A BRIGA

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EDUARDO

Estou deitado com minha Chapeuzinho... meus braços envolvendo o seu corpo. Como ela é linda!

São cinco e dezoito da manhã quando dou por mim que já amanheceu. E percebo que dessa vez não foi um sonho, ela está ao meu lado dormindo. Faço um carinho leve nela... preciso tocá-la pra ter certeza que é real.

Retiro meu braço de entorno de seu pescoço. Contra a minha vontade. Ela reclama sonolenta, mas não acorda. Deposito um beijo em seus lábios e ouço ela me chamar.

― Eu preciso ir minha querida! Volte a dormir- dou-lhe outro beijo casto e levanto.

Antes de sair de seu quarto abro a porta e olho para ver se não tem ninguém. Como não há ninguém, volto para meu quarto.

Meu intuito era dormir e transar com minha linda ruiva. Mas eu pensei melhor... quero que seja bom para ambos e que não fiquemos com receio de alguém entrar pela porta e nos atrapalhar. Antes dela adormecer eu desliguei todas as luzes do seu quarto, menos do abajur ao lado da cama. Isso me permitiu ficar admirando minha Chapeuzinho em meus braços. A tocar, beijar, cheirar... não dormi.

Agora vou tentar dormir um pouco.

Acordo horas depois. O dia transcorreu normalmente, ajudei a preparar as coisas da festa da Jéssica. Adriana estava na cozinha fazendo doces e salgados.

― Posso pegar um?- vejo que ela está sozinha na cozinha. Aproveito e a abraço pela cintura, deposito um beijo em seus cabelos.

― Eduardo... não pegue os doces- ela diz numa voz tão manhosa... se ela soubesse como gosto dessa manha dela...

― Eu sou chocolatra... tenha pena Chapeuzinho- agora sou eu que falo manhoso. Ela vira e olha pra mim.

― Tá - ela pega um docinho de chocolate e pede minha mão para me dar.

― Ponha em minha boca - abro a boca e a provoco. Ela deposita cuidadosamente o doce em minha boca, seguro sua mão e chupo seus dedos... a olhando nos olhos. Ela arfa com esse simples gesto. Fica acompanhando seus dedos saírem de minha boca. Levo minha boca até a sua e a beijo.

Numa fração de segundos, quando nossas bocas se afastam, o Bruno entra na cozinha. Foi por pouco!

― Tá tudo bem aqui?

― Sim. É só a senhorita Adriana ralhando comigo porque roubei um bombonzinho de chocolate.

― Esses doces estão contados- ela entra na brincadeira comigo.

― Ah Adriana são só dois bombonzinhos- diz o Bruno roubando outro e correndo cozinha a fora.

A noite chega. E os convidados da Jéssica começam a chegar. Ela apresenta todos nós... quando todos chegam a festa começa realmente. Todos comemos, bebemos e nos divertimos. Um dos amigos dela, parece muito "dado", está muito animado em comparação aos outros. Em certo momento ouço a Adriana reclamar que está cansada. Instantes depois eu não a vejo em local algum. Há cerca de trinta convidados... circulo por todo local onde a festa acontece, mas nada dela.

― Bruno você viu a senhorita Adriana?

― Ela tava ali...- ele aponta para um lado- uai, onde ela foi? Ela tava ali no cantinho, disse que a coluna dela tava incomodando... será que foi para o quarto?

― Vou dar uma olhada... vai que ela não esteja bem?- esse é o pretexto pior que pude achar. Subo até os quartos e nada. Volto pra sala e nada dela, resolvo ir ao lado de fora.

Ouço vozes exaltadas e um gemido. Caminho em direção ao som e vejo o tal rapaz com a mão esquerda segurando o saco e com a outra mão os cabelos de minha querida Chapeuzinho.

― Me larga imbecil!- diz ela tentando retirar seus cabelos da mão do cara.

― Sua vadiazinha... tá se fazendo de difícil, mas eu conheço putinhas como você... se faz de difícil pra valorizar o passe- ele tira a mão do saco e puxa Adriana pra perto- você vai me pagar por essa joelhada... que tal me dá uma boa chupada pra aliviar a dor?

― Me solta, você tá me machucando seu idiota! Socorro!

― Ninguém vai te ouvir com essa música alta. Você quer gritar? Gosta de sexo selvagem ruivinha...

― Não ouse tentar nada... eu não quero você seu imbecil, me solta que você tá me machucando- Ele tá com a mão em seu pescoço, como que forçando um estrangulamento.

Finalmente chego perto e vejo ele estrangulando Adriana e com a outra mão ele tá subindo o vestido dela.

― LARGA ELA!

Ele solta o pescoço dela, mas não a deixa. Dou mais dois passos, ela me estende a mão. Tento segurar, mas ele puxa a mão dela de volta.

― Olha aqui, se você quer comer ela depois, eu não ligo, só que nesse momento essa putinha será minha, depois que eu me satisfazer, tiozinho... você pode usar ela como quiser.

Dou um soco no garoto, ele é grande e musculoso. Deve malhar bastante. Ele cambaleia e folga sua mão dela, aproveito e a puxo pra mim.

― Você está bem?- ela tá chorando e isso me dá uma raiva. Me viro pra ele e ganho um soco de volta e caio, não esperava.

― Já disse que a puta aqui tá se fazendo de difícil pra valorizar o passe dela- ele caminha até ela que chora e tenta correr de volta pra casa, mas ele a puxa novamente pelo cabelo e eu dou uma rasteira nele.

― CHAME MINHA MULHER DE PUTA OUTRA VEZ E EU TE MATO SEU DESGRAÇADO!- com sua queda, aproveito que ele está no chão, sento sobre ele e começo a socar muito a cara dele- NUNCA MAIS SE APROXIME DE MINHA MULHER! - Dois, três...cinco socos e sinto Adriana segurar meu braço- EU TE MATO SE VOCÊ TOCAR NA MINHA MULHER OUTRA VEZ!!!

― Eduardo, não mate esse desgraçado... meu amor por favor... BRUNO!- ela some do meu campo de visão e eu só quero acabar com a raça desse filho da puta.

Fiquei tão cego que só tomo noção das coisas quando vejo o meu filho segurando meu braço e Adriana abraçada comigo.

― PAI... PAI- me chama Bruno- JÁ CHEGA, ACABOU.

Só então volto a mim e seguro forte Adriana.

― Você está bem?- como eu disse, ainda não tenho noção do que está acontecendo, mas a abraço, como que para protegê-la. Seguro seu rosto com ambas as mãos e olho em volta do seu rosto, seu corpo como para verificar se realmente ele não a machucou- ele não vai mais tocar em você!- A beijo, nos lábios, no rosto inteiro como se meus beijos pudessem tirar toda a dor que aquele idiota causou. A pego no colo e vou para dentro da casa. Não ligo se tem alguém olhando. Levo ela para meu quarto, sento-me com ela. Estou sentado encostado na cabeceira da cama e Adriana encolhida no meu colo. A abraço forte para que nada, nem ninguém a machuque.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora