Irmãos...

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ADRIANA

Não esperava encontrar o Eduardo na lanchonete.  Mesmo evitando olhar pra ele, percebi que ele estava com os olhos em mim. Posso parecer louca, mas achei que ele está um pouco mais magro.

Passamos uma tarde ótima. Carlos a cada momento se supera. Não ficou me enchendo o saco por conta do beijo. Só foi companheiro e amigo. Clara e Bruno esta noite não vão trabalhar, ele diz que vai pra casa e retorna mais tarde.

― Vou aproveitar e dormir um pouco até você voltar.

― Isso, durma e fique bem descansada, pra quando eu voltar... - Bruno fala, pensando que fala baixo, mas tanto eu como o Carlos escutamos suas palavras. E Carlos, como não perde uma piada...

― Ei, eu tô aqui sabiam?- diz ele

― Sei disso pentelho - diz Clara.

― Você cunhadinho, controle essa sua boca.

― Uai, o que eu disse demais?

― Que você quer ela descansada para desvirtuá-la quando voltar mais tarde.

― Eu não disse isso! - Bruno fica sem jeito.

― Para bom entendedor...um suspiro já fala muita coisa. Mantenha esse "membro"- ele faz aspas com as mãos - longe um pouco da minha irmã.

Começo a ri. Bruno está vermelho como um tomate. Clara olha com os olhos semicerrados para o irmão.

― Seu peste! Não se meta na minha vida íntima.

― Eu me meter? Quem quer "meter"- outra vez utiliza as mãos para fazer as aspas- aqui é meu cunhado... só estou pedindo pra ir com calma.

― Vai se foder Carlos!

― Fiz isso essa madrugada. Tô super tranquilo- ele ri.

― Seu...seu...seu c-c-cretino- então é verdade, Clara gagueja quando está com muita raiva.

― Cunhadinho- ele se aproxima do Bruno- estou só brincando. A única coisa realmente que eu quero, é que faça essa surtada feliz. Ah... e façam menos barulho, pois a canção sexual de  vocês não é um ritmo que me faça dormir tranquilo.

― Certo- Clara acompanha o Bruno até a portaria e Carlos senta-se no sofá.

― Você não vale nada! Coitado do Bruno. Ficou muito sem graça.

― O objetivo era tirar a Clara do sério. Viu como ela gagueja?- ele ri.

Ele levanta e vai ao banheiro. Resolvo fazer um pouco de brigadeiro. Óbvio que lembro de que meu último brigadeiro foi com o Eduardo..."Ah Eduardo", por que continuo pensando nele?

Sinto duas mãos em minha cintura. E Carlos encosta o queixo no meu ombro.

― Brigadeiro, minha flor?

― Sim. Gosta?

― Adoro. Na verdade adoro tudo em que você põe a mão - ele sussurra no meu ouvido, o que faz meu corpo inteiro arrepiar.

― Queria pôr a mão em umas coisas proibidas...- me viro pra ele e lhe lanço o olhar mais malicioso que consigo.

― Oi?- ele arqueia uma sobrancelha e me olha desconfiado.

― Brincadeira bobo!

― Adriana, Adriana... não brinca com fogo!

― Por quê? Posso fazer xixi na cama?

― Não. Porque ... o fogo hipnotiza e pode fazer você querer se queimar inteira- ele sussurra outra vez, me causando novo arrepio.

― Carlos...

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora