É como andar de Bicicleta...

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Desço com a bandeja e o Samuel não resiste a uma piadinha infeliz, quando verifica o prato cheio.

― Como prefere... João Linhares ou José?

― Não pense que ela não vai comer... só não vai comer isso!

Vou até a cozinha e apanho, uma maçã, uma laranja e um cacho de uvas. Coloco na bandeja com uma garrafinha d'água. Volto para o quarto.

Coloco a bandeja de lado e me deito sobre ela. A beijo, tiro o lençol de cima dela e ela tenta esconder os hematomas em seu pescoço. Seguro suas mãos acima da cabeça e beijo todo seu pescoço. Ela corresponde com gemidos suaves.

― Não mudou sua sensibilidade. Seu pescoço continua cheiroso, macio e lindo... e essas marcas irão sumir.

― Só não quero que você deixe de me desejar...

― Isso é possível?- sento na cama e apanho a bandeja. Começo a descascar a laranja.

― Você sabe o quanto eu te desejo Eduardo... quero o mesmo de você.

― Eu também te desejo minha Chapeuzinho, você ainda não notou?- tiro um gomo da laranja e levo próximo a boca dela- chupe!

― Eduardo...

― Você me disse que preferia fruta... não me decepcione. Agora abra a boca e chupe!

Consigo fazer ela comer todas as frutas. Às vezes a incentivava com beijos e carinhos, mas no fim, deu tudo certo. Coloco a bandeja de lado, sento-me encostado na cabeceira e a chamo para meu colo. Ela se enrosca em mim e ficamos entre beijos e caricias até que o Samuel bate na porta.

― Desculpe interromper o casal, mas Eduardo melhor você vir comigo.

― Que aconteceu?

― O pai do Lucas está lá embaixo querendo falar com você e a Adriana.

― Vai me dizer que o filho da puta morreu?

― Não. Mas é melhor vocês descerem pra falar com ele. Ou ao menos ouvir o que ele tem a dizer.

― Eu vou. Mas você fica aqui Adriana- digo olhando pra ela e já ficando de pé.

― Eu vou também. Isso interessa tanto a você quanto a mim.

― Você não precisa passar por isso...

― Quero que ele veja com os próprios olhos, o que o filhinho dele fez - diz ela me interrompendo e já ficando de pé e vestindo uma bermuda. Ela parece com raiva.

Sei que será inútil tentar fazer ela mudar de ideia. E tudo que não quero agora é uma discussão com ela. Descemos e o cara está de pé no meio da sala, com todos sentados e só a Jéssica de pé.

Quando nos aproximamos, ele estende a mão pra mim.

― Boa noite dr. Linhares, sou o Roberto Conrado, pai do Lucas - minha vontade não era de ficar de formalidades com o indivíduo, mas minha criação não me permite ser grosseiro com alguém que está me estendendo a mão. Aperto mesmo a contragosto - Essa deve ser a senhorita Martins.

― Sim - ela responde o cumprimentando e logo em seguida retira todo o cabelo para prendê-lo num coque. Deixando assim bem visível seus hematomas. Aquilo me deixa muito chateado.

― O que o senhor quer, senhor Conrado?- pergunto.

― Quero em primeiro lugar, pedir desculpas pelo transtorno que meu filho causou. Em segundo lugar, quero dizer que o farei retirar a queixa e em terceiro lugar...- ele estende um cartão de visitas- quero me deixar disponível para qualquer coisa que possa fazer para tentar resolver essa situação.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora