Capítulo 2

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Julie...

A vida é algo frágil, algo que em um piscar de olhos se esvai em meio aos nossos dedos, que hoje podemos está aqui, conversando, rindo, brincando, e daqui a uma hora, podemos estar morto, por causa de um acidente, uma doença ou pior assassinato.

Foi isso que aconteceu com a minha mãe, em uma hora nós estávamos na garagem de casa compondo e rindo, e  uma hora depois que ela tinha saído para trabalhar recebemos a notícia que ela foi morta em um assalto, os policiais chegaram a prender o bandido, mas minha mãe não conseguiu sobreviver.

Esse ano que passou, foi o mais longo e doloroso ano na minha vida, eu parei de cantar, mesmo com meus melhores amigos Willie, e Flynn, meu pai Ray e meu irmão Carlos, me incentivando a continuar com a música. Mas realmente não consigo, e como se toda vez que eu senta-se na frente de um piano, ou tenta-se cantarolar uma música que fosse, minha garganta fecha-se e eu parasse de respirar. Meu amor pela música morreu junto com a minha mãe, eu não consigo cantar uma nota sequer.

Eu me fechei para o mundo, e as coisas só pioram a cada dia que passa, minha vaga na turma de música está por um fio, pois a minha professora só deu mais um mês para que eu fizesse uma apresentação ou perderia a vaga de vez, e agora não sei o que eu faço, pois eu amo a aula de música, mas minha vontade de cantar se foi. Nem vou falar que meu namorado está cada dia mais distante, já tem uns dois meses que ele vem evitando desculpas para não me ver, tem ignorado minhas mensagens e quando estamos juntos ele vive no celular. Eu conversei com a Flynn sobre isso e ela me aconselhou a conversar com ele, pois acha que ele está me traindo, eu logo não acreditei, mas existe a lei de Murphy, que diz: "Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará".

E então voilà, agora um ano depois, no aniversário de morte dela, estou aqui na porta do quarto do meu namorado Nick, pois vim disposta a falar com ele, mandei mensagem assim que sai do cemitério, e o encontro literalmente nu na cama com a minha ex melhor amiga Carrie. Quando eu vejo essa cena me sobe um embrulho no estomago, e uma enorme vontade de chorar, mas eu não deixo isso me abater, quando eu percebo que eles ainda não me viram, saio sem da alarde e resolvo andar sem rumo.

Tudo esta desmoronando. As nossas lembranças, todas elas vem como avalanche em minha mente, todas as palavras bonitas que ele me dizia, as juras de amor, tudo era mentira, na primeira oportunidade ele me traiu, ai eu me pergunto se ele não me traiu outras vezes? Se todas as vezes que ele dizia que me amava não foi da boca pra fora? São varias perguntas que só irei solucionar se eu conversar com ele, mas agora, com a cabeça cheia só conseguirei me humilhar ainda mais. 

Estava tão desolada, que não me importava se as pessoas me olhavam quando passava, estava chorando horrores, soluçando, ate ficar sem ar, estava tudo voltando, a dor de perder alguém que eu amava, estava mais forte do que nunca, junto com um novo sentimento, a dor de ser traída por alguém que confiava com todo meu coração, por isso que dizem, temos que confiar em alguém sempre com um olho aberto de outro fechado, porque as pessoas são cruéis, e maldosas, e pisam em nossos sentimento como se fossem nada. Estava tão envolvida em minha melancolia que não vi quando esbarrei em alguém, e cai no chão, com tudo.

- Você está bem? - uma voz masculina me perguntou, e quando eu olhei para cima, por causa das lagrimas que insistiam em cair, não consegui ver direito, mas o pouco que eu vi eu me deslumbrei, com o homem mais lindo que já vi. 


Minha Luz (Juke)Onde histórias criam vida. Descubra agora