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Rayssa

Que ressaca desgraçada!
Abri meus olhos e imediatamente me arrependi. Minha cabeça pareceria que iria explodir a qualquer momento.
Tentei raciocinar onde eu estava e aos poucos fui lembrando.
Afundei minha cara no travesseiro e o cheiro dela estava nele. E que cheiro!
Tudo começa a vir forte na minha mente, a noite, a boate, ela rebolando, os beijos, o sexo, puta que pariu, o sexo...
Olhei ao redor do quarto e eu estava sozinho, mas de longe eu podia ouvir som de alguém vomitando. Levantei e fui até onde vinha o barulho e encontrei uma Rayssa bem mal.
Rayssa: Ai merda, sai daqui.— Ela da descarga e senta no vaso. Pude notar que ela tinha uma agulha enfiada na veia com um suporte ao lado, mas não era soro.
André: Tá tudo bem?— perguntei olhando para seu braço.
Rayssa: É glicose.
André: Ah tá. — Vou em sua direção e ela automaticamente fica ereta.— Bom dia.
Rayssa: Bom dia. Você tá se sentindo bem? — o lado médico dela tem que aflorar.
André: Sim, mas um pouco de dor de cabeça.
Rayssa: Tem remédio em cima da minha cabeceira, pode tomar um dorflex ou sei lá, um engov.
André: Vou te esperar lá fora. — ela assente e eu saio.
Vou até o banheiro onde eu lembro que tomamos banho juntos ontem, e tomo meu banho matinal. Um banho gelado e um pouco mais demorado que o normal.
Repasso nossos momentos na minha cabeça e em um determinado momento fiquei duro e tive que me aliviar, é eu virei adolescente ou um jovem inconsequente de novo.
Mais tarde um pouco mais desperto e sem a enxaqueca que estava me matando, vejo Rayssa em sua cozinha preparando algo para comer.
Ela já estava bem mais corada, parecia renovada. Cabelos molhados que diziam que tinha saído do banho também.
André: Você não tem plantão hoje? — ela toma um susto e leva a mão no coração.
Rayssa: Não. Sem condições de trabalhar agora no primeiro turno. Irei só mais tarde.
André: Entendi.
Rayssa: Quer café?— Me oferece.
André: Por favor. — Aceito e sento em uma cadeira alta perto de sua bancada. Ela estava do outro lado e também bebia.
Rayssa: Desculpa por ter me visto vomitando hoje cedo, aquilo com certeza foi horrível. Acho que eu extrapolei um pouco.

André: Tá tudo bem— sorrio. — Eu também não acordei muito diferente. — Um silêncio um tanto constrangedor nos atinge enquanto ficamos nos encarando, tomando coragem pra quem iria tocar no assunto primeiro. Resolvi que deveria ser eu. — Ontem foi incrível. — digo lembrando cena dela gozando pela terceira vez enquanto eu a chupava.
Rayssa: Com certeza foi incrível. — Seu sorriso um pouco tímido me acendeu todinho.
Esse joguinho de sedução com ela é tão fácil. Eu cheguei a achar que nenhuma outra mulher me deixaria assim tão desnorteado, mas eu tava enganado. Muito enganado.
Levantei da cadeira e fui até do outro lado da mesa. Tirei sua caneca da mão e girei sua cadeira até que ficasse de frente pra mim.
Abaixei em sua altura e segurei sua cabeça dando lhe um beijo de verdade. Um beijo calmo e cheio de sentimentos que eu nem sabia que estava disponível para liberar.
André: Agora sim um bom dia de verdade. — Eu sorri e já ia voltar pro meu lugar quando ela puxou meu braço e ficou de pé.
Rayssa: Só um beijo de bom dia? Ah André... — envolve meu pescoço com os braços — Posso te dar coisa bem melhor. — Só o sorriso que ela abriu diabolicamente fez metade do meu cérebro congelar. Peguei sua cintura e a coloquei sentada a minha frente.
Transamos bem ali bem na sua cozinha na bancada de mármore, relembrando o quão bom foi estar dentro dessa mulher ontem a noite.
Estávamos entretidos um no outro quando o barulho de alguém entrando em seu apartamento a fez dar um pulo até o chão e ajeitar o vestido que usava e eu de subir minhas calças. E de pau duro pra piorar.
Rayssa: Puta merda! É o meu pai. — nos arrumamos e ele apareceu.
Que situação engraçada! Só não ri porque eu tava nervoso, mas Rayssa parecia tranquila.
Carlos: Oras, bom dia rapaz. Não sabia que minha filha tinha companhia.
Rayssa: Pois é, eu também não sabia que você viria pra cá.
Carlos: E eu iria pra onde? Acabou o plantão e vim pra casa, estou morando aqui lembra?— ela tinha esquecido disso
Rayssa: Infelizmente.

André: Bom dia, Senhor Carlos. — Entro na conversa antes que os dois briguem. — Eu já estava de saída... — Olho para Rayssa que não aprovava minha saída só pelo seu olhar. — Vou pegar minhas coisas e já vou. — Saio em direção ao quarto e sei que ela tá vindo atrás de mim. Eu entro e ela vem atrás fechando a porta.
Rayssa: Não precisa ir embora.
André: Linda, acredite que tenho sim que ir. Já são quase 9 horas da manhã e eu tenho reunião na faculdade, o clima lá não é dos melhores. — ela sentou na cama e ficou me olhando.
Rayssa: Porque? Não está se readaptando?
André: É complicado... A direção do curso acha que não estou apto ainda para voltar a dar aulas.
Rayssa: E eles são quem pra falar isso? Avise que sua doutora está te liberando para dar aulas. — Sorrio para ela. Que fofa.
André: Querida acho que esqueceu, mas eu não sou seu paciente.
Rayssa: Mas tenho certeza que eles não entendem mais de cabeça do que eu. E eu posso aprovar que você tá ótimo pra fazer o que quiser fazer.
André: Obrigado. — digo sincero— Seu laudo é muito importante pra mim. — beijo seu rosto. — Agora tenho que ir, a gente fala?
Rayssa: Claro. A gente se fala. — Sorrio para ela e saio de seu quarto. Agradeço por não trombar com seu pai pela sala e saio para meu dia de trabalho.

UM ANJO EM MINHA VIDA /Completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora