This Love (Rafa Kalimann/ You Intersexual)

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S/n S/s POV

Tinha dois dias que estávamos em Coimbra e aproveitando pra matar a saudade de todos. Minha família amou conhecer minha namorada, mas quem não amaria, né? Rafa conquista qualquer pessoa sem nem fazer esforço. Sou muito cadelinha dessa mulher.

A mineira conheceu alguns tios e tias meus, e uns primos que eu mais amo da família. Mas o bendito Diego chegou ontem com seus pais e desde sua chegada nós trocamos várias farpas. Óbvio que joguei vários afrontes implícitos sobre ele ser pai e não fazer seu papel devidamente por ser covarde suficiente pra isso. Idiota!

Hoje por ser domingo meus avós decidiram fazer uma reunião familiar pra comemorar o noivado da minha prima Priscila. Seria um jantar aqui mesmo na mansão da família, com muita comida, bebida e música, óbvio. Desde cedo estamos organizado tudo para o jantar. Minha mãe, minha avó e minhas tias se encarregaram de preparar as comidas; eu, Rafa, Marina e minhas primas decoramos a área externa e organizamos as mesas; Miguel e meus primos foram comprar as bebidas; meu pai, meu avô e meus tios foram comprar carne pra fazer churrasco; e meu sobrinho estava na sala viciado no PS5. Do jeito que nos conheço, essa festa não termina antes das 04 hrs da madrugada, muito menos antes de alguém passar vergonha. Espero que não seja eu.

- Amor, cê está bagunçando o que eu arrumei.- Rafa fala cruzando os braços na minha frente.
- Oxi, eu estou ajustando pra ficar reto o pano.- Eu me defendo olhando o pano da mesa meio bugado.
- Mas esse é o shine, meu amor.- Ela explica.
- Eu hein, shine estranho esse seu.- Falo e ela ri revirando os olhos.- Ok, não mexo mais.
- Agora me ajuda a prender essa cortina na parede perto da mesa grande.- Pede com o pano nos braços.

Nós fomos até a parede que seria decorada. Eu peguei o martelo e os pregos pra prender o pano, a mineira puxou a escada e começou a subir nela.

- Não quer que eu faça isso?- Questiono com medo dela se desequilibrar dali de cima.
- Não, só segura a escada.- Diz e assim faço.- Agora me dá o martelo e um prego.

Peguei o que ela pediu e lhe entreguei. Segurei a cortina e observei ela martelar com cuidado pra não se machucar. Ficamos uns bons minutos ali botando aquela droga de cortina na parede pra deixar “mais bonito”, palavras da decoradora Rafaella Freitas. Ajudei a mineira a pendurar mais uns negócios frescos na parede e finalmente ela ficou satisfeita com o resultado. Rafa desceu da escada e já no último degrau seu corpo tombou fazendo ela dar um gritinho assustado. Arregalei os olhos e rapidamente segurei sua cintura com firmeza, evitando uma queda dela.

- Eu sabia! Desastrada do jeito que é não daria em outra coisa.- Eu falo ainda lhe segurando.
- Não fala assim de mim.- Fala com a testa franzida.- Obrigada por evitar um possível machucado.- Diz risonha abraçando meus ombros.
- Só toma cuidado.- Fala suave e ela assente me dando um selinho.- Bem, já terminamos tudo. Vamos entrar.

Colocamos as coisas que usamos no devido lugar e logo entramos na mansão, encontrando minha avó e minha mãe na cozinha parecendo fazer algum doce.

- Terminaram?- Minha mãe questiona e assentimos.
- S\a, depois preciso conversar com você.- Minha avó fala enquanto eu vou até a geladeira buscar aguá.
- Muito sério?- Questiono curiosa.
- Um pouco, mas depois conversamos.- Diz não querendo prolongar o assunto e eu assinto.

Bebi um pouco de água e ofereci pra minha namorada. Conversamos por pouco tempo com as duas mais velhas e logo fomos para o quarto que estávamos dividindo. O sol estava se pondo e a imagem era linda. Fui até a sacada do quarto e me apoiei na grande pra observar o fenômeno.

Rafa se aproximou por trás de mim e me abraçou com carinho. Ajeitei minha postura e segurei suas mãos na minha barriga. Ela apoiou o queixo no meu ombro e observou o sol se pôr no horizonte. Por ser uma área mais afastada do caos da cidade, o sol sumia entre a vegetação ao redor da mansão.