CHANTILI

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EDUARDO

Rever o Felipe, não era algo que eu esperava que ocorresse justo agora. Não gostei nem um pouco dele admirando minha Chapeuzinho. E não acreditei na cara de pau dele de ainda vir falar comigo. Chegamos em casa, estaciono o carro e vou direto pegar uma dose de uísque para tentar me acalmar.

― Você vai ficar sem falar comigo?- ela usa um tom de repreensão comigo.

― Adriana. Eu ... preciso ficar só, por um tempo. Pode por favor, me deixar sozinho?

― Não!

― Não?- fiquei surpreso com a resposta dela. Ela caminha até mim, retira o copo da minha mão e me beija.

― Não sou muito esperta, mas entendi que aquele cara deve ser o tal padrinho do Bruno.

― Sim.

― E é isso que você quer?

― Como assim?

― Decretar a vitória dele? Ou você ainda tá mexido pela talzinha que te traiu? Ver ele, trouxe sua paixão por ela de volta? Por que se for...me avise que pego um táxi pra casa agora mesmo.

― Não! Claro que não. Eu só não esperava encontrar ele, justo aqui. Como eu disse... não o via fazia muito tempo. Nem sei se a tal esposa é ela ou não. Mas isso não tem nada a ver com você meu amor. Eu não tenho paixão nenhuma por ela. Pra ser sincero acho que nunca fui apaixonado por ela. Só levei a relação por meses, por conta do Bruno. Meu filho adorava ela, pois ela o tratava super bem.

― Usou o Bruno para chegar em você e depois te traiu com seu amigo?

― Não sei. Eu nunca cobrei explicações dos dois. Só os mandei sair de minha casa.

― Eduardo, sei que não deve ter sido fácil pra você. Mas é passado. Não estrague nosso presente com lembranças desses dois. Quem está com você, sou eu. E eu jamais trairia você.

― Desculpe- respirei fundo e a abracei- hoje parece que foi o dia... antes do Felipe, foi o tal Fabrício.

― Que Fabrício?- ela fez voz safada e cara de sapeca.

― O cunhado da Gisele, sua safada. Vai dizer que você não percebeu que ele quase arrancou sua mão de você, de tanto que apertava?

― Ahhhh o Fabi... claro! Amigo meu de muito tempo...

― Que?

― Dei uns pegas nele um tempo atrás...

― Como é que é Adriana?- meu tom de voz já não é amigável.

― Brincadeira seu lobo- ela faz aquela voz manhosa.

― Ah sua pilantrinha, vou te dar umas palmadas pra você não me fazer ter um infarto...

― Isso se você me pegar...- ela começa a correr pela sala e eu atrás dela.

Parecemos duas crianças brincando de pega pega. Ela sai pela porta da frente e corre pelo jardim. Consigo pegar ela e lhe agarro.

― Que eu faço com você, hein moleca?

― Você me pegou... agora me puna- manhosa demais.

Pego ela no colo e a levo para a sala de treino. Especialmente hoje, ela vestiu um vestidinho soltinho, bem estilo verão. De alças e com saia rodada. Eu vesti uma calça jeans despojada, com uma camisa social branca e gravata. Por que a gravata? Tenho planos para ela.

Coloco ela no chão e retiro meu sapato. Ela faz menção de tirar as sandálias que usa mas eu não deixo.

― Melhor ficar com essas sandálias.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora