DANÇA COMIGO?

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O vejo se afastar e fico com o gosto de sua boca... capuccino. Como não ficar atraída por esse homem meu Deus?

Uns dois dias depois, encontro o Carlos por acaso no mercado. Me aproximo dele, que está escolhendo algumas frutas.

— Oi Carlos!

— Adriana? Oi- ele fala com uma frieza na voz. Está realmente diferente. Sua barba está crescendo. O cabelo maior. Está mais magro. Olho seu carrinho, basicamente tem muita bobagem e muitas garrafas de bebida.

— Que bom encontrar você.

— Ah é?- Nossa que desdém. Ele simplesmente coloca as frutas escolhidas no carrinho e se afasta.

— Que tal ir jantar lá em casa hoje?- digo tentando chamar sua atenção.

— Não. Obrigado, tenho compromisso.

— A Jéssica tá fazendo aniversário daqui há 2 dias. Vamos fazer uma festa, você não quer ir?- ele adora festejar. Ele pára e olha pra mim. Seus lindos olhos azuis estão  mortos, não tem brilho.

— Não. Ela me convidou. Já disse a ela que não poderia ir- ele vai em direçao ao caixa- Agora se me der licença, tenho umas compras pra pagar.

— Carlos!

Ele pára e me olha.

— O que eu tenho que fazer pra você parar de ser indiferente comigo?

— Eu quero distância de você, Adriana Martins- ele fala com raiva na voz- quanto mais eu ficar longe de você e de seus encantos, melhor pra mim.

Ele simplesmente vai embora.

EDUARDO

Encontrar a Chapeuzinho na lanchonete foi algo inesperado. Parece que Deus quer mesmo fazer as "pazes" comigo. Consegui roubar um beijo dela. Queria muito mais. Só que o local não permitia.

— Você vai não é?- pergunta o Samuel me tirando de meus pensamentos.

— Não sei ...

— Eduardo a Jéssica nunca pede nada, você sabe disso. E ela pediu muito por essa festa. E faz questão de sua presença.

— Por que não alugar um salão de festas e fazer essa festa aqui?

— Ela disse que os amigos dela, estão lá. E não custa fazer uma vontade de minha filha. Ela nunca me pede ou me cobra nada.

— Okay. Eu vou. Mas não estou dizendo que vou permanecer todo o fim de semana.

— Tudo bem.

Samuel tá estranho faz dias. Tá tramando algo. Anda de conversinha pelos cantos da casa com o Bruno. A Jéssica chega e vem ao escritório. Me faz todo um relatório da empresa. Depois disso, lhe pergunto o por que dessa festa na casa antiga deles? A casa do Samuel é grande, quase tanto como uma pequena mansão. Era do meu padrinho e dei ao Samuel de presente de boldas.

No fim, a Jéssica quer um fim de semana com todos para festejar seu aniversário em sua casa no interior. Será, segundo o Samuel, uma comemoração com música e comida... num local bem jovial, isso tudo na sexta à noite. No sábado o aniversário, com bolo, com docinhos e salgadinhos e no domingo... churrasco na piscina.

— Jéssica já estou te avisando que vou chegar só nos festejos de sexta à noite, com seu pai. Pois tenho uma reunião, como você mesmo sabe.

— Tudo bem Eduardo. O importante é você ir. Todo ano você vai. Não vai me descepcionar esse ano, né?

— Okay Jéssica! Só que nos anos anteriores, voce não quis festejar tanto...

Sexta-feira chegou, estou a caminho do local da festa com o Samuel. Quando nos aproximamos da mesa, vejo Júlia, Bruno, Clara, Jéssica e... minha Chapeuzinho. Não sabia que ela viria. Foi inevitável meu sorriso.

— Surpreso?- me pergunta Samuel antes de chegarmos à mesa.

Cumprimento todos à mesa. E tudo está tranquilo, até o DJ começar seu show. São músicas variadas e modernas.

Começa uma rodada de músicas românticas. O Samuel tira a Júlia pra dançar e o Bruno chama a Clara. Olho pra minha Chapeuzinho, mas resolvo chamar a  Jéssica pra dançar, afinal ela é a aniversariante. Estamos dançando e conversando sobre a empresa. Pergunto se não virá mais amigos dela.

— Amanhã lá em casa. Diz pra mim que você trouxe roupa pra ficar o fim de semana?

— Sim. Tá no carro. Seu pai ... nosso pai, insistiu bastante- sorrimos.

O Bruno vem pra pista com a Adriana. Os dois dançam e sorriem. Volto pra mesa, com a Jéssica.

Resumindo... danço com todas da mesa, menos com a mulher com quem realmente quero dançar. Ela está dançando com o Samuel e a Jéssica com o Bruno.

Clara, Jéssica e Adriana vão ao toillet e ficamos na mesa aguardando. Já são meia noite e quarenta da manhã.

— Por que não tira a Adriana pra dançar?- pergunta o Samuel discretamente- não vai me dizer que vai começar com seus pensamentos bestas?

— Tô com medo Samuel- estamos quase sussurrando. Mas bem próximos, pois com a música alta não ouviríamos um ao outro.

— Medo da Adriana?

— Medo de não controlar meus desejos Samuel.

— É só uma dança...

Quando elas retornam pra mesa. Ouço o Bruno dizer que quer dançar com Júlia, mas ela diz que melhor ficar quieta e não fazer esforços. Assim ele fala pra mim:

— Pai, deve chamar a Adriana pra dançar. O senhor dançou com todos da mesa, menos com ela.

— Não é verdade. Eu não dancei com você, nem com o Samuel- todos nós rimos. Estendo minha mão pra minha ruiva linda- dança comigo senhorita Adriana?

Ela segura minha mão e me levanto. Enquanto a levo para a pista de dança, enlaço nossos dedos. E chegando na pista, coloco minha mão um pouco acima de sua cintura, quase no meio de suas costas.  E com a outra mantenho nosso dedos enlaçados. Começamos a dançar e no meio disso o DJ troca a música por minha canção favorita " I swear- Elvis Presley". Aproximo mais nossos corpos colo meu rosto no seu. E nos balançamos levemente.

— I'll love you with every beat of my heart
And I swea... eu amo essa canção- digo sussurrando em seu ouvido.

— Eu também- fico surpreso com essa afirmação.

— É uma canção antiga... do Elvis Presley.

— Música não precisa ser moderna pra tocar o coração...

— Adriana... eu...quero tanto te beijar agora- olho pra mesa e estão todos olhando pra nós.

Ela não diz nada, só encosta a cabeça em meu peito tira sua mão da minha e enlaça meu pescoço. Meus Deus eu preciso muito de sangue frio agora.

Quando voltamos pra mesa... Jéssica resolve que é hora de irmos pra casa. Chegando em casa, somos todos encaminhados a nossos quartos. Eu fiquei no quarto ao lado de minha tentação de cabelos vermelhos.

— Meu Deus... ela está tão perto, mas tão distante - Começo a lembrar de seu corpo acompanhando o meu na pista de dança. Do cheiro de seu lindo cabelo vermelho. Do cheiro de sua pele, de sua temperatura... Sua cabeça em meu peito e sua proximidade — Não vou conseguir dormir. Por que o Samuel não me disse que ela viria? Te desejo tanto minha Chapeuzinho... como eu queria que essa parede não existisse... pra que eu pudesse dormir com você.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora