FAZENDO AS PAZES

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ADRIANA

Eduardo sai da cama e vai para o banheiro. Demora uma eternidade. Acho que se arrependeu de termos transado. Me visto e volto para o meu quarto.

Já são altas horas quando a Clara me chama na cama.

― Dri?... Dri?

― Oi Clarinha, o que foi?- digo sonolenta.

― O doutor Eduardo vai levar você pra casa amanhã.

― Por quê?- me sento na cama esfregando os olhos.

― Acabaram de ligar do hospital. Houve um acidente grave com muitas vítimas e chamaram eu e o Bruno. Estamos voltando agora.

― Eu posso ir com vocês, só me dá uns minutinhos pra eu ajeitar minhas coisas...

― Não dá Adriana. Só vim aqui te avisar. O Bruno está com o pai dele, pedindo pra ele te levar pra casa...

― Eu posso ir com o Samuel... - digo, interrompendo a Clara. Não quero olhar a cara do Eduardo. Sei que ele se arrependeu do que houve hoje entre nós.

― O Samuel vai ficar aqui mais um dia... ele vai resolver umas coisas.

― Tá bom. Que merda! Se não tem jeito...

― Uai, por que você não quer ir com meu sogro?

― Nada. Tá bom. Vai com Deus e cuidem-se.

Clarinha me dá um beijo na bochecha e sai. Não acredito que vou ficar duas horas trancada num carro com o Eduardo. Aquele covarde filho de uma mãe!

Às sete da manhã ouço batidas na porta.

― Entre!

― Bom dia Chapeuzinho! Vim buscar sua mala - diz Eduardo entrando no quarto. Seu perfume toma todo o ambiente. Ele se aproxima e tenta me beijar e eu viro o rosto.

― Pode deixar que eu levo.

― É essa? - ele aponta para mala junto à porta.

― Sim. Mas pode deixar que eu me viro doutor Eduardo!

― Doutor Eduardo? Sério que vamos voltar nesse ponto Adriana?

― Senhorita Adriana por favor...

― Eu não tô acreditando que você vai começar com isso...

― Começar com o quê? Que eu saiba eu deveria nem estar falando contigo doutor.

― Aff... quer saber? - ele apanha a mala- te aguardo lá embaixo.

Desço minutos depois. Me despeço da Júlia, Samuel e Jéssica. Entramos no carro.

― Samuel pode ficar o tempo que quiser. Cuide bem de Júlia- diz o Eduardo - E Júlia, melhore logo pra podermos festejar suas bodas.

― Obrigada Eduardo. Vá com Deus e cuidado nessas estradas.

― Tchau!- dizemos juntos aos três e partimos.

Já estamos na estrada faz uns 20 minutos.

― Vai ficar mesmo sem falar comigo? - pergunta Eduardo. Ele está tão lindo, de bermuda preta e camisa de linho branca. Está usando um óculos escuros que valoriza e muito seu rosto.

― Quer puxar assunto doutor?

― Pára com essa coisa de ficar me chamando de doutor Adriana. Fala logo que você está decepcionada e puta da vida comigo por conta de ontem à noite.

― Como eu imaginava. Você não é muito diferente dos outros homens...

― Como é?

― Come e some.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora