançante.
Começamos os trabalhos pedindo um balde de cerveja e logo já comecei a sentir o álcool na cabeça.
Algumas mulheres começaram a se aproximar do João, é sempre assim. Ele é um gato e as meninas faltam pouco ficar de quatro. Até eu já fiquei convenhamos.
João: Gata vou dar um giro.— Diz próximo do meu ouvido, um pouco alterado também.
Rayssa: Vai lá garanhão. Passa o rodooo— Grito em meio ao som alto.
Continuo no bar bebendo e olhando as pessoas meu redor. Noto um rapaz alto se aproximar, ele me encara descaradamente.
— Olá, posso te pagar uma bebida?— antes que eu responda que "sim, você pode", do meu outro lado surge uma voz grave
— Não, ela está acompanhada. — Eu conheço essa voz. Viro meu rosto e confirmo que é André. O rapaz se desculpa e volta para a pista.
Rayssa: O que você tá fazendo?
André: Sabe que já está bêbada né?
Rayssa: E se eu tiver? O que você tem haver com isso? — Ele se choca um pouco com minha resposta.
André: Ok já entendi que está com raiva de mim.
Rayssa: Sim, atrapalhou um cara com quem eu teria grandes chances de transar essa noite. — Noto que ficou muito incomodado com o que falo
André: E o João? Cansou dele?
Rayssa: Cansei e cansei de você também. Da licença — Pulo da cadeira e acabo me desequilibrando. André tenta me ajudar, mas eu recuso.
Saio de perto dele indo em direção a pista de dança. Vejo que ele não me segue, mas seus olhos estão direcionados a mim.
Começo a movimentar meu corpo no ritmo do funk carioca. Algumas meninas se aproximam e dançamos juntos. Eu juro que posso sentir minha nuca queimar com os olhos do André em mim. Alguns homens da festa me olham com muito desejo, e não me importo nem um pouquinho. Na verdade eu gosto demais de me sentir desejada. Mesmo que seja só pra sexo.
Pouco tempo depois o envolver minha cintura por trás.
André: Você quer me provocar? Isso é porque eu não te liguei doutora?— Diz encaixando seu rosto no meu pescoço e se movimentando junto comigo. Posso sentir cheiro de bebida em seu hálito, ele também está sob efeito do álcool.
Rayssa: Eu só estou me divertindo. — Digo com os olhos fechados estremecida com meus toques. — Você tá espantando os homens. Saia de trás de mim.— Ele preciosa mais seu peito em minhas costas e consigo sentir uma bela ereção na minha bunda.
André: Ninguém vai se aproximar de você hoje se depender de mim.
Rayssa: O João vai. — ele vira meu corpo e paro de frente pra ele. Muito perto. Posso sentir sua respiração em meu rosto.
André: Não vai não. Vamos sair daqui. — Ele pega meu braço e sai me puxando pra fora da boate. Quando chegamos do lado de fora ele me solta e eu dou um grito com ele.
Rayssa: Qual o seu problema? Porque me tirou de lá de dentro? — Sinto meu estômago revirar devido a agitação que foi ser puxada.— Droga! — Abaixo minha cabeça e deixo o vômito sair. André segura meu cabelo e depois me ajuda a sentar.

André: Quer que eu arrume água pra você?
Rayssa: Não. Eu quero que você vá embora e me deixe sozinha. Será que dá?— O olho furiosa. — Aliás, como você soube que eu estava aqui? Tá me seguindo André? — Ele desvia o olhar e eu não acredito. — Puta que pariu. Você sumiu esses dias e tava me observando?
André: Se eu disser que estava perto da sua casa tomando coragem de conversar com você, até que aquele doutorzinho te buscar toda linda pra sair, você ia acreditar?
Rayssa: E os outros dias?
André: Os outros dias eu não tirei a porra do beijo da minha cabeça. Isso me assusta Rayssa.— ele passa a mão no meu rosto.— Você me assusta. As coisas que eu acho que eu sinto me deixam apavorado.
Rayssa: Sinto muito se te faço mal — Tento sair de perto, mas ele é mais forte que eu e me segura.
André: Você não me faz mal, muito pelo contrário. Você é a única que consegue tirar algo de bom de mim. Sempre conseguiu.
Rayssa: Você tá bêbado.
André: Você também. — Ele sorri e coloca a outra mão no meu rosto.
Rayssa: Você tem que parar de sumir da minha vida.
André: Ok.
Rayssa: Eu tô vendo dois de você. Um já é bonito, dois é uma perdição. — é oficial eu tô muito doida.
André: Posso te levar em casa?— me surpreendo
Rayssa: Pode. — confirmo na esperança de que ele me coloque na cama e acabe caindo nela sem querer.

UM ANJO EM MINHA VIDA /Completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora