Capítulo 41

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 Fazer Leon dormir foi difícil, ele não queria demonstrar que estava doendo muito mas acabou não conseguindo, ele tava destruído e a culpa era minha. Eu to achando que ele quebrou alguma coisa porque mesmo dormindo ele se contorce de dor.

— Desculpa meu amor eu não queria que as coisas tivessem sido desse jeito... — Sussurrei enquanto fazia carinho em seu cabelo, passando cada fio negro entre meus dedos e o vendo respirar pesadamente pela dor em seu corpo.

Engoli o choro que estava por vir e olhei para a janela pensando no que fazer. Respirei fundo, dei um último beijo em Leon e fui na ponta dos pés em direção ao quarto de Anne e Dylan mas chegando lá e abrindo devagar a porta encostada, pude ver que ela dormia em seu peito e ele também já estava quase lá já que nem percebeu eu na porta, não queria atrapalhar então desci as escadas indo até a sala de estar pelo corredor dos fundos para evitar ver minha mãe e qualquer outra pessoa. Quando ia passar para a porta principal, meu olhar foi atraído para a mala do meu pai....

A noite estava toda estrelada, o vento trazido pelas ondas até a barra faziam meus cabelos se bagunçarem, o único som era das ondas se quebrando e dos grilos cantando baixinho. Fui andando até se aproximar de uma montanha pequena próxima ao conjunto de rochas da água, um lugar perfeito para tirar foto ou para, vocês sabem...

Subi a montanha, fui até a ponta da mesma e acendi um cigarro com meu isqueiro que meu pai customizou pra mim, ele talhou no metal o nome "Vio" e no de Dylan "Lan" lembro que tinhamos até tirado foto do seu isqueiro antigo com os nossos mas provavelmente perdemos essa imagem.

Traguei um pouco e soltei a fumaça olhando para o mar, se eu desse mais dois passos eu estaria no meio daquelas pedras, mais um pouco eu já estaria no meio do oceano, perdida, assim como eu estou nesse momento, a única diferença é que estou imergindo nas profundezas da minha mente em terra firme e não nas profundezas do oceano. 

Engoli em seco deixando uma lágrima de dor escapar quando tirei do meu bolso a arma do meu pai, minhas mãos estavam tremendo e suando, minha boca estava seca e enquanto meus olhos não desgrudavam da arma em minhas mãos o meu coração acelerava.

Que porra eu to fazendo? 

—  Violetta?  —  Escutei alguém me chamar e depressa escondi a arma de novo, me virando para ver quem era.

— Pai?

Meu pai se aproximou com a testa franzida me observando por um minuto, enquanto ele fazia isso, meu coração só acelerou mais e tentei esconder meus motivos.

— Como está Leon? — Perguntou e levantei as sobrancelhas surpresa pela pergunta.

— Muito mal, ele não quer demonstrar mas da pra ver que mesmo depois deu ter cuidado e dado remédios fortes ele ainda agoniza um pouco enquanto dorme. — Respondi com um aperto no peito vendo meu pai se sentar do meu lado e fiz o mesmo.

— Cerveja? — Perguntou me oferecendo sua garrafa e a peguei dando um gole.

— O que fazia aqui? — Perguntei curiosa lhe devolvendo a garrafa.

—  Vim soltar o mini JJ pra ver se ele queria ficar aqui ou comigo e olha ele gostou da gente ein. — Meu pai falou dando um gole de sua cerveja e apontando para o céu fazendo vermos mini JJ sobrevoando a montanha que estavamos. — Ce sabe que sua mãe fez aquilo porque te ama né? — Meu pai começou e bufei abraçando meus joelhos.

—  Se ela me amasse ela me compreendia. — Respondi brincando com uma de minhas pulseira, enquanto uma enorme onda se quebrou lá embaixo.

— Vio, pais são desse jeito o extinto fala mais alto. Quando a gente ama alguém a gente não mede esforços pra protege-lo, não vê Leon? Quando ela o atacou o que você fez? Se meteu na frente e levou o maior soco de todos no estômago por ele sem pensar que agora você provavelmente vai vomitar tudo o que comer e ter umas faltas de ar. — Meu pai falou olhando para a cerveja.

𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞 𝐈𝐦𝐩𝐞𝐭𝐮𝐨𝐬𝐚 - 𝐒𝐩𝐢𝐧 𝐎𝐟𝐟Onde histórias criam vida. Descubra agora