Capítulo 57

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Por Violetta

— VIOLETTA DEIXA A GENTE ENTRAR. — Dylan e Henry gritaram batendo na porta já cansados e eu sempre dava a mesma resposta também cansada pela insistência.

— SAIAM DAQUI! — Gritei chorando.

Chorar era tudo o que eu fazia desde que Leon foi embora, como eu pude ser tão cruel com ele? Eu prometi não quebrar seu coração para Sol, ela me avisou e eu sonhei mas a anta aqui fez tudo ao contrário pensando em si mesma. Como eu pude ser tão egoísta? Claro que Leon teria que voltar para a Espanha e terminar os sonhos do pai, ele sofreu a vida inteira e quando estava prestes a dar um grande passo na vida eu fui lá e passei um trator em tudo isso.

Aquele dia eu não estava bêbada, eu estava completamente sã quando brigamos, até porque, Leon não faria o que fez se eu estivesse bêbada.

Nesses dias eu não sentia fome, eu só bebia água pela desidratação, mas eu não conseguia nem pensar em comida por mais que meu estômago pedisse. Não sei como eu tava sobrevivendo ainda só com água e maconha porque é cientificamente  comprovada a larica depois de tanto fumar mas eu precisava ficar louca para fingir que ele estava aqui ainda.

Eu usava as roupas que ele esqueceu aqui porque era a única coisa que ainda tinha seu cheiro. Eu olhava as fotos como se fossem duas Violettas diferentes se olhando. Eu olhava para Leon, as fotos comigo e as tiradas antes de namorarmos. Ele era tão feliz quando eu o tratava com carinho mas eu nunca soube demonstrar como ele demonstrava. 

— TÁ LEGAL JÁ CHEGA! — Ouvi meu pai falar alto e bravo, mas foda-se eu apenas fui me sentar na janela e acender mais um baseado.

— Leon... — Olhei para o sol que estava já se pondo rindo. — Sou vendaval e te convido para dançar comigo nessa tempestade que é ser eu. — Eu tinha o mesmo problema que minha mãe de recitar poemas quando estava nervosa.

Ouvi um barulho e a porta foi aberta e meu pai nervoso parou assim que me viu chapada.

— Droga Violetta, não faz isso.... — Meu pai pensou um pouco lutando contra suas próprias vontades e deu uma de pai pegando o beck das minhas mãos e arremeçando longe.

— A qual é, era a erva especial do primo Bong, você acha que os peixes sabem fumar? — Perguntei rindo e meu pai negou.

— DYLAN VAI BUSCAR ALGO PRA SUA IRMÃ COMER. — Meu pai gritou e Dylan saiu correndo para o andar de baixo.

— Porra Vio você tá estragada. — Henry me olhou com pena e o empurrei.

— PARA DE ME OLHAR COM ESSA CARA, EU TO NORMAL. — Gritei brava e a cara de Henry ficou engraçada demais para não rir.

— Ela tá chapada nem adianta. — Meu pai falou tapeando a testa.

— TÁ LEGAL VIOLETTA ME ESCUTA... — Henry me pegou pelos ombros.

— Uuuul. — Exclamei.

— VOLTA PRA REALIDADE GAROTA! — Gritou na minha cara.

— Não da porque eu vim do mundo das fadas, é porque eles me expulsaram de lá por eu ser o homem aranha e não ter dinheiro pra comprar minhas asas de purpurina verde. — Falei e eles ficaram confusos.

— Droga o que a falta do Leon não faz ein... — Henry falou e  meu pai arregalou os olhos negando com a cabeça e gesticulando pra ele calar a boca.

— Leon? — Sussurrei voltando a chorar. 

Dylan apareceu com um lanche e me lembrei de quando Leon fazia coisas para eu comer porque eu era péssima na cozinha.

𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞 𝐈𝐦𝐩𝐞𝐭𝐮𝐨𝐬𝐚 - 𝐒𝐩𝐢𝐧 𝐎𝐟𝐟Onde histórias criam vida. Descubra agora