Por Violetta
Estava eu e Leon na cabana, eu deitada na curva de seu pescoço enquanto ele lia Romeu e Julieta de Willian Shakespeare para mim.
Eu adorava ouvi-lo lendo do mesmo jeito que ele falava que adora a minha voz quando eu cantava, então eu prestava atenção em cada palavra que saia da sua boca, da forma como elas saiam expressas, Leon expressava cada sentimento, cada emoção, expressava como se ele fosse os personagens e aquilo era incrível eu me senti numa peça de teatro quando fechava os olhos enquanto ele lia.
— Só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido. — Leon lia concentrado e passei a mão sobre seu abdômen percebendo algo ali. — A despedida é uma dor tão suave que te diria Boa Noite até o amanhecer...
— Leon? — O chamei levantando sua blusa e me deparando com o abdômen, incrivelmente gostoso, com vários hematomas que estavam roxos como se tivessem sido recentes, toquei um deles e ele se encolheu um pouco de dor. — Pelo amor de deus Leon quem faz isso com você? — Perguntei desesperada.
— Violetta já disse que não precisa se preocupar com isso. — Leon abaixou a camisa novamente e retirou minhas mãos dali com cuidado.
— É seu tio né? — Perguntei e ele desviou o olhar. — Mas é claro, como nunca pensei nisso antes, seu tio não é sociavel, odeia visitas, é totalmente esquisito e aquele dia você fez de tudo pra mim sair antes dele entrar no quarto....
Tapei a boca surpresa por não ter pensado nisso antes.
— Deixa eu ver, por favor? — Pedi e Leon ainda receioso levantou a camisa. Os hematomas estavam muito fortes pareciam até facadas, eu não aguentei ver aquilo e não fazer nada.
— Ai corazón... - Leon gemeu de dor quando toquei um deles de novo com a ponta dos dedos.
Meu deus que raiva. Eu odiava ver ele assim.... Pera? O que eu disse?
— Pega por favor uma caixa no canto daquele armário. — Leon indicou e fui correndo pegar uma caixinha de madeira com vários remédios e coisas do tipo. Peguei coisas que eu precisaria para fazer um curativo nele e voltei.
— Leonzinho vai doer um pouco. — Falei com dó dele e ele concordou.
Passei o olinho e ele respirou fundo, devia estar ardendo mais que o fogo, por ve-lo assim dei um beijo calmo em seus lábios para tranquiliza-lo e acho que funcionou pois ele deixou eu terminar o trabalho.
— Por que seu tio faz isso com você? — Perguntei brava.
— Eu queria poder te contar Vio mas não posso, infelizmente... Não por agora. — Aquelas palavras de Leon me deixaram confusas...
"Não por agora?" Por que?
— Eu te entendo porque meu avô fazia isso com meu pai, mas ele fazia isso porque era alcoólatra e drogado, ele batia tanto no meu pai Leon.... — Olhei pra ele enquanto fazia os curativos e Leon parecia se concentrar mais na minha história do que na dor então resolvi continuar. — Ele vivia assim como você, sorte que ele tinha minha mãe! — Sorri para Leon que retribuiu.
— E eu tenho você. — Sussurrou me deixando surpresa e engoli em seco com o coração desparado...
O que eu poderia falar?
— E você tem a mim... — Concordei tirando um peso nas costas por falar isso não sei porque, e ele beijou minha mão livre.
Meu deus...
— Meu vô fazia tudo isso com meu pai até o dia que ele resolveu dar um basta nisso e mostrar que agora era ele que estava no controle não meu vô Luke. Meu pai revidou com todas as suas forças e falou que não tinha mais medo dele, depois ele passou um tempão com a minha mãe e conseguiu uma casa mas ele ainda se sentia mal pelo meu vô. Então quando meu pai se mudou, foi até a casa do meu avô e falou que só falaria com ele se ele mudasse e sabe Leon, meu avô ainda tentou por um tempo pelo meu pai e meu pai pagou milhões em tratamentos, clinícas de restabilização, inúmeros remédios mas foi tarde demais... Quando eu e Dylan completamos seis anos de idade nosso avô morreu de overdose.
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𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞 𝐈𝐦𝐩𝐞𝐭𝐮𝐨𝐬𝐚 - 𝐒𝐩𝐢𝐧 𝐎𝐟𝐟
Teen FictionUm spin-off de "A calmaria do furacão" Violeta Maybank Hall: "Querido eu não sou frágil como uma flor, sou frágil como uma bomba!" Dylan Maybank Hall: "O que não te desafia não te transforma!"