Choro part.3

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ADRIANA

Eu realmente sou a pior pessoa do mundo. Eu juro que tentei lutar contra as investidas do Eduardo e contra o que sinto por ele. Até porque ele estava bêbado. Mas no fim, já não parecia tão bêbado assim. E cedi, aos pedidos dele, aos meus desejos e meus sentimentos. Estávamos indo para a casa dele. Ficamos "namorando" encostados no carro, aguardando o Samuel.

― Droga!- vejo o Eduardo parar nosso beijo e tirar o telefone da orelha. Olhando fixamente para algo atrás de mim.

― Que foi?

Me viro pra ver o que o deixou tenso e, vejo Samuel, Jéssica e Carlos nos olhando. Instintivamente tiro meu corpo de perto do Eduardo e ele segura minha cintura.

Carlos sai em direção ao carro dele, a passos largos. Jéssica fala com Samuel e vai atrás do Carlos e Samuel vem até nós.

― Eu preciso falar com ele - já começo a chorar.

― Não me deixa Chapeuzinho... - diz Eduardo.

― Eu me odeio...- as lágrimas já lavam meu rosto. Eduardo me puxa pela mão e me abraça.

― Nunca mais diga isso! Eu entendo... é seu amigo. Veja como poderia ser pior se você estivesse namorando com ele. Vá conversar com ele. Acalme-o, mas não esqueça que seu lar é em meu peito e vou estar esperando por você... - ele me beija suavemente, limpa as lágrimas do meu rosto e beija meus olhos com muito carinho- Eu vou procurar você depois. Agora vá! Antes que eu me arrependa e prenda você aqui.

Ele solta minha mão e pisca pra mim. Saio correndo em direção onde o Carlos estacionou. Quando me aproximo o vejo chorando muito e Jéssica conversando com ele.

― Carlos...

― Por que você mentiu pra mim Adriana?

― Eu sinto muito...

― Sente? Tem noção de como está meu peito agora? Faz ideia de como tá doendo?

― Eu não sei o que dizer... eu me odeio por tá fazendo você sofrer...

― Eu achei que você tinha me notado... tinha gostado de estar comigo, que eu pudesse ter esperanças... o que eu faço com tudo que sinto por ti, Adriana? Hein?- ele começa a chorar copiosamente e meu peito dói.

― Me perdoa... - me ajoelho e não enxergo nada, de tanto que choro- eu amo você Carlinhos...

― Carlinhos o caralho Adriana! - ele vem até mim e segura meu braço me levantando com força- Você não me ama porra nenhuma... o único que ama aqui, sou eu! EU AMO VOCÊ! Sou louco por você! Você é a mulher da minha vida!- ele me abraça e chora muito. Meu Deus como isso dói. Como dói ver ele sofrendo assim. Tento limpar suas lágrimas e ele me olha tão triste... não vejo sombra do Carlos feliz, lindo e apaixonado em seu olhar. Então ele me beija.

Eu deveria afastar ele de mim. Mas não consigo. Deixo ele me beijar... matar toda a vontade que ele tem. Até que ele me solta.

― Jéssica... - ele vira-se pra ela e fala- você sabe dirigir?

― Sei sim.

― Você pode nos levar pra casa? Eu não tenho condições de dirigir e ela não sabe.

― Claro!

Nossa, ele me chamou de "ela". O que eu fiz meu Deus?

― Espera só um minuto, já volto- ele volta para o Pub.

― Você está bem Adriana?

― Não! Jamais quis magoar o Carlos.

― Eu tinha notado na casa de praia seus olhares para o Eduardo. Mas não imaginava que vocês estavam namorando "escondido".

― Não namoramos... pra ser sincera... eu sou louca por ele, mas não sei o que realmente foi que aconteceu aqui. Ainda estou perdida... e não vou tentar entender o que aconteceu entre eu e o Eduardo. Minha prioridade agora é o Carlos.

Ele retorna com duas garrafas nas mãos.

― Podemos ir.

Ele entra no carro. Jéssica senta-se no banco do motorista e eu fico do lado de fora do carro.

― Sinto muito Adriana, mas não vou abrir a porta do carro pra você. Quero chegar logo em casa, então sugiro que você entre logo.

― Eu fico por aqui. Leva ele pra casa Jéssica!- Carlos desce do carro numa velocidade, abre a porta de trás do carro, dá a volta puxa-me pelo pulso.

― Adriana, eu prometi aos seus pais que cuidaria de você esta noite e, que você dormiria em minha casa hoje. Então... eu não tô pra amizades agora, vamos logo! - Ele me empurra em direção ao carro.

Entro no carro fechando a porta. Ele senta no banco do passageiro e aperta o cinto. Fecha a porta e olha pra Jéssica dizendo para irmos.

― Guia ela Adriana. Eu não terei condições para tal- ele abre uma das garrafas, vodka e solve direto no gargalo.

Até chegarmos no apartamento dele, o Carlos já bebeu uma das garrafas de vodka . Estávamos descendo do carro, quando o celular da Jéssica toca. Ela faz sinal pra esperarmos no carro.

― Pai?!...Não. Já chegamos no prédio dele... eu vim dirigindo, ele não está em  condições e a Adriana não sabe... oi? ... não, não. Eu vou ajudar ela a colocar ele no apartamento e vou pegar um táxi pra casa...

Vejo o Carlos descer do carro e apanhar o celular da mão de Jéssica.

― Não. Ela não vai pra casa hoje Samuel. Eu não posso levar ela em casa, tá tarde e não vou deixar ela pegar um táxi essa hora e sozinha... então ela vai dormir aqui, comigo e com a Adriana. Amanhã cedo eu levo ela pra casa... ou pelo menos no horário que eu acordar.

Ele nem espera o Samuel dizer nada, devolve o celular pra Jéssica e vai em direção ao elevador da garagem. Jéssica reaproxima o celular do ouvido.

― Okay. Te ligo mais tarde. Beijo e boa noite papai!

Eu abro a porta do apartamento do Carlos. Ele já está super bêbado. Apoio ele em meu ombro e entramos. Jéssica fecha a porta e me ajuda a levar o Carlos para a cama.

― Acho melhor deixar ele deitado- diz ela.

-― Eu quero um banho...- ele senta-se na cama e faz menção de tirar a camisa.

― Acho que um banho iria ajudar... me ajude Jéssica.

― Você quer que eu tire a roupa dele?

― Só a calça e a camisa. Damos um banho nele de cueca mesmo.

― Não sei se é uma boa ideia- a relutância dela me vem uma pergunta na cabeça.

― Você já viu um homem pelado, né Jéssica?

― Sim, mas não teve malicia e era um cara conhecido meu. 

― Faz assim, você me ajuda com a roupa e eu vou tomar banho com ele. Penso que se ele estiver sozinho no banho pode cair e se machucar feio.

― Você vai tomar banho  com ele?

― Jéssica não temos escolhas... - o Carlos faz menção de vomitar no chão e eu o puxo rápido para o banheiro, mas sem sucesso. O chão está todo vomitado... um caminho da cama até  o banheiro.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora