Capítulo 26

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Reggie...

Quando Luke subiu para o quarto eu me sentei na cadeira em frente ao balcão e o Alex sentou ao meu lado parecendo exausto e preocupado.

- Estou com medo. - eu falei passando a mão em meus cabelos nervoso.

- Eu também. - ele concorda comigo. - mas estou principalmente preocupado.

- Ela faz bem a ele, não faz? - eu pergunto olhando para ele esperançoso, o mesmo suspira.

- Sim ela faz - ele me olhou temeroso. - mas tenho medo dele não fazer bem a ela.

- Você sabe que ele nunca faria mal a ela. - eu disse olhando-o confuso.

- Não intencionalmente. - ele suspirou e olhou sua caneca que estava pela metade.

- Então temos que ficar preparados. - eu disse olhando na direção que nosso amigo foi a um tempo atrás.

- Porque essas coisas tinham que acontecer com a gente? Só queríamos fazer musica. - Alex quebrou o silencio mórbido que estava na cozinha.

- Nem sempre a vida e justa meu amigo, as vezes as pessoas que mais sofrem são aquelas que estão mais próximo da felicidade. - Eu disse passando o dedo sobre a borda da minha caneca vazia.

- Desde quando você se tornou tão serio? - ele perguntou sorrindo para mim.

- Desde o dia que eu vi um dos meus melhores amigos com uma corda no pescoço prestes a se matar. - falei isso e uma lagrima escorreu.

- Eu tenho pesadelos com aquele dia até hoje. - ele disse colocando as mãos no rosto.

- Mas agora não adianta se lamentar, o que temos que fazer é apoiá-lo e o aconselhar da melhor forma possivel. - Quando eu falei isso, vi alguém bater na porta, e fui abrir.

- Ray - falei sorrindo nervoso e dei passagem para ele entrar.

- Oi, desculpa incomodar, mas eu queria saber da Julie. - ele falou nervoso e preocupado.

- Você nunca incomoda, eu entendo deve ter sido preocupante acordar e ver que sua filha não estava em casa. - Alex falou se aproximando da gente.

- Vocês não imaginam o quanto, e quando a Flynn me falou que ela recebeu uma ligação do Luke e veio desesperada para cá eu me assustei ainda mais. - ele falou se sentando no sofá.

- Entendemos, mas fica tranquilo a Julie está bem, vou chamar ela, ok. - Eu o acalmei enquanto o Alex foi pegar um copo d'água para ele.

Subi em direção ao quarto daquele meu amigo irresponsável e bati em sua porta, mas não obtive resposta, então eu abri, e vi a cena mais linda, os dois estavam dormindo na cama dele de conchinha, não resisti e tirei uma foto, e fechei a porta devagarinho sem conseguir conter o sorriso, e voltei para sala onde o pai a Julie estava esperando.

- Eles estão dormindo, então não quis acordá-los, desculpa. - eu disse sem graça.

- Tudo bem, eu entendo. - Ray disse colocando o copo em cima da mesinha de centro. - Mas talvez vocês possam me contar o que aconteceu? Porque minha filha saiu de casa no meio da madrugada preocupada com o Luke? - ele perguntou relativamente preocupado, eu e o Alex nos olhamos e eu fiz um sinal com a cabeça para ele contar.

- Então Ray, tudo começou... - ele conta toda a historia, desde quando fugimos de casa até a noite de ontem, e eu intervinha quando via que ele tinha esquecido de alguma coisa, no final do relato Ray estava com a mão na boca chocado com tudo que tinha ouvido.

- Vo... Vocês tiveram que passar por tudo isso sozinhos? - ele perguntou ainda sem acreditar. - São só crianças, co... como conseguiram sobrevier sem surtar? - ele perguntou ainda chocado.

- Acredite pelo menos duas vezes por semana nos surtamos pra valer. - Eu disse sem graça, e ele passou o olhar de um para o outro e sorriu terno.

- Agora vocês tem os Molina, nunca mais estarão sozinhos. - ele falou colocando a mão no nosso ombro e abraçou nos dois, e o abraço foi um abraço confortável, um abraço paterno que eu não sentia a anos, foi bom, fez com que eu não quisesse sair do seu carinho nunca mais.

- Obrigado. - Alex diz com a voz embargada.

- Que isso, para isso que as famílias existem, para cuidar um dos outros. - ele disse apertando mais o abraço.

- O senhor não sabe o quanto estávamos precisando disso.- falei soluçando.  

- Que isso vocês são mis hijos, e eu não quero velos triste. - ele disse beijando a cabeça de cada um.

Nesse abraço nos sentimos livres para chorar tudo que tínhamos guardado durante anos, a ausência de nossas famílias, o ano que passamos na mão do Caleb, o medo que sentimos pelo Luke, entre outras coisas que passamos nesse tempo juntos.

Eu chorei por ter praticamente sido abandonado pelos meus pais assim que se separaram, da minha mãe ter saído do estado sem me dizer ao menos para onde iria, ou me ligar para saber se estou bem, chorei pelo meu pai ter construído outra família e me esquecido. Chorei pelos meus amigos, chorei pelo Alex que quando se assumiu para seus pais foi expulso de casa, chorei pelo Luke que perdeu os pais sem ao menos ter se reconciliado, e por ultimo chorei de alivio por esses últimos dias ter encontrado pessoas maravilhosas que mesmo com pouco tempo de convivência tem nos ajudado bastante.

👻👻👻👻

Notas da autora...

Bom dia pessoas lindas!!

eu sei que esses dias eu só fiz vocês chorarem, mas não foi minha intenção, não me culpem, culpem meus dedos que se movem sozinhos, quando eu vejo já escrevi.

Mas piadas a parte, eu queria dizer que estou muito feliz, por que cada dia que se passa, mais e mais pessoas leem meu livro, acreditem eu não esperava isso, eu comecei a escrever sem ao menos esperar essa repercussão toda, então obrigada pessoal, amo cada dia mais seus comentários.

Mas eu vi um comentário ontem que me deixou matutando, então resolvi explicar, esse pequeno erro para vocês.

Os pais do Luke morreram duas semanas depois da mãe da Julie, pois faz duas semanas que eles se conhecem. O Caleb os conheceram quando eles fizeram o show deles no Orpheum, por isso digo que foi seu primeiro show como uma banda oficial, tipo com produtor e tudo, e o show que eles conseguiram isso foi na noite que a mãe da Julie morreu. Então foi um espaço de duas semanas da morte de um para o outro.

Então explicado isso, espero que vocês gostem.

Beijinho da Potatooh 😘😘😘

Minha Luz (Juke)Onde histórias criam vida. Descubra agora