André
Sabe quando as coisas vão acontecendo e você vai agindo no automático? É como me sinto.
Esse criança....
Eu devo tá muito louco ou ela realmente parece demais com uma certa pessoa. Aquela certa pessoa. Os olhos, o sorriso. Eu já vi esse rosto em algum lugar.
No momento em que ela apareceu, eu senti que já a conhecia. Que doidera!
Almoçamos e graças a Deus não houve mais farpas trocadas entre a Rayssa e a madrasta.
Não conhecia esse lado dela tão cruel e ela estava sendo, quase sem motivos.
Rayssa: Amor tem como você melhorar essa cara de quem viu um fantasma? O que houve?— Sai do meu transe enquanto acompanhava os passos da Isabelle brincando e olhei para Rayssa.
André: Não é nada.— Ela não acreditou muito, mas não insistiu e levantou.
Rayssa: Bom, então nós já vamos! — Isabelle virou para olhar a irmã e começou a chorar. Rayssa se assustou.
Suzane: Isa o que foi? Fala pra mamãe. Porque você tá chorando? — Ela não respondeu, continuava a chorar e dessa vez ela agarrou nas pernas da Rayssa.— Ah entendi! Ela gostou de você. Não quer que vá embora. — Eu sorri.
André: Ela sempre faz isso?
Suzane: Mais quando eu ou o Carlos saímos. Ela é um pouco apegada a quem ela ama.
André: Ah... — Rayssa agachou e limpou as lágrimas da criança.
Rayssa: Não precisa chorar, a gente vai voltar tá bom?— Ela assentiu e a abraçou. Depois do abraço na irmã, espontâneamente ela sorriu pra mim e me abraçou.
Ela é uma criança adorável.
Suzane: Depois que promete uma coisa a uma criança, ela não esquece. — disse descontraída
Rayssa: Não estou enganando ela, se eu disse que vou voltar, é porque eu vou voltar. Essa casa é minha.
André: Rayssa todo mundo entendeu, calma! Melhor irmos — disse baixo em seu ouvido e segurando seu braço. Não dá pra entender essas atitudes dela. O pouco em que convivi com a Suzane, ela não parece ser ma pessoa.
Suzane: Não quis dizer isso Rayssa, desculpe. Enfim, vou levar Isa pro quarto. Voltem mais vezes, foi um prazer. — Ela assentiu e saiu com a criança que dava tchau até sumir de nossa vista.
Carlos: Não sei porque você ataca a Suzane, ela não te fez nada.
Rayssa: Ela tem idade pra ser sua filha.Carlos: Isso é ciúmes Rayssa? Faça me o favor, acha que está muito grande pra ter ciúmes não?— ela riu sem um pingo de humor e fechou a cara.
Rayssa: Você acha que é ciúmes? De o nome que você quiser. Mas a verdade é que você é ridiculo, sua mulher é tão patética quanto você. Não sei como veio algo bom desse relacionamento, um pena que ela vá crescer nesse meio tóxico.
André: Rayssa você tá exagerando. — Falei e foi a vez dela gritar comigo.
Rayssa: Tá de sacanagem André? Tá do lado dele?
André: Tô do seu lado, sempre. Mas você tá sendo injusta. Todo mundo aqui recebeu a gente bem e você só sabe dar patada em todo mundo. Seu relacionamento com seu pai pode ser ruim, mas não ache que a Suzane roubou seu pai de você simplesmente por ela ter idade pra ser sua irmã. Ela não é sua irmã.
Rayssa: Quê?— disse um pouco atordoada
Carlos: Eu sinto muito por errar com você minha filha, mas estou tentando melhorar. Quero que você seja presente na vida da Isa, você viu o quanto ela gostou de você. Não quero errar com ela também
Rayssa: Ela é muito pra você. Ela por sinal não parece nada com nenhum de vocês dois... — Carlos ficou branco e engasgou.
Carlos: Porque você tá falando isso?
Rayssa: Ué ela é loira, olhos verdes, SIMPÁTICA — enfatiza. — vocês são o inverso.
Carlos: Ela puxou os pais da Suzane.
Suzane: O que tem meus pais? — Disse retornando a sala.
Rayssa: Não é nada. Já estamos de saída. — Rayssa pegou a bolsa e eu pedi desculpas antes de sair atrás dela e fechar a porta.
Quando chegamos até o carro, eu a segurei pelo braço.André: Qual seu problema?
Rayssa: Qual seu problema você, porque disse aquilo na frente do meu pai?
André: Você tava sendo ridícula. Parceria uma adolescente mimada abandonada pelo pai, que não suporta a madrasta.Rayssa: Foda-se! Você não tem nada a ver com isso.— agora eu entendi!
André: Ah então é isso? Você realmente se sente assim? — Ela não respondeu.
Rayssa: Eu odeio eles.
André: Tudo bem. Mas precisa ser no mínimo educada, não pode tratar a mãe da sua irmã assim. Dela você gostou né?— ela sorriu.
Rayssa: Ela é uma criancinha linda né? Nem parece que é da família....
André: A mãe dela também é linda.
Rayssa: André... — eu ri.
André: Mas você é muito mais linda, então ela pode ser da família também — Ela olhou nos meus olhos um pouco mais calma e acabou rindo me dando razão.
Rayssa: E você hein, porque ficou todo estranho?
André: Sei lá, gostei da criancinha também.
Rayssa: só isso? Você parecia que ia desmaiar.
André: É que é como se eu já a conhecesse sabe? Ela me lembra muito uma pessoa. — ela franziu o cenho.
Rayssa: Quem?
André: Vou te mostrar, vem. Vamos sair daqui. — entramos no carro e seguimos para meu apartamento.
Rayssa já estava mais tranquila e estava voltando a ser racional, como a Rayssa de verdade que eu conheço e gosto. Não gostei nada daquela mimada e fútil de mais cedo.
Assim que chegamos eu fui até minha mesa de canto, do lado da minha cama e tirei de lá umas fotos únicas a qual me permiti guardar da Bella.
Rayssa: Que isso? — perguntou quando coloquei em suas mãos aos fotos, inclusive uma em específico. Ela passou o olho nas primeiras — Ah é a Bella. Ela era tão linda né? — Eu assenti, com um pouco de saudade me arrebatando, mas aí ela viu a foto. Uma foto da Bella bem neném. Era uma montagem minha e dela de nós dois crianças.— Puta merda! É ela?
André: Sim, bizarro né?
Rayssa: Agora eu entendi o porquê da sua cara de quem tinha visto um fantasma. Minha irmã é quase uma reencarnação da Bella — Nos dois rimos do absurdo e depois ficamos sérios.
Será?
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UM ANJO EM MINHA VIDA /Completa.
RomanceUma médica e um professor. Duas pessoas completamente diferentes que se encontraram. De Jene Andrade. 🌠