RECOMEÇO

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EDUARDO

Devo dizer que a carta que o Samuel me deixou, realmente me fez aceitar melhor sua partida. Ao que ele disse, ele estava feliz. Contratei um pintor e mandei ampliar as duas fotografias e fazer delas dois quadros. Os quais, quando ficarem prontos eu colocarei na parede da sala de jantar.

Jamais vou esquecer o Samuel! Ele poderia ser meu pai de consideração, mas pra mim, foi o único pai que tive. Já que os meus morreram e eu era muito pequeno. Na quarta-feira seguinte, a Adriana liga para o Lorenzo, explica o motivo de ter faltado na entrevista de emprego.

Ele disse que a vaga já havia sido preenchida. Mas que era pra ela ir lá falar com ele na sexta e assim tentar uma outra vaga. Levei ela no apartamento dela, ela quis pegar algumas coisas, pra ficar mais uma semana comigo. E quando chegamos havia ainda todos os presentes dela de aniversário que ela nem havia aberto.

Então, ela sentou-se na cama e foi abrir. Abriu todos e basicamente, eram roupas e coisas femininas. Até que ela parou num embrulho... " De: Samuel e Júlia. Para: Adriana"

― Ele me deu esse presente, mas quando estive aqui pra pegar coisas pra ficar com você lá na mansão, eu nem lembrei dos presentes.

― Abra então...

Ela abriu. Era um sobretudo com capuz vermelho. E havia um bilhetinho. " Faça o lobo sorrir. Parabéns" Ela sorriu com o presente nas mãos e eu gargalhei.

Naquela noite, ela foi tomar um banho para dormir, e quando voltou para o quarto, eu estava recostado na cabeceira da cama mexendo no celular.

Ela pigarreou e eu olhei em direção a ela. Ela estava usando o sobretudo e sem mais nada. Abri um sorriso enorme e ela ficou toda boba.

― Minha Chapeuzinho linda. Vem me dar um beijo, amor!

Adriana caminhou devagar e quando chegou a cama, subiu nela e engatinhou até mim.

― Eu te amo, senhor lobo.

Fizemos amor, depois de tanto tempo. E foi maravilhoso. Me senti pleno e feliz.

No outro dia cedo, eu acordei e pedi a Louise pra fazer um bandeja linda pra levar pra minha doce Chapeuzinho. Adentrei ao quarto com a bandeja em mãos e não vi a minha gostosa na cama.

― Chapeuzinho?

A porta do banheiro estava entreaberta e ouvi ela vomitando. Deixei a bandeja na cama e fui vê-la.

― Querida o que houve?

― Eduardo, não sei, mas tô meio tonta.

― O que você tem?- já fiquei tenso e nervoso.

― Não sei, mas tô enjoada, me sinto como se fosse desmaiar...

― Adriana, vamos ao médico agora!

― Deixa eu só deitar um pouquinho, comer algo e vou melhorar...

― Não senhora. Você vai vestir algo e vamos ao médico agora! E não tem discussão ou levo você nas costas.

― Tá bom.

Levei ela na clínica onde tenho convênio e pedi para que ela fosse atendida no particular, que eu bancaria todas as despesas. Esperamos uns cinco a dez minutos e chamaram por ela.

― Você vem comigo?- ela perguntou.

― Posso?- perguntei a recepcionista.

― Sim.

Adentramos na sala e uma médica nos atendeu.

― Então Adriana, o que está acontecendo, o que você está sentindo?

― Eu, só vim porque meu namorado é ansioso e acha que posso tá com algo sério. Mas eu já tô ótima.

― Doutora, eu sou o tal namorado e, acho que ela tem sim, que fazer exames e saber o que tá acontecendo.

― O que ela sente?

― Ela está tendo enjoos, tonturas, eu já desconfiei de algo, mas antes do acidente de carro. Nesse último mês, ela não sentiu nada, a não ser por hoje que vomitou e disse estava tonta.

― Você sente dor abdominal, Adriana?

― Não.

― Quando você fica tonta, você sente dores de cabeça?

― Não.

― Como está sua regra?

― Atrasada, mas isso acontece quase sempre.

― Atrasada, de quanto tempo?

― Dois meses eu acho... espera, vocês não estão achando que eu tô gravida, né?

― Vou pedir uns exames. Nos vemos daqui a pouco. Aguardem ser chamados.

Fomos para fora e levaram Adriana para coleta de material para os exames.

― Você tá exagerando, eu não tô grávida e não tô com problema nenhum - disse ela voltando do exame.

Com pouco tempo fomos chamados de volta à presença da médica.

― É senhor Eduardo... suas suspeitas eram verdadeiras, parabéns vocês serão pais. E ao que tudo indica daqui a sete meses.

― GRÁVIDA?

― Amor... - agarrei a minha Chapeuzinho e enchi ela de beijos. Não me importei com a médica, com nada. Eu estava nas nuvens. Eu iria ser pai outra vez.

Saímos da clínica e Adriana parecia perdida.

― Tá tudo bem?

― Como assim eu vou mãe, Eduardo?

― Amor, fizemos sexo como coelhos no cio, lembra? E tenho certeza absoluta que essa criança foi feita no seu quarto, no dia que te trouxe da casa do Samuel.

― Eduardo... eu vou ter um filho! Como? Nós só estamos juntos tem dois meses... só estamos namorando.

― Você não quer o bebê, é isso?- parei o carro e olhei pra ela.

― Claro que sim! Mas...que bebê? Eu não tô grávida! É muito cedo. E-Eu... nós nem estamos juntos a tanto tempo.

Ignorei o que ela disse, chegamos na mansão e ela foi deitar a pedido da médica, que mandou ela fazer um pouco de repouso.

Liguei para o Bruno e pedi pra ele e a noiva estarem em casa para jantar comigo e Adriana. Em seguida, liguei para a Júlia e chamei ela e Jéssica para o mesmo jantar.

Quando a noite chegou, Chapeuzinho parecia mais " conformada", desceu e ficamos na sala de estar, esperando os convidados. Quando todos estavam presentes, incluindo o Carlos que chegou com a Clara, fomos para a sala de jantar.

Jantamos, incluindo a Louise. E um pouco antes da sobremesa eu pedi a palavra.

― Quero dizer a todos o real motivo desse jantar. Não quero me alongar e fazer discurso. Serei direto- todos estavam me olhando- Eu vou ser pai outra vez. A Adriana está grávida e soubemos essa manhã.

― Sério?- pergunta Bruno.

― Sim. E tem mais uma coisa - me virei pra Adriana e segurei suas mãos- amor, pode até ser rápido demais, pois você mal me conhece, mas pra mim nada tá sendo rápido...eu te disse que queria casar logo e que nosso namoro iria durar pouco... e eu sei o que quero... e eu quero você! Casa comigo?- Tirei a aliança da caixinha que retirei do bolso e lhe ofertei- Seja minha esposa, já que você, já é a mãe do meu filho ou filha...

Ela chorava e estava toda vermelha... e vocês já sabem... amo ela vermelhinha assim.

― Aceito! Claro que aceito. Eu te amo Eduardo!

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora