Conversas adiadas

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Logo ao chegarem na reitoria o Reitor de alguma forma que nenhum deles sabia, mas suspeitavam, já estava ciente da situação toda. Levi se manteve de pé com os braços cruzados e uma expressão que nem escondia o quão desnecessário achava estar ali conversando com ele, enquanto os três alunos, sendo um deles o próprio namorado ainda bastante cabisbaixo, estavam sentados nas cadeiras disponíveis com certo nervosismo vendo aquele olhar sério do loiro sentado a frente com aquela expressão séria e totalmente desgostosa e procuravam certo receio ou quem sabe até respeito vindo do professor para contornarem aquela situação nem tão boa assim, mas era quase como: "Eu bati sim naquele merdinha, qual o problema? Quer que eu bata em ti também?", mesmo que daqueles lábios não saíssem nada e o único movimento enquanto escutava aquele discurso anti violência fosse o pulso movendo para frente para que pudesse verificar o horário a cada trinta segundos, era um modo indireto de apressar o homem sentado e aquilo era evidente até para os alunos que queriam gritar para ele para ele parar de fazer aquilo, pois obviamente não estava auxiliando em sua situação.

Para ele era entediante demais e Hannes, o Reitor loiro encarando o professor sabia bem que ele preferia mil vezes estar longe dali, então foi isso que fez o liberando por pelo menos aquele dia, fato curioso até para os alunos, afinal em circunstâncias normais o previsível seriam outras medidas podendo até ocorrer a demissão e desligamento do professor na Universidade, porém por algum motivo Levi não sofreu punições tão severas para o alívio dos alunos e certo tédio do homem que chegou até a segurar um bocejo com a palma da mão depois de ouvir que deveria mesmo procurar um advogado porque ele como Reitor não poderia impedir que o aluno quisesse o levar para os âmbitos jurídicos.

Ao se despedir dos rapazes voltou-se da maneira mais indiferente possível, afinal estava em um dos corredores da Universidade com a possibilidade de algum aluno, mesmo que não fosse seu retirasse os olhos focados do celular e o vissem expondo alguma reação ou expressão na direção de alguém que na teoria não mereceria algo daquele tipo vindo dele, então murmurou o mais baixo que pode apesar da distância não ser pequena na direção de Eren: "Ligue-me se achar necessário, lembre-se do que te disse, vens lá no meu apartamento conversar comigo e com meu pai, mando-te mensagem quando terminarmos a conversa."

Era evidente para Eren e os amigos que aquela não era exatamente a despedida que o mais velho queria dar, afinal deu duas boas olhadas para os lábios avermelhados do rapaz antes que de fato começasse a caminhar na direção da saída. 

Contrariando todos os pensamentos de todos que conheciam aquele grupo de amigos o primeiro a colocar um dos braços sobre o ombro de Eren em um abraço carinhoso e divertido foi Jean tentando fazer com aquele sorriso voltasse ao rosto daquele jovem sempre tão risonho. Berth foi o primeiro a fazer um trocadilho estúpido e a gargalhada fina que acabou por escapar da boca de Armin foi o suficiente para que um pequeno sorriso surgisse em Eren, não era um daqueles que Levi conseguiu com alguns poucos sussurros, porém já era o início de algo.

Se a fama de Levi já não era muito boa a partir daqueles boatos, fofocas e comentários vez ou outra alterados ela tinha piorado de uma forma extremamente alta em questão de minutos, coisa que os alunos que não gostavam assim tanto de Diego faziam questão de dizer a versão real. Portanto, aos poucos as pessoas iam ficando divididas em: "Ele fez o certo, eu também bateria naquele mimado filho da puta" e "Ah, mas ele poderia bem ter segurado a mão e o levado até o Reitor, não precisava descer o nível".

Mas o professor estava realmente pouco se importando com aquilo e isso se comprovava pelo fato de estar entrando naquele Café como se não tivesse mesmo agredido um aluno em uma de suas aulas sendo bombardeado de mensagens de Hanji que havia escutado aquilo por um de seus alunos com certa ironia dizendo que de fato o melhor amigo dela era adorável, entretanto as mesmas alunas que o viram sem camisa sendo costurado em uma manhã qualquer com um real medo de alguém que vez ou outra acabava por chamar de 'amor' como a professora havia as dito não acreditavam que ele tinha feito sem um real e importante motivo, assim como muitos outros alunos que compactuavam com essa mesma opinião.

Mistérios (Riren/Ereri)Onde histórias criam vida. Descubra agora