Vagar a cidade em busca do melhor amigo nos únicos pontos que sabia que ele poderia estar estava sendo uma das tarefas mais doloridas para Hanji que não aceitava na possibilidade que seu cérebro estava tentando a fazer acreditar. Não queria aceitar que seu amigo poderia tomar uma atitude tão drástica e era justamente nesses momentos que queria estar perto dele. Não receber nenhuma mensagem de Eren também fazia com que seu peito falhasse uma batida. Receber uma ligação justamente daqueles que não queria conversar naquele momento foi extremamente doloroso, afinal seus tios de consideração haviam á dito que ele tinha retornado à sua antiga sala e de forma indireta lhe disse que acabou por pegar aquele relatório. Queria tranquilizá-los e dizer que estava tudo bem, mas como diria isso a eles se nem ela acreditava nisso?
Eren, por sua vez, vagou mais um tempo, foi até seu apartamento ver se ele não estava por lá, apesar de achar um tanto impossível. E quando foi ao prédio dele sentia um amargo em sua boca lhe dizendo que deveria correr, simplesmente colocar impulso em suas duas pernas e correr pelas escadas, pois pelo elevador seria tarde. Não sabia o que era aquilo, se era loucura ou realmente uma intuição, mas foi exatamente isso que fez. Sem se importar com o interfone, com as possíveis chamadas para a polícia, pois aparentemente um jovem descabelado, cheio de olheiras estava invadindo o apartamento de um dos moradores. Nada daquilo importava, apenas o fez com o coração apertado.
Os pulmões ardiam, as bochechas e seus músculos queimavam, mas o que realmente doía era o medo de chegar tarde para algo que ao menos sabia o que era.
Para sua sorte ou talvez apenas coincidência a porta estava encostada, sem chave, apenas encostada. Estava escuro e estranhamente vazio, não pela falta de móveis, pois isso ele já tinha estranhamente se acostumado, mas sim um sentimento vazio e frio de solidão. Engoliu em seco continuando a caminhar em direção a luz fraca do quarto do homem, podia ouvir o som de uma água correndo aos poucos como se estivesse literalmente transbordando. Cada passo rápido era uma batida a menos temendo a cena que iria encontrar.
O quarto estava organizado, mas tinha certas coisas fora do local, a camiseta social que o viu vestir pela manhã estava caída em um ponto do quarto, uma pasta negra estava colocada sobre a mesa, uma garrafa de uma bebida estava ao lado praticamente na metade, os sapatos negros estavam colocados de forma nada organizada ali contrariando todos os sensos de limpeza que ele mantinha com tanto rigor.
Abriu a porta do banheiro e seus olhos arregalaram no mesmo instante sentindo o coração praticamente sair de sua boca.
Sentado no chão sendo o único tecido em seu corpo aquela calça já bem molhada pela água da banheira que a torneira ainda estava aberta correndo e transbordando chegando até o chão e o molhando completamente. Os cabelos molhados e bagunçados, a cabeça encostada nos joelhos e as pernas sendo abraçadas pelos braços de forma rígida. Algumas gotículas de um líquido vermelho aos poucos iam pingando e diluindo naquele montante de água, o espelho totalmente quebrado lhe respondia exatamente o motivo daquele sangue pingando, Levi tinha lhe direcionado um soco. Ao lado, um objeto escuro fez Eren sentir um leve tremor e medo real, estava tão perto do corpo do homem, era assustador que de fato a pistola estivesse carregada pronta para agir caso os remédios não fizessem efeito desejado, afinal chegar a conclusão do motivo de diversos comprimidos estarem caídos na pia ao lado dos vidros quebrados e algumas cartelas vazias estarem no chão não era assim tão difícil. Uma das gavetas estava aberta, aquela mesma da noite anterior, aquela mesma que sua mão tentou abrir quando tomou banho e agora conseguia ver exatamente o motivo dele esconder no mesmo instante que havia entrado no banheiro. Ver principalmente aquelas cartelas vazias caídas ao seu lado respondiam exatamente em que lugar boa parte deles estariam naquele momento, sabia que precisava fazer com que o homem vomitasse aquilo antes que fosse tarde demais. Queria abraçá-lo e se pudesse retirar todas aquelas dores que ele sentia ali era isso que faria. Sabia que estava mais destruído por dentro do que aparentava e se perguntava se poderia mesmo ajudá-lo sem nenhuma ajuda psicológica ou materna. Praticamente jogou-se ao seu lado igualmente no chão pouco se importando com a dor nos joelhos ou com a roupa, isso pensaria depois, afinal seu foco estava completamente naquele homem ali com o psicológico quebrado.
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Mistérios (Riren/Ereri)
FanfictionUm caso aleatório em um bar que apenas deixou um bilhete após uma noite casual pode vir a se tornar algo a mais em sua vida, principalmente ao encontrá-lo logo no dia seguinte em uma sala de aula, justamente no local que nunca pensou que o reencontr...