Capítulo 27

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Sexta

*Angel*

(Acordei e estava sentindo minha cabeça girando, estava de olhos abertos, mas novamente eu só via a cor preta da venda que ainda permanecia em meus olhos, não foi um sonho, eu realmente estou fodida, e pior, não morri...
Mexi minhas mãos e percebi que as duas estavam algemadas, a minha mão direita ainda estava algemada a algum tipo de cano que estava na parede, enquanto a da minha mão esquerda estava presa em algo pesado junto a algema, não consegui identificar o objeto, apenas sei que assim que mexi minhas mãos meu braço esquerdo parecia gritar, senti como se a ferida estivesse se abrindo ainda mais, parei de mexer os braços, meus pés ainda permaneciam soltos. Que bando de filhos da puta, eles não fizeram nem um curativo para me ajudar... Deixa de ser idiota Angel, são criminosos!)

—Ah, vejo que a princesa finalmente acordou

(Era a voz daquele cara que disse que "me rasgaria", eu estou sozinha com ele aqui? Pois se sim, eu prefiro o cara que me bate do que esse tarado aí)

—Me solta

(Só agora lembrei que ainda estava sem a fita na boca, e isso era bom, pelo menos eu poderia me expressar!)

—Você sabe que isso é inútil... Tá com fome?

(Tô! E tô morrendo de fome! Mas claro, em você eu não confio, você poderia me dar algo com veneno, ou sei lá mais o que!
Não respondi, apenas tentei me sentar na cama, meu braço que estava cortado estava doendo demais, e o tecido de moletom não estava ajudando muito, minha manga já estava normal.
Me sentei com dificuldade e comecei a mexer minha cabeça, para "olhar" em volta, a verdade é que eu estava tentando achar alguma luz, se eu conseguisse ver nem que fosse um pouco de luz eu iria saber se aqui há janelas, já que ontem quando tirei a venda consegui ver poucas coisas)

—Você não vai conseguir ver nada gatinha
—... Quando vou poder ir embora?
—Simples, assim que seu amigo pagar o chefe, ele ficou bem furioso que você não quis dizer aonde o Nathaniel está
—Ele ficou furioso sem motivos, até pq eu não sei
—Bom, foda-se, ele não acreditou, a verdade é que o chefe pretende pegar o dinheiro e matar o loirinho
—O quê?!

(Eu não tô acreditando, mesmo que o Nathaniel venha... Ele pretende o mata-lo? O que eles tem na cabeça? Eu... Eu tenho que impedir isso! De algum jeito!)

—Eu acabei falando demais, mas isso não vai estragar o plano, você vai estar vendada e com uma fita na boca, você vai colaborar muito bem, não vai?

(Não o respondi e fiquei pensando no que o pessoal do hospital estava pensando, não sei que horas são, mas eu queria estar rindo junto ao pessoal, e não vendo a hora de chegar em casa e poder descansar com Jackie e Thomas ao meu lado... Eu estou cansada, eu quero poder tomar um banho demorado, eu quero fazer um curativo no meu braço, eu quero dormir me sentindo segura... Eu só quero voltar a minha vida normalmente!)

—Só por não ter me respondido vai ficar sem comer

(Depois de algum tempo os dois caras que estavam fora voltaram, o silêncio foi algo continuo, eu tinha medo de falar algo errado e me baterem, deito novamente no colchão e sinto a manga do meu moletom estranha, provavelmente é o sangue que secou.
Horas e mais horas foram se passando, eu não sei como, mas uma hora eu cochilei, o cara novamente tentou puxar assunto comigo, eu não sei se com os outros dois caras presentes eu deveria me sentir mais segura, ou se deveria sentir mais medo... Um dos caras saiu, havia somente o tarado e o que ficava com "o trabalho sujo"
O tédio e medo era algo constante, que sempre ia e vinha, quando o toque do celular de alguém invadiu o local eu fiquei curiosa, o tarado atendeu a ligação, por incrível que pareça estava no auto falante)

Rivais? [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora