Vamos pra casa

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Ele volta pra sua mesa e seu perfume fica me embriagando... após alguns segundos eu abro a porta e saio.

Tenho certeza que ele deve estar feliz da vida por me ver sair assim, com o rabo entre as pernas...

Vou caminhando para o elevador, tentando pensar numa forma de revidar, afinal de contas, isso não vai ficar assim!

― Conseguiram chegar num acordo?- Samuel me pergunta sentado num sofá branco próximo à recepção.

― Ahn... não. Mas vou continuar negociando - dou um sorrisinho e aperto o botão, chamando o elevador. Que pra minha pouca sorte, chega rapidamente.


EDUARDO

Vi que a Chapeuzinho saiu da empresa hoje muito irritada. Mas espero que ela aceite e não tente devolver o dinheiro novamente. Achei essa brincadeira até divertida, mas ela pensar que depositei o dinheiro por pena, me deixou bem chateado.

São quase sete da noite, aproveitei que cheguei cedo em casa, vou até meu quarto pra trocar a roupa. Vou treinar hoje ... sexta-feira, vamos descarregar a tensão da semana.

Quando desço as escadas  para ir a sala de treino, Louise me pergunta se vou jantar. Lembrei-me que ela pediu esse fim de semana pra ela, um neto dela está aniversariando esse fim de semana.

― Louise, você fez alguma coisa?

― Sim. Inclusive o Bruninho já está jantando, daqui a pouco ele vai pro Hospital.

― Nesse caso eu vou comer agora, e a senhora pode ir pra sua casa. A propósito ... - vou até meu escritório e pego duas notas de cem na carteira e volto - compre algo para seu neto por mim.

― Assim que eu limpar tudo, vou.

― Não senhora, a senhora vai agora ... senão fica muito tarde. Samuel você pode levar ela?- pergunto ao Samuel que está na mesa com o Bruno jantando.

― Claro. Só o tempo de eu terminar aqui Louise -diz ele pra ela.

Louise volta para seu quarto. Provavelmente para buscar sua bolsa.

Sento à mesa e me sirvo.

― Plantão dobrado hoje filho?

― Não. Clarinha também estará de plantão.

Seu telefone toca e ele olha quem é na tela. Observo ele deslizar para atender ... ele olha pra mim como que pedindo permissão. Sabe que não gosto de telefone à mesa.

― Desculpe pai, mas preciso atender...

― Vida de médico - dou um sorriso.

― Oi amor, aconteceu alguma coisa?

Ficamos observando, eu e Samuel.

― Sério isso? Cara só internando a Adriana!

A última palavra me chama ainda mais atenção.

― Ela tá doida! - ele faz uma pausa e escuta o que esta sendo dito do outro lado da linha- a vontade que da é chamar o pai ou a mãe dela, pra alguém dar umas palmadas nessa criatura. O ruim é que nem eu, nem você, podemos impedir. Além da filha da mãe ser maior de idade, nós dois estamos de plantão hoje e não vamos poder acompanhar...

Ele levanta da mesa e sai com o celular no ouvido, ainda falando e ouço seu tom de voz ficar muito tenso e raivoso.

Voltando pra mesa, ele pede desculpas e diz que não vai terminar a refeição.

― Vou buscar a Clara em casa  e aproveito pra ver se faço aquela cabeça dura mudar de ideia...

Não pergunto nada, tento manter minha curiosidade sobre controle. Mas Samuel pergunta.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora