Fugindo

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Após o pedido, Eduardo, os pais de Clara, ela e Bruno sentam-se para conversar e contar como tudo isso foi bolado sem o conhecimento dela.

Louise e Jéssica resolvem me liberar da limpeza, vou para a sala, mas não sento com os demais. Fico apoiada na porta que separa os ambientes da sala de estar e da sala de jantar. Prestando atenção na conversa, sorrio com algumas coisas. Clara, algumas vezes olha pra mim e sorri... retribuo o sorriso.

― Você arrasou!- diz Carlinhos se aproximando de mim.

― Nada, fiz meu trabalho. Por mim eu faria esse jantar de graça, mas o Bruno jamais aceitaria.

― Não seja modesta minha flor. Você sabe que é boa no que faz.

Estou distraída olhando para todos, mal ouço o que o Carlinhos está falando... Na verdade estou distraída olhando o lobo mau. Ele parece tão relaxado e feliz...

― Ei?! Tô falando sozinho aqui?- olho de volta pro Carlinhos.

― Desculpe, me distraí.

― Nossa Dri. Agora você me magoou... minha conversa é tão chata assim?- Olho para seus olhos azuis buscando uma resposta no meu rosto.

― Desculpe Carlinhos, realmente me distraí. O que você dizia?

― Porra Adriana, Carlinhos não! Não tenho mais dez anos de idade - diz ele baixo, para não chamar atenção.

― Okay senhor Carlos Couto. Sobre o que você falava?


EDUARDO

Estou muito feliz por meu filho finalmente pedir a mão da Clara. Achei que demorou até demais. Quando eu tinha a idade dele já estava casado e com ele.

O pai da Clara fala algo sobre a empresa de engenharia dele e sobre o filho, quando minha atenção se volta para sorrisos. Olho em direção ao som e vejo chapeuzinho sorrindo lindamente, como não tinha visto durante todo esse fim de semana, parecia feliz e sem preocupações. Vejo que ela e o irmão da Clara parecem muito amigos. Os dois saem do meu campo de visão.

― Quer um drinque Jorge?- ofereço, voltando minha atenção aos presentes.

― Sim.

― Não vai dirigir?- Bruno pergunta.

― Não, não. O Carlos vai nos levar de volta ao hotel.

― Parece um bom rapaz - comento.

― Na verdade Dr. Eduardo, o Carlinhos é muito brincalhão. Mas é um bom garoto- diz Carmen.

― Eu pensava que aquele moleque iria me dar muita dor de cabeça. Pensei que meu orgulho seria a Clara. Mas ele tá me surpreendendo, assim como a Clara- diz o pai.

― Ah é?!

― Sim. Terminou a faculdade. Trabalhou comigo durante o tempo que esteve estudando e agora que se formou, está buscando se colocar no mercado. Continua muito brincalhão, mas creio que a idade e a responsabilidade o farão amadurecer. Afinal, digo sempre a ele, 'eu e sua mãe não somos eternos... aprenda a se virar sem nós'.

― Boa lição de vida isso! - digo colocando meu copo na mesa de centro - ele e sua amiga, Clara, parece que se dão bem...

― Sim. Na verdade... - ela sorri ao falar - ele meio que era apaixonado por ela, mas era coisa de adolescente que quer ficar com a amiga da irmã. Mas, eles sempre se deram muito bem.

― Vocês conhecem ela faz muito tempo?

"Por que estou fazendo essas perguntas? Não tenho nada a ver com isso".

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora