Aproximando

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EDUARDO


Fiz das minhas tripas coração para deixar minha chapeuzinho ir falar com o moleque desgraçado. Me coloquei no lugar dele. Lembro bem da raiva que sentia e sinto, quando vejo outro cara com ela. E como sei, que ele é apaixonado por ela, não deve ter sido fácil ele nos ver aos beijos.

― Você sabe que ela não vai voltar, né?- me pergunta Samuel. Faço que sim com a cabeça.

― Ok. Vamos pra casa.

― Foi um belo gesto de sua parte... você pensou no próximo.

― Fiz aquilo, porque fui criado num colégio católico. Me ensinaram a ter compaixão. E também para que ela não tivesse mais um motivo pra me detestar. Só espero de verdade, que isso não mude nada em sua opinião, nem sobre o que combinamos essa noite. Que ela continue gostando de mim.

Quando chegamos em casa, é visível meu estado de tensão. E se ela realmente resolver dar uma chance a ele? E se ela não me quiser mais? E se... não quero ficar pensando nisso, pois machuca bastante. Estou andando de um lado para o outro na sala, com um copo de uísque na mão.

― Vai acabar fazendo um buraco no chão Eduardo. Não adianta ficar desse jeito.

― E se voltarmos lá? Com a desculpa de ajudarmos?

― Primeiro, tenho certeza que eles não estão mais lá. Segundo, acha mesmo que ele gostaria de sua ajuda? Você está tentando tirar a mulher dele...

― Ela não é dele!

― Okay. Espera um pouco- Samuel retira o celular do bolso, disca e aguarda ser atendido- Jéssica?!- ele coloca o celular na mesa de centro e liga o viva voz.

Pai?!

― Vocês ainda estão no Pub ou já estão indo pra casa?

Não. Já estamos no prédio dele.

― Ele levou vocês praí?

Eu vim dirigindo. Ele não está em condições e Adriana não sabe...

― Você quer que eu vá te buscar?

Oi? Não. Não. Eu vou ajudar ela a colocar ele no apartamento e vou pegar um táxi pra casa...

― Filha, não está meio tarde? Eu vou te buscar...

Não. Ela não vai pra casa hoje Samuel. Eu não posso levar ela em casa, tá tarde e não vou deixar ela pegar um táxi a essa hora e sozinha... então ela vai dormir aqui, comigo e com a Adriana. Amanhã cedo eu levo ela pra casa... ou pelo menos no horário que eu acordar- ouvimos o Carlos falar.

Okay. Te ligo mais tarde. Beijo e boa noite papai!- Jéssica desliga.

― Viu? Não tem com o que se preocupar... ele não vai ficar sozinho com a sua amada.

― Não fode Samuel! Se eles realmente quiserem transar essa noite, não vai ser a Jéssica quem vai impedir...se duvidar ainda fazem por cima dela...- sinto meu rosto queimar com o tapa que o Samuel me dá.

― Nunca mais fale uma merda dessas. Você precisa confiar na Adriana. E principalmente na Jéssica- ele tá irritado. É, eu realmente fui um babaca. Não estou raciocinando... só de pensar na minha Chapeuzinho sozinha, dormindo com aquele moleque- O rapaz é um bom homem. Está sofrendo e ainda assim, pensou no bem estar de minha filha.

" Vou dormir na casa do Carlos hoje e vou dar uma chance a nós"... essa frase fica repetindo e repetindo em minha cabeça. Mas acho que Samuel está certo... eles não fariam nada com a Jéssica lá. Já é manhã, quando vejo o Samuel entrar na sala.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora