Rafaella Kalimann POV
Mais uma bomba explodiu e os estilhaços me atingiram em cheio.
S/n tem uma filha com Yara.
A semana poderia estar mais revirada? Eu não tinha nem me recuperado de uma história e vem outra pra me deixar pior.
A notícia saiu sábado de manhã. Um site postou a notícia com a foto da criança e o Instagram da tal Yara que era privado. Não sei como conseguiram fotos da criança, só sei que ela realmente parecia com a S/n em alguns traços.
Aquilo me deixou muito mais abalada e criando paranóias na cabeça, varias hipóteses. O rebuliço na internet era grande, todos querendo saber como eu estava, alguns desacreditados que aquela loucura estava acontecendo e muitos revoltados com S/n pela traição e pela falta de pronunciamento dela. Tudo muito tóxico.
No domingo o Rodolffo veio me visitar novamente, ele tinha aparecido umas três vezes aqui desde que essa merda toda começou. Sempre com flores, bombons e etc. Sabia o que ele queria, mas está fora de cogitação, ainda mais naquele momento. Felizmente ele não forçava a barra, se contratava com nossa amizade.
O que me deixava com raiva era que ele estava sempre falando sobre S/n, o quanto ela não me merecia e quanto não valia nada, que eu mereço coisa melhor. Eu apenas o encarava com deboche já que ele também fez a mesma coisa.
Depois que ele foi embora, passei o domingo no quarto pensativa. Acho que tinha secado toda lágrima do meu corpo.
Gi e Manu vieram me visitar quando estava anoitecendo. Passaram boas horas comigo, me animando e conversando sobre coisas aleatórias. Dessa vez não falamos sobre nada do que estava acontecendo.
A segunda chegou naquela vibe de preguiça extrema. Tinha evitado a internet desde sábado, em respeito ao meu psicológico.
- Cê já tomou café?- Flavina pergunta aparecendo na sala.
Eu tinha acabado de me alimentar, estava no sofá com meu celular e conversando com minha mãe.
- Sim, fiz pra você também.- Falo a encarando e ela assente sorrindo.
Fla estava indo para a cozinha quando ouvimos duas batidas leves na porta. Deveria ser Manu. Minha prima foi atender.
Ouvi uma conversa, mas não entendi nada por conta da distância. Mas logo vi Fla voltando com uma expressão receosa.
- Quem era?- Pergunto deixando meu celular de lado.
- É a S/n...- Meu coração acelerou na hora.- Ela disse que precisa falar com você urgente.Fiquei em silêncio absorvendo a informação de que a portuguesa estava ali na porta.
- Manda ela entrar.- Falo suspirando.
Flavina fez o que pedi e eu não demorei a ver o corpo de S/n se aproximando minimamente de onde eu estava. Nos encaramos naquela troca de olhar intensa que sempre tivemos. Ver ela depois de quase uma semana me fez perceber a saudade incontrolável que eu sentia.
Flavina nos deixou sozinhas pra dar privacidade.
- Senta.- Sou a primeira a quebrar o silêncio.
Ela estava séria, diferente da última vez que a vi. Não sei se isso era bom...
- Não precisa, não vou demorar.- Pronuncia sem emoção.- Não vi aqui conversar sobre o que aconteceu...- Fala me encarando, fiquei confusa.- Só vim te entregar isso.
Mostra o pen drive preto entre seus dedos. Aquele ar misterioso estava me dando frio na barriga. Aquele lado sombrio dela não era divertido.
- O que é isso?- Pergunto.
- Provas de que eu não fiz nada do que vazaram.- Diz simples colocando o pen drive na mesinha de centro.
- S/n...
- Não, não fala nada.- Pede suspirando cansada.- Essa semana não foi pesada só pra você, cê não sabe o inferno que eu vivi tendo todo mundo contra mim, contra a minha verdade.- S/n fala bufando frustrada.- Você se machucou, mas eu me machuque mais ainda. Você se machucou por mentiras jogadas na internet, eu me machuquei por saber que nada daquilo era verdade, e por achar que existia uma confiança entre nós duas...
- Mas tinha confiança, você acha que continuaria tendo depois de tudo que saiu?- Pergunto séria e me levantando.
- Não, eu só esperava que você me deixasse explicar a minha versão.- Ela fala.- Você viu apenas o que os outros falaram e acreditou neles. Me pediu espaço, dizendo que conversaríamos, mas se passou quase uma semana e você não me mandou nem um "vai tomar no cu".
- Não é tão fácil ter essa conversa.- Me defendo com os olhos marejados.
- Eu sei que não é, mas não é fácil também não ser ouvida. Isso me chateou de uma forma que você nem imagina, Rafaella- Fala me encarando e vi lágrimas nos seus olhos.- Mas eu não vou conversar sobre isso. Nós duas estamos machucadas demais pela situação em geral.
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This Love (Rafa Kalimann/ You Intersexual)
FanfictionVocê teria coragem de participar de um reality show?... Parece que sim. Num surto de loucura e coragem, você decidiu se inscrever para o Big Brother Brasil 20. Logo confirmando a aceitação pela produção do programa. Tudo pode acontecer em confinamen...