Não pare...

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ADRIANA

Vejo o lobo mau sair do banho vestido num roupão. Estou sentada na poltrona que há no quarto. Vamos combinar que esse quarto é maravilhoso, cabe o meu dentro!

Fiquei analisando tudo que podia e que minha cabeça deixava. "Nossa a dor está me matando ".

Ele abre a porta do closet e apanha uma roupa, retornando para o banheiro. Não leva muito tempo e já sai vestido numa bermuda caqui e uma camisa branca. Está com uma toalha nas mãos secando os cabelos.

― Essa é a mãe do Bruno?- apanho o porta retrato que está em um dos criados mudos ao lado da cama.

― Sim. Essa é Vera, minha esposa  e mãe do Bruno.

― Faz muito tempo que ela... se foi?

― Dezesseis anos.

― Sinto muito. Você lembra muito dela?

― Todos os dias!

Coloco o porta retrato de volta no lugar.

― Obrigada por ter me ajudado.

― Você faria o mesmo por mim.

― Talvez...

― Sério que você me deixaria ser estuprado?- ele usa um tom debochado e percebo que está brincando.

― Na verdade, eu mesma estupraria você- sorrio de volta para que ele pense que estou brincando. Se bem que eu faria.

― Onde foi que você leu que a chapeuzinho come o lobo?- ele sorri abertamente. " Meu Deus que homem lindo!"

― Você deveria sorrir mais. Fica ainda mais lindo que já é -isso era pra ser só um pensamento, porém saiu alto demais- E já que o lobo não come a chapeuzinho... ela pode muito bem se declarar poderosa e comer o lobo- me aproximo dele enquanto falo- O que é isso ?- notei uma área vermelha ao lado de sua boca. Instintivamente toco o local.

― Ah, foi seu amigo idiota. Mas ele levou o dele também. Só não bati mais, porque a prioridade era tirar você de lá- fico pensando que amigo teria feito isso ...claro, Flávio- Você foi muito mal criada ontem. Merecia umas boas palmadas- ele parece de ótimo humor- O Bruno ficou tão chateado contigo, que até disse de chamar seus pais aqui pra isso.

― Tá doendo?

― Não- ele se afasta e entra no closet e volta com um sapatênis. Senta-se na cama para calçar.

― E falando em palmadas ... - me aproximo dele o suficiente para que me note de pé em sua frente. Ele me olha- Se for você que me der, eu deixo e acredito que vou gostar bastante.

Ele termina de calçar o sapatênis, põe uma mão de cada lado de minha cintura e se levanta da cama.

― Adriana não faz isso. De verdade, eu tô te pedindo.

Ele está tão perto, tão cheiroso... Olho em seus olhos  e não sei se interpreto errado, mas vejo que ele fala outra coisa pra mim em seu olhar. Seguro seu pescoço e aproximo minha boca da sua...

― Me beije lobo mau...

― Não faça is...

― Eu quero você... - o interrompo e roço meus lábios nos seus, estamos tão próximos que posso sentir seu hálito.

Nos beijamos, no início foi calmo. Como se ele visse se estava tudo bem para continuar. No momento que permito sua língua invadir minha boca ... O beijo se torna ágil e intenso.

Nossas línguas brincam ou brigam dentro de nossas bocas. Sinto ele apertar minha cintura e me impulsionar pra cima. Meu corpo entende o recado e cruzo minhas pernas em torno de sua cintura. 

Ele caminha comigo e me encosta contra a parede de espelhos. Me beija com uma necessidade, como se o mundo fosse acabar agora.

― Ah Adriana... - ele sussurra com a boca próxima a minha.

― Quero ser sua Eduardo...

Sua mão esquerda desce até minha coxa, apertando. Seus lábios deixam os meus e percorre meu pescoço.

Coloco minha mão em seus cabelos, bagunçando um pouco mais.

A mão que está em minha coxa começa a subir e leva junto o meu vestido. Em um giro rápido, ele me tira da parede e me coloca na cama. Sua boca ainda está colada na minha. Nossas línguas travam uma verdadeira luta.

Sinto a parte de cima do meu vestido sendo puxada pra baixo e sua mão quente sobre meu seio. Ele morde levemente meu queixo me fazendo gemer." Meu Deus, eu quero ele, agora!"

Sua língua desce por meu pescoço até encontrar meu mamilo. Abocanha meu seio e o chupa, enquanto sua mão passa pela lateral do meu corpo, por baixo do meu vestido. Ou pelo menos , o que ainda está me cobrindo.

Minha mão procura e acha o cós de sua bermuda. Ele morde levemente meu seio o que me causa uma certa dor, que é aliviada por sua língua.

― Quero você!- abro o botão de sua bermuda.

Como se fosse um raio, vejo ele se afastar de mim.

― Não!

― Como?

― Isso não pode e não vai acontecer. Por favor, se recomponha e me aguarde na sala. Já  desço pra levar você em casa- ele fala fechando novamente o botão de sua bermuda.

― Você não pode tá falando sério- levanto da cama puxando meu vestido para o lugar - você não vai ignorar tudo que acabou de acontecer aqui, vai?

― Por favor, desça. Isso não deveria ter acontecido. Eu disse a você que isso não aconteceria mais -ele fala e nem se dá ao trabalho de olhar pra mim.

― Você quer, tanto quanto eu, por que tá fazendo doce agora?- caminho até ele e tento tocá-lo, mas ele se afasta.

― Já disse, isso foi um erro. Não era pra acontecer. Eu não sirvo pra você. Sou velho demais pra você ...poderia ser seu pai!

― Mas não é. E não acho que seja errado duas pessoas se quererem, se desejarem...

― Adriana! Entenda, não vai existir nós, nunca!

― Imbecil!- saio batendo a porta.

Minha garganta queima. Começo a andar em busca da saída. Ouço um forte barulho vindo do seu quarto. Paro um instante, mas resolvo seguir. Acho a escada e desço correndo. Quero sair daqui o mais rápido possível.

Quando chego ao fim, ouço Bruno me chamar.

― Adriana? Tá tudo bem ?

― Não. Me leva pra casa?

― O que houve?- pergunta Samuel.

― Seu patrão é um imbecil! Bruno, se você não for me levar  eu vou andando. Aqui eu não fico nem mais um minuto.

― Calma, vou pegar a chave e vamos.

― Vou olhar que barulho foi esse- diz Samuel.

Entramos no carro, quando saímos pelo portão, eu desabo.

― Não quer conversar ?- pergunta Bruno.

― Não. Quero esquecer que esse dia maldito existiu! E principalmente esquecer que um dia conheci seu pai.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora