Uísque meu querido...

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Ele responde e diz que já vai sair. Demora alguns minutos e Carlos aparece na  cozinha de bermuda. Olho seu peitoral e fico vermelha. Tenho certeza, porque ele me olha com cara espantada.

― O que foi?

― Nada.

― Vou pegar uma camisa. Ontem à noite, não consegui pegar uma roupa pra dormir, porque fiquei com medo de te acordar.

― Você me levou pra cama?

― Não. Você é sonâmbula, não lembra?!- ele ri- Sim. Você estava tão linda dormindo no meu peito que eu adoraria ficar ali com você, porém você amanheceria toda torta e eu pior.

Ele olha o celular e vê a hora.

― Caramba Dri, por que não me acordou antes? Olha a hora- ele corre para pegar a tal camisa.

― Eu tentei... - sussurro e ele para na entrada do meu quarto e olha pra mim. Acho que entendeu o que aconteceu. Eu estou igualzinha a um tomate.

― Gostou do que viu?- ele pergunta debochado e entra no quarto. Eu fico quieta... mas minha mente refaz toda a cena...linda.

Ele volta vestindo a camisa. Pega uma maçã na fruteira e morde.

― Poderia me tocar... pra me acordar- seus olhos estão maliciosos. Incrível como pela manhã os olhos dele ficam ainda mais azuis.

― Não começa.

― Ué. Você se aproximava, tocava no meu ombro e me chamava. Assim não estaríamos saindo correndo de casa como agora. Pega sua bolsa e vamos.

― Ah, tá. Achei que estava sendo malicioso.

― Achou que te falei pra tocar...tocar, tipo punheta?- ele ri- vamos Adriana, senão você chega atrasada. E eu disse que não ia ficar sendo idiota contigo. Sei que você não teria segundas intenções comigo. Mesmo depois de ontem...

― Bom dia!- chega Clara- o que teve ontem?

― Demos seu quarto como motel pra dois mendigos que encontramos na calçada aqui perto, o casal geme... - responde ele abrindo a porta pra mim.

― Seu imbecil!

― Bom dia pra você também minha doce irmã - dá um beijo rápido no seu rosto e saímos.

Já em seu carro, um jeep renegade vermelho, pergunto por que ele perturba tanto a Clara.

― Por que é muito fácil tirar ela do sério. E acho engraçado que quando ela fica muito, muito irritada, ela começa a gaguejar.

― Sério?

― Vocês são amigas há anos, nunca percebeu?

― Nunca a vi tão irritada a esse ponto.

― Então acho que isso é privilégio meu. Me guie até sua faculdade, porque eu não sei onde fica.

Quando chegamos na porta. O Carlos desce e faz questão de abrir a porta pra mim. " Esse garoto tem futuro, mas será que é comigo?"

Aceito a mão que ele me oferece e desço do carro.

― Que horas você sai?

― Às onze e meia, por quê?

― Como não estou fazendo nada, venho te pegar. Assim você economiza na passagem- ele me abraça- boa aula.

― Obrigada- aquele tom de azul em seus olhos, com aquele sorriso lindo em seus lábios... o beijo de ontem à noite retorna e eu lhe dou um selinho.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora